Deputados visitaram o Instituto Nacional do Câncer (Inca), na cidade do
Rio de Janeiro, na última sexta-feira (14).
Nove parlamentares da Comissão de
Seguridade Social e Família visitaram o Instituto Nacional do Câncer (Inca), na
cidade do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (14). Os deputados se mostraram
preocupados com o futuro da instituição, mas confiam que a nova diretoria vai
fazer um bom trabalho nesse momento de transição do quadro de profissionais do
órgão.
No fim deste mês, se encerra o
contrato entre o Inca e a Fundação Nacional do Câncer, que fornece a
instituição 583 profissionais terceirizados, mas que por determinação do
Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público Federal, não poderá
mais ser renovado, para que o quadro do órgão seja composto majoritariamente
por profissionais concursados.
Carga horária e novas vagas
Essa situação tem agravado ainda mais os problemas da instituição, que sofre com a falta de recursos humanos e também de insumos básicos para o tratamento dos pacientes.
Essa situação tem agravado ainda mais os problemas da instituição, que sofre com a falta de recursos humanos e também de insumos básicos para o tratamento dos pacientes.
O diretor do Núcleo Sindical do Inca,
Pedro Henrique Ferreira, afirmou que a atual carga horária de 40 horas semanais
está defasada e defende a redução para 30 horas, de forma a garantir uma
melhora na vida pessoal e profissional dos servidores do instituto.
Neste momento, está sob a análise do
ministério do Planejamento a aprovação de 613 novas vagas para o Inca. Segundo
o novo diretor-geral do Inca, Paulo Mendonça, que está no cargo há apenas dois
meses, a intenção do instituto é que as disponibilizadas a partir de setembro
sejam preenchidas exclusivamente pelos aprovados em concurso já realizado,
incluindo aqueles aprovados para cadastro reserva.
Mendonça tem pressa em apresentar
soluções, mas ressalta que o Ministério da Saúde não pode deixar um órgão da
importância do Inca, que é referência internacional em tratamento e pesquisa de
doenças oncológicas, com uma agenda tão cheia de problemas.
“Tenho a obrigação de dizer que, em
relação ao orçamento, ele não é menor do que o do ano passado, mas também não é
maior e acaba sendo um desafio gigantesco sobre a nossa capacidade de produzir
mais eficiência. Cada centavo acaba se tornando mais precioso e estamos
trabalhando duro para que isso vire realidade. Também estamos trabalhando duro
para que o Ministério da Saúde tenha a consciência e de compreender que não
podemos ser comprometidos dramaticamente por oscilações orçamentárias”.
Continuidade no tratamento
Integrante da comissão de Seguridade Social, o deputado Dr. João (PP-RJ) considera um pouco confuso o modelo de gestão a ser adotado pelo Inca, com a saída da Fundação Nacional do Câncer. Ele também critica o protocolo de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que não prevê a continuidade no tratamento para os portadores de câncer.
Integrante da comissão de Seguridade Social, o deputado Dr. João (PP-RJ) considera um pouco confuso o modelo de gestão a ser adotado pelo Inca, com a saída da Fundação Nacional do Câncer. Ele também critica o protocolo de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que não prevê a continuidade no tratamento para os portadores de câncer.
Atualmente, o paciente que faz
quimioterapia, por exemplo, e é posteriormente liberado para voltar para casa,
volta automaticamente para o fim da fila de atendimento. O tratamento é
interrompido e ele precisa enfrentar, mais uma vez, todo o processo burocrático
para seguir o tratamento na rede pública. “Certamente esse sistema foi feito
por quem não entende nada de saúde, mas muito de burocracia”.
Formação de profissionais
Já o deputado Odorico Monteiro (PT-CE) destaca a importância do Inca na formação de profissionais da saúde. Segundo ele, “não há nenhum instituto de câncer no Brasil que não conte com grandes profissionais formados pelo Inca”. Odorico Monteiro ressalta ainda que o Brasil não pode ficar de fora da incorporação tecnológica no tratamento do câncer, área que o Inca é apontado como uma das principais referências mundiais.
Já o deputado Odorico Monteiro (PT-CE) destaca a importância do Inca na formação de profissionais da saúde. Segundo ele, “não há nenhum instituto de câncer no Brasil que não conte com grandes profissionais formados pelo Inca”. Odorico Monteiro ressalta ainda que o Brasil não pode ficar de fora da incorporação tecnológica no tratamento do câncer, área que o Inca é apontado como uma das principais referências mundiais.
“O câncer é uma área que precisa
estar constantemente atento às inovações. Eu, como médico e pesquisador do
câncer, percebo que a inovação tecnológica caminha para a individualização da
droga. Não haverá mais remédio para câncer de colo ou de útero, haverá drogas
específicas para DNAs específicos”.
Odorico Monteiro se preocupa com o
atual momento do Inca, mas comemora que os problemas da instituição não tenham
afetado muito a qualidade dos serviços oferecidos. “Eu acho que são questões
conjunturais e não estruturais. Isso me tranquilizou, porque às vezes pensamos
que o problema do Inca é de estrutura, mas, na verdade, na minha opinião, o
problema é conjuntural que, na realidade, está dentro do ajuste que está sendo
feito no País. Mesmo assim, com esses ajustes, não teve queda em nenhum dos
serviços de atenção. Seja no cuidado da cirurgia, da quimioterapia ou da
radioterapia, não houve nenhum tipo de prejuízo”.
Reportagem - Pedro Campos
Edição - Regina Céli Assumpção
Edição - Regina Céli Assumpção
Agência Câmara Notícias
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