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domingo, 23 de agosto de 2015

Entidades criticam tentativa de regulação da nanotecnologia no País proposta pelo deputado Sarney Filho

A nanotecnologia vem avançando no Brasil, nas mais diversas frentes e aplicações. O conhecimento na área é aplicado na saúde, no campo da energia e das tecnologias da informação e comunicação (TICs), por exemplo. A regulamentação destas atividades, por outro lado, ainda está em discussão e o País estuda a possibilidade de aderir ao Nanoreg, programa europeu de regulação da nanotecnologia.

Dentro do País, há dois projetos de lei (PLs) do deputado federal Sarney Filho (PV-MA) que tratam do tema: o 6741/2013 e o 5133/2013. O primeiro versa sobre a criação de uma Política Nacional de Nanotecnologia, que pretende criar instrumentos para regular a pesquisa, a produção, o destino de rejeitos e o uso da nanotecnologia em território nacional. O segundo trata da regulamentação da rotulagem de produtos da nanotecnologia e de produtos que fazem uso desta técnica.

Em carta aberta assinada por nove especialistas do setor, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), se mostraram contrárias às propostas de regulamentação de Sarney Filho. No documento, a entidade defende um debate mais amplo para discutir todos os aspectos relacionados às atividades nanotecnológicas.

“A comunidade científica brasileira está atenta aos possíveis riscos [pelo uso da nanotecnologia] e tem produzido subsídios para a elaboração prudente de marcos regulatórios da nanotecnologia. Por isso mesmo, a comunidade científica se opões à criação precipitada de leis cujos resultado será o engessamento, injustificado e mal fundamentado, de uma área que é uma grande janela de oportunidades para o País”, diz trecho da carta.

O texto divulgado pela ABC sugere a retirada de pauta de ambos os PLs das comissões em que tramita na Câmara dos Deputados. Além disso, propõe a criação de um grupo de trabalho no Congresso Nacional para acompanhar as iniciativas e políticas de regulação da nanotecnologia nos países desenvolvidos.

Por fim, pede a definição de uma instância envolvendo os poderes Legislativo e Executivo – especialmente o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – para a atualização e consolidação das informações existentes sobre o tema, a fim de embasar tecnicamente as decisões posteriores do governo para garantir ao Brasil “o máximo aproveitamento das oportunidades econômicas e estratégicas da nanotecnologia e a máxima proteção contra qualquer risco que ela possa criar”.

(Agência Gestão CT&I, com informações da ABC)


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