Medida visa otimizar o
funcionamento dos serviços e qualificar a assistência, tornando o atendimento
mais ágil e acessível
O Governo Federal inicia nesta
semana uma análise profunda da situação de atendimento e gestão nos hospitais
federais. A medida faz parte de uma ação integrada de apoio a essas unidades
localizadas no Rio de Janeiro (RJ). Ao longo dos primeiros 100 dias de governo,
o objetivo será qualificar os seis serviços de saúde no Rio de Janeiro que
estão sob responsabilidade do Governo Federal, tornando-os mais ágeis,
acessíveis e alinhados às boas práticas e aos padrões de qualidade e segurança
dos pacientes. Serão três etapas de trabalho: diagnóstico de cada unidade,
produção de estratégia de gestão e início da implementação do plano de atuação.
A ação integrada nos hospitais
federais foi anunciada nesta quarta-feira (23), no Rio de Janeiro, pelo
ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, juntamente com o
secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Floriano
Peixoto, e da secretária especial de Modernização do Trabalho da Secretaria
Geral de Governo , Márcia Amorim, que também compõem a iniciativa.
"Esse é um processo de
transformação" resumiu Mandetta. "Hoje é o ponto zero, temos um
trabalho muito longo pela frente. Vamos definir a linha de cuidado de cada
unidade e equipar. Vamos perseguir uma série de indicadores, alguns de curto, médio
e outros de longo prazo, como tempo de permanência dos pacientes, infecção
hospitalar e índice de complicações, na busca por um sistema de saúde de
excelência. Também vamos acompanhar o número de cirurgias realizadas, o por quê
de eventuais cancelamentos, como as pessoas entram nos hospitais, entre outras
taxas. Também vamos integrar os leitos à central de regulação do município e
estado e publicar a lista de espera para cirurgia, tudo de forma muito
transparente", assegurou Mandetta ao elencar algumas das ações propostas.
Os profissionais da ação
integrada atuarão in loco para verificar necessidades de cada
hospital. O grupo, ainda, contará com profissionais dos hospitais de referência
e excelência do país como Sírio-Libanês (SP), Albert Einstein (SP), Alemão
Oswaldo Cruz (SP), Hospital do Coração (SP) e Moinhos de Vento (RS) que, para
receberem o certificado de filantropia, transferem para o SUS tecnologia,
conhecimento e experiência em gestão, entre outras práticas.
Os resultados esperados são:
diminuir a espera por atendimento nas unidades de emergência; ampliar a
produção por leito hospitalar melhorando o tempo médio de internação de cada
paciente; reduzir os índices de infecção hospitalar; diminuir as taxas de
mortalidade e racionalizar a utilização de recursos, permitindo que todos os
recursos economizados com a melhoria de gestão sejam reaplicados nas próprias
unidades.
O ministro da Saúde também
destacou o apoio das Forças Armadas, que emprestarão sua expertise na área de
gestão de processos e abastecimento, como organização de estoques e reposição.
O objetivo é centralizar compras. O secretário-executivo da
Secretaria-Geral da Presidência da República, Floriano Peixoto, explicou como
funcionará esse apoio. "Vamos ter a participação de profissionais da
Marinha, Exército e Aeronáutica nas instituições diariamente, ocupando posições
dentro da estrutura administrativa. Podem ser, inclusive, civis que prestam
serviços na saúde e que estarão sendo colocados à disposição. Não é uma
intervenção, estamos colaborando no processo de racionalização do processo de
compras e fluxos dos hospitais", disse.
Uma das ferramentas utilizadas
nos três hospitais federais de porta aberta (Andaraí, Bonsucesso e Cardoso
Fontes) será o Lean
nas Emergências nas Emergências. A metodologia do projeto já é praticada em
36 hospitais de todo o país, que apresentaram redução no tempo de atendimento e
alta dos pacientes. A proposta é organizar os fluxos internos, reduzir desperdícios,
otimizar espaços e insumos, implantar e gerenciar indicadores, como redução do
tempo de espera, média de permanência e adoção de melhores práticas
assistenciais através dos protocolos de cuidado.
Outro método proposto é o uso
da Telemedicina para qualificação do cuidado e redução de riscos aos pacientes
em UTIs pediátricas e neonatais, por meio de tele-rounds diários
com médicos e enfermeiros para compartilhamento de informações e decisões. O
impacto esperado é na melhoria dos indicadores assistenciais, como redução no
tempo de internação.
Também está prevista a
implementação do Projeto Segurança do Paciente em Larga Escala (Saúde
em Nossas Mãos), já em atividade em 119 hospitais do país. A metodologia visa
reduzir infecções da corrente sanguínea, trato urinário relacionado a cateter e
pneumonia associada à ventilação mecânica nas UTIs adulto.
A execução dessas ações
seguidas de outras que se mostrarem necessárias durante o período de
diagnóstico é uma resposta do Governo Federal, em sua própria rede, às
solicitações de melhoria de gestão, de estruturação da rede física e
resolutividade da rede assistencial que podem ser replicadas nas unidades
públicas de saúde de todo o país. "O Rio de Janeiro precisa dar o exemplo
via Ministério da Saúde porque é o único estado onde há seis hospitais
federais. Vamos inspirar todos os gestores estaduais e municipais para que
juntos, Governo Federal, com apoio das secretarias e vários órgãos de governo a
gente possa melhorar o atendimento à saúde da população. Vamos trabalhar de
forma transparente" finalizou o ministro da Saúde.
HOSPITAIS FEDERAIS
rede federal do Rio de Janeiro
conta com mais de 1.600 mil leitos em seis hospitais federais: Hospital Federal
do Andaraí (HFA), Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), Hospital Federal
Cardoso Fontes (HFCF), Hospital Federal de Ipanema (HFI), Hospital Federal da
Lagoa (HFL), Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). O custeio de
todas essas unidades chega a R$ 2,2 bilhões por ano.
Por Amanda Costa, da
Agência Saúde
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