Mais de 100 pessoas de 11 países da
África Oriental e Austral, apoiadas por nove organizações, reuniram-se em
Joanesburgo, na África do Sul, para analisar as tendências e taxas da
epidemia de HIV em seus países.
O encontro foi uma das 11 oficinas
realizadas em todo o mundo pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS (UNAIDS) entre 28 de janeiro e 30 de março, durante as quais 140
equipes nacionais — incluindo epidemiologistas, coordenadores de programas de
HIV e especialistas em monitoramento e avaliação — aprenderam as últimas
atualizações do software usado para estimar o número de pessoas vivendo com
HIV, novas infecções por HIV e mortes relacionadas à AIDS.
Ao longo das oficinas, as equipes
produziram novas estimativas sobre a epidemia de HIV em seus países de 1970 a
2018, refinando os dados dos últimos anos. Os programas nacionais e as
respostas dos doadores baseiam-se nos dados mais recentes e precisos. Esses
dados são usados para definir metas, identificar pontos críticos, revisar
programas nacionais e decidir o curso da resposta à AIDS.
Antes de chegarem ao workshop, as
equipes dos países coletam dados de programas de seus sistemas de saúde e de
vigilância. Durante a oficina, esses dados são inseridos no Spectrum — um
software apoiado pelo UNAIDS e usado para compilar e analisar dados sobre a
epidemia de HIV — para produzir estimativas nacionais.
Os países que possuem bons dados
sobre seus serviços de saúde usam essas informações, juntamente com dados sobre
redes rodoviárias, densidade populacional e outras variáveis, para calcular o
número de pessoas que vivem com HIV em cada Estado — informações que são
cruciais para uma abordagem local na resposta à AIDS. Essas estimativas
estaduais são subdivididas em diferentes faixas etárias e sexo.
Os países que recebem fundos dos
Estados Unidos importam suas estimativas em uma planilha conhecida como Pacote
de Dados (Data Pack, em inglês), que é usada para determinar o nível de apoio
financeiro que um país receberá.
Um exemplo de país cuja resposta à
AIDS é apoiada pelos Estados Unidos é Lesoto. John Stover é o principal
desenvolvedor do Spectrum e foi enviado para apoiar os membros das equipes
nacionais durante a oficina de Joanesburgo. Stover tem uma capacidade
excepcional para explicar conceitos complexos e encontrar soluções criteriosas,
mesmo onde há poucos dados.
Os membros da equipe de Lesoto
estavam ansiosos para desenvolver um plano abrangente como parte da candidatura
do Lesoto para financiamento adicional, mas estavam preocupados com as novas
estimativas de infecções por HIV em crianças, que eram mais altas do que as
estimativas anteriores.
Stover trabalhou com a equipe ao
longo da semana para orientá-los em cada uma das suposições feitas nos modelos,
explicando como o modelo estava em concordância com os dados disponíveis no
país e com os resultados recentes da Avaliação de Impacto do HIV Baseada na
População do Lesoto (LEPHIA) e o que causou a mudança nas estimativas.
Uma nova ferramenta foi incluída no
Spectrum para mostrar de onde vieram as novas infecções em crianças e como
fortalecer o programa de prevenção da transmissão do HIV de mãe para filho para
reduzir o número de novas infecções por HIV em crianças no futuro. Quando
saíram da oficina, a equipe conseguia explicar as novas estimativas para os
formuladores de políticas no Lesoto e ainda propor como reduzir as novas
infecções no futuro.
No total, as oficinas treinaram mais
de 500 pessoas na ferramenta Spectrum e foram realizados em todo o mundo,
incluindo: Bangkok, Tailândia; Cidade do Panamá, Panamá; Marrakech, Marrocos;
Dakar, Senegal; Estocolmo, Suécia; e Porto de Espanha, Trinidad e Tobago. As
oficinas foram apoiadas por facilitadores de 14 organizações.
As estimativas produzidas nos
workshops serão revisadas por funcionários do UNAIDS no próximo mês, antes de
serem assinadas pelos Ministros da Saúde e publicadas pelo UNAIDS em aidsinfo.unaids.org e
no relatório de julho de 2019.
ONU, Foto: UNAIDS
0 comentários:
Postar um comentário