O recurso federal é destinado
à aquisição de medicamentos que compõe a linha de cuidado para tratar a doença
e prevenir suas complicações, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
Para o ano de 2019, o
Ministério da Saúde irá destinar R$ 1,3 bilhão para garantir a compra de
medicamentos previstos no tratamento de doenças hemorrágicas hereditárias,
entre elas, as hemofilias A e B, no Sistema Único de Saúde (SUS).
O anúncio da pasta marca o Dia
Internacional da Hemofilia, celebrado nesta quarta-feira (17/04). No Brasil, em
2018, 26,7 mil pacientes foram cadastrados no Hemovida Web Coagulopatias, sistema
que reúne informações de todos os centros de tratamentos no país. Desse total,
39,52% tem diagnóstico de hemofilia A e 7,84% de hemofilia B.
“Atualmente, o Ministério da
Saúde garante aos portadores da hemofilia, o medicamento Fator VIII
Recombinante, direcionado ao tratamento da hemofilia A, tipo mais predominante
no país. Também ofertamos atendimento integral a esses pacientes e seus
familiares. Mas vamos ampliar ainda esse apoio por meio da nossa rede, que é
uma referência para vários países”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta. Para 2019, a pasta já adquiriu 720 milhões de unidade
internacional do insumo.
O Dia Internacional da
Hemofilia é uma data que marca a busca, em todo o mundo, pela melhoria da
qualidade de vida dos portadores desta doença hereditária e genética. Desde
2004, no Brasil, o Ministério da Saúde consolidou um Programa Nacional, no
âmbito da Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados, que vem sendo
considerado modelo para outros países. Entretanto, a pasta continua o esforço
para manter o que já foi implementado e aprimorar ainda mais o cuidado e a
atenção aos pacientes com hemofilia e outras doenças hemorrágicas hereditárias.
A hemofilia é uma doença
genético-hereditária que atinge em sua maioria pessoas do sexo masculino.
Caracteriza-se pela deficiência de fatores de coagulação VIII (hemofilia A) e
IX (hemofilia B) no sangue dos indivíduos. Os efeitos clínicos da doença
incluem episódios hemorrágicos, que podem evoluir para complicações diversas,
como o comprometimento de articulações e membros.
O tratamento da hemofilia é
feito por meio da reposição do fator de coagulação deficiente (fator VIII ou
fator IX) e evoluiu muito nos últimos 40 anos, desde os procedimentos de
transfusão de sangue, na década de 1940, até a utilização dos concentrados de
fator de coagulação purificados do plasma humano e, mais recentemente, dos
medicamentos pró-coagulantes recombinantes. Os concentrados dos fatores são
distribuídos pelo Ministério da Saúde aos centros de tratamento de hemofilias
estaduais.
ASSISTÊNCIA NO SUS
Atualmente, o Sistema Único de
Saúde oferece uma linha de cuidado para tratar a hemofilia e prevenir suas
complicações. Estão disponíveis diversas modalidades de tratamento a todos os
pacientes brasileiros acometidos pela doença que vão, desde sob demanda ou
episódico até o profilático (nos casos de pacientes com hemofilia grave), assim
como o diagnóstico e o atendimento aos pacientes e familiares por equipes
multidisciplinares. Tudo isso orientado a partir de protocolos específicos para
tratamento de hemofilias.
Uma rede de 32 hemocentros em
todas as regiões do país conta com o sistema Hemovida, que dispõe de uma base
nacional para o cadastro de pacientes, inserção de dados clínicos, informações
sobre o tratamento, registro de infusões de medicamentos, além do controle de
estoque de medicamentos. O sistema também permite os centros controlarem o
estoque de medicamentos.
Em 2018, estavam cadastrados
no Hemovida cerca de 26.719 pacientes com doenças hemorrágicas hereditárias no
Brasil, dos quais aproximadamente 40% dos casos devem-se a hemofilia A e 8% a
hemofilia B. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná,
concentram o maior número de pacientes.
Também no ano passado, 533
pacientes estavam cadastrados na profilaxia primária com hemofilias A e B, o
que equivale a 14,63% do total de pacientes com esses dois tipos de hemofilia
grave (3.643). Do ano de 2017 para 2018 houve aumento de 9,94% de inclusão de
pacientes na profilaxia primária. Quanto ao tratamento de imunotolerância,
havia, em 2018, um total de 163 pacientes com hemofilia A e inibidor em
tratamento.
O tratamento das hemofilias é
orientado pelo Manual de Hemofilia (Ministério da Saúde, 2015), além
da Portaria nº 364/2014, que traz o “Protocolo de Uso de Profilaxia Primária
para Hemofilia Grave”, e a Portaria nº 478/2014, “Protocolo de Uso de Indução
de Imunotolerância para Pacientes com Hemofilia A e Inibidor”.
Por Roberto Chamorro,
da Agência Saúde
0 comentários:
Postar um comentário