Dados
preliminares mostram que os casos notificados de sarampo no mundo cresceram
300% nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período de
2018. Isso ocorre após aumentos consecutivos registrados nos últimos dois anos.
Embora
sejam provisórios e ainda não estejam completos, esses dados indicam uma
tendência clara. Muitos países estão em meio a surtos consideráveis de sarampo,
com todas as regiões do mundo experimentando aumentos sustentados nos casos.
Entre os que registram surtos atualmente, estão a República Democrática do
Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Madagascar, Mianmar,
Filipinas, Sudão, Tailândia e Ucrânia – causando várias mortes, principalmente
entre crianças pequenas.
Nos
últimos meses, também ocorreram picos no número de casos em países com alta
cobertura geral de vacinação, incluindo os Estados Unidos da América, Israel,
Tailândia e Tunísia, à medida que a doença se espalhou rapidamente entre grupos
de pessoas não vacinadas.
O sarampo
é uma das doenças mais contagiosas do mundo, com potencial para ser
extremamente grave. Em 2017, ano mais recente para o qual há estimativas
disponíveis, foi responsável por quase 110 mil mortes. Mesmo em países de alta
renda, as complicações resultam em internações em até um quarto dos casos e
podem levar à incapacidade vitalícia, desde danos cerebrais e cegueira até
perda auditiva.
A doença é
quase totalmente evitável por meio de duas doses de uma vacina segura e eficaz.
Durante vários anos, no entanto, a cobertura global com a dose da vacina
estagnou em 85%, porcentagem menor do que os 95% necessários para evitar surtos
– o que deixa muitas pessoas em risco. A cobertura com a segunda dose, embora
tenha aumentado, é ainda menor: 67%.
Junto com
governos e parceiros – como a Iniciativa contra o Sarampo e Rubéola, a Gavi,
the Vaccine Alliance, UNICEF e outras – estão sendo realizadas operações de
resposta para controlar os surtos nos países, fortalecer os serviços de saúde e
aumentar a cobertura vacinal.
• Depois
de conduzir campanhas de vacinação de emergência visando 7 milhões de crianças
de 6 meses a 9 anos de idade, Madagascar agora está vendo declínios gerais nos casos
de sarampo e mortes.
• Nas
Filipinas, mais de 3.890.000 doses da vacina contra sarampo e rubéola foram
administradas em crianças menores de 5 anos.
• Na República Democrática do Congo, o país está se preparando
para lançar uma resposta combinada com a vacina contra a poliomielite.
• Em
colaboração com as autoridades locais de saúde, a OMS e o UNICEF conduziram uma
campanha nacional de vacinação contra sarampo e rubéola no Iêmen, alcançando mais de 11,6 milhões (90%) de crianças de
6 meses a 16 anos em todo o país.
A resposta
ao sarampo requer uma série de abordagens para garantir que todas as crianças
recebam suas vacinas a tempo, com atenção especial ao acesso, qualidade e
acessibilidade dos serviços de atenção primária. Também será necessária uma
comunicação e engajamento efetivo voltados para o público sobre a importância
da vacinação e os perigos das doenças evitadas por elas.
A OMS
também recomenda abordagens personalizadas que garantam que os serviços de
imunização atendam às necessidades de todos – assegurando que as clínicas sejam
acessíveis a todas as áreas, nos momentos certos e a todos os grupos
populacionais – especialmente aqueles que enfrentam discriminação sistêmica e
desvantagens.
A
cobertura da 2ª dose de vacina também precisa aumentar no mundo, para maximizar
a proteção contra a doença. Hoje, 25 países ainda precisam tornar a segunda
dose parte de seu programa essencial de imunização.
Notas
O número oficial de casos de sarampo notificados pelos estados membros da OMS só fica disponível em julho do ano seguinte. Embora forneçam uma forte indicação de tendências gerais, os dados mensais de vigilância são provisórios e incompletos, uma vez que muitos países – particularmente aqueles que sofrem grandes surtos – ainda estão registrando dados. Devido a atrasos nos relatórios, também pode haver discrepâncias entre o que é apresentado nesses relatórios e o que é relatado diretamente pelos países.
O número oficial de casos de sarampo notificados pelos estados membros da OMS só fica disponível em julho do ano seguinte. Embora forneçam uma forte indicação de tendências gerais, os dados mensais de vigilância são provisórios e incompletos, uma vez que muitos países – particularmente aqueles que sofrem grandes surtos – ainda estão registrando dados. Devido a atrasos nos relatórios, também pode haver discrepâncias entre o que é apresentado nesses relatórios e o que é relatado diretamente pelos países.
O número
real de casos – capturados em estimativas globais – também será
consideravelmente maior do que os notificados. A OMS estima que menos de 1 em
cada 10 casos são reportados no mundo, com variações por região. Dessa forma,
até o momento, 170 países notificaram 112.163 casos de sarampo, em 2019, à OMS.
No mesmo período do ano passado, havia 28.124 casos de sarampo em 163 países. A
nível mundial, isso significa um aumento de quase 300%.
A região
africana da OMS registou um crescimento de 700%, a Região das Américas 60%, a
região europeia 300%, o Mediterrâneo Oriental 100% e houve 40% de aumento no
Sudeste Asiático e no Pacífico Ocidental. Estimativas globais (para o total de
casos e mortes) são geradas quando a OMS recebe e revisa todos os dados do país
do ano anterior. Para números oficiais de 1980-2017, acesse: www.who.int/immunization/monitoring_surveillance/data/en/.
Fonte: OPAS/OMS Brasil
0 comentários:
Postar um comentário