Crianças de até
cinco anos de idade não devem passar mais de 60 minutos por dia em atividades
passivas diante de uma tela de smartphone, computador ou TV. A recomendação foi
divulgada nesta semana (24) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que
alertou ainda que bebês com menos de 12 meses de vida não devem passar nem um
minuto na frente de dispositivos eletrônicos. Orientações fazem parte de
conscientização da agência da ONU sobre sedentarismo e obesidade.
OMS quer que
crianças passem menos tempo diante de telas eletrônicas e mais tempo em
atividades físicas. Foto: PEXELS (CC)/Kaku Nguyen
Crianças de até
cinco anos de idade não devem passar mais de 60 minutos por dia em atividades
passivas diante de uma tela de smartphone, computador ou TV. A
recomendação foi divulgada nesta semana (24) pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), que alertou ainda que
bebês com menos de 12 meses de vida não devem passar nem um minuto na frente de
dispositivos eletrônicos.
Orientações fazem
parte de conscientização da agência da ONU sobre sedentarismo e obesidade.
Segundo a
instituição, cerca de 40 milhões de crianças em todo o mundo – em torno de 6%
do total de meninos e meninas – estão acima do peso. Desse grupo, metade das
crianças está na África e na Ásia.
As novas
diretrizes da OMS se referem às atividades passivas com dispositivos
eletrônicos, como assistir a desenhos animados em vez de usar a internet para
conversar com membros da família. O organismo das Nações Unidas quer que os
meninos e meninas de até cinco anos troquem as telas eletrônicas pelas atividades
físicas ou por práticas que não envolvam necessariamente exercícios, mas
incluam interações no mundo real, como a leitura e contação de histórias com
cuidadores.
“Crianças com
menos de cinco que parecem estar correndo e ocupadas o dia inteiro, e certamente
cansando seus pais, podem não ser tão ativas quanto pensamos”, afirma Fiona
Bull, gerente de programa do Departamento de Prevenção de Doenças Não
Transmissíveis da OMS.
As orientações da
organização internacional determinam que crianças de um a quatro anos de idade
devem estar ativas por pelo menos 180 minutos ao longo do dia. A OMS aconselha
que meninos e meninas nessa faixa etária passem três horas em atividades como
caminhar, engatinhar, correr, pular, se balançar, escalar, dançar, pedalar, pular
corda e outros passatempos.
Dos três aos
quatro anos de idade, 60 minutos dessas atividades devem ser “de intensidade
moderada a vigorosa”, de acordo com as diretrizes da agência da ONU.
“Comportamentos
sedentários, seja usar um transporte motorizado ao invés de andar ou pedalar,
sentar em uma mesa da escola, assistir à TV, são cada vez mais prevalentes e
associados com resultados ruins de saúde”, ressalta a OMS, que lembra que 5
milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por causas associadas à
inatividade.
“O conselho é,
quando possível, sair de um tempo passivo de (uso de um dispositivo eletrônico
com) tela e sedentário para uma atividade mais física, enquanto ao mesmo tempo
protegendo o sono de qualidade”, acrescenta Juana Willumsem, ponto focal da OMS
para obesidade infantil e atividades físicas.
As recomendações
também indicam que bebês que ainda não andam devem passar pelo menos 30 minutos
com a barriga para baixo todos os dias, em vez de ficarem sentados em uma
cadeira. A OMS orienta ainda sobre a quantidade a qualidade do sono que meninos
e meninas de até cinco anos devem ter por dia.
Confira as
recomendações na íntegra, segmentadas por faixa etária:
Bebês (menos de um
ano):
Devem estar
fisicamente ativos várias vezes ao dia de várias maneiras, particularmente por
meio de brincadeiras interativas no chão. Quanto mais, melhor. Para os que
ainda não sabem andar, essas atividades físicas devem incluir pelo menos 30
minutos em posição de bruços, repartidos ao longo do dia, nos momentos em que
os bebês estiverem acordados;
Não devem
permanecer sob formas de contenção e restrição do movimento por mais de uma
hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas
de um cuidador. Não se recomenda que passem tempo diante de telas de
dispositivos eletrônicos. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um
cuidador leia ou conte histórias;
Devem ter de 14 a
17 horas (no período do nascimento aos três meses de idade) ou de 12 a 16 horas
(no período de quatro a 11 meses de idade) de sono de boa qualidade, incluindo
cochilos.
Crianças de um a
dois anos de idade:
Devem passar ao
menos 180 minutos em uma variedade de atividades físicas em qualquer
intensidade, incluindo atividades físicas de intensidade moderada a elevada,
distribuídas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
Não devem ficar
restritas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê,
cadeiras altas ou nas costas de um cuidador — nem permanecer sentadas durante
longos períodos de tempo. Para crianças de um ano de idade, não se recomenda
nenhum período de tempo em atividades sedentárias em frente a uma tela
(assistindo à TV ou vídeos ou em jogos de computador). Para aquelas com dois
anos de idade, o tempo sedentário em frente às telas não deve ser superior a
uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um
cuidador leia ou conte histórias;
Devem ter de 11 a
14 horas de sono de boa qualidade, incluindo cochilos, com horários regulares
para dormir e acordar.
Crianças de três a
quatro anos de idade:
Devem gastar ao menos
180 minutos em vários tipos de atividades físicas em qualquer intensidade. Pelo
menos 60 minutos devem envolver atividades de intensidade moderada a elevada,
repartidas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
Não devem ficar
contidas por mais de uma hora seguida — por exemplo, em carrinhos de bebê — ou
ficar sentadas por longos períodos. O tempo dedicado a atividades sedentárias
em frente às telas não deve exceder uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos
de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias;
Devem ter de 10 a
13 horas de sono de boa qualidade, que podem incluir cochilos, com horários
regulares para dormir e acordar.
Uso de smartphones e
dispositivos eletrônicos
Fiona Bull lembrou
o aumento de aplicativos que ajudam usuários a entender quanto tempo estão
passando conectados em seus aparelhos. Segundo a especialista, ainda há muita
incerteza sobre o impacto desses dispositivos na saúde.
“Este é um fato
recente e acho que é um sinal de que a indústria digital também está preocupada
com a natureza viciante do tempo que está sendo usado nesses aparelhos de
diferentes maneiras”, afirmou a especialista da OMS.
“É claro, todos
nós usamos para trabalho, usamos em escolas para aprendizagem, estamos usando
em casa para educação. Trata-se de gerenciar o uso dessas ferramentas valiosas
e dar atenção aos benefícios e aos riscos.”
OMS
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