O panorama
da estrutura de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) foi o foco central
de uma reunião realizada nesta sexta-feira (10) entre a Associação Médica
Brasileira (AMB), o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de
Radioterapia (SBRT).
O encontro
foi realizado em Brasília (DF), onde estiveram presentes o presidente da AMB,
Lincoln Ferreira; o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; o presidente da
SBRT, Arthur Accioly Rosa; o diretor de Radioterapia na unidade de Brasília do
Hospital Sírio-Libanês, Rafael Gadia; e o radio-oncologista do Hospital
Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim, Bruno Resende.
Como parte
do Plano de Expansão da Radioterapia no Sus, lançado em 2012, foram adquiridos
80 equipamentos. Entretanto, apenas 16 estão em funcionamento e somente outros
46 possuem projetos viáveis e em execução. A grande dificuldade é a falta de
estrutura para receber as máquinas.
“Tanto a
AMB quanto as sociedades de especialidades entendem as necessidades
orçamentárias do Ministério da Saúde. Entretanto, não podemos deixar que
equipamentos permaneçam parados, se tornando obsoletos, enquanto a população
precisa deles”, destaca Lincoln Lopes.
Necessidade
de modernização
Atualmente,
mais da metade dos equipamentos de radioterapia em operação no Brasil têm mais
de 10 anos de uso, segundo dados da Agência Internacional de Energia Atômica. A
falta de atualização dos equipamentos aumenta os custos de manutenção, diminui
a oferta e, consequentemente, eleva os custos do tratamento. Os gastos federais
com radioterapia no Sus chegaram a R$ 454 milhões em 2018, recurso utilizado
para tratar 131 mil pessoas.
“Desta
forma, o ticket médio repassado pelo Sus é de R$ 3.500 por paciente, sendo que
o custo mínimo do tratamento por pessoa é o dobro deste valor. Isso gera uma
série de dificuldades operacionais. Porém, apesar dos desafios, a conversa com
o ministro foi extremamente produtiva e fortaleceu o canal para discutirmos, de
forma mais ampla, alternativas para enfrentar a situação”, avalia Arthur
Accioly Rosa, presidente da SBRT.
Estudo
conjunto
Na reunião
ficou definida, ainda, a criação de um estudo conjunto —entre a Secretaria de
Atenção Básica à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde e a SBRT, apoiada pela AMB—
para que haja modernização e redistribuição dos equipamentos de radioterapia no
Brasil.
O
presidente da AMB, Lincoln Ferreira, também ratificou durante o encontro os
posicionamentos da entidade sobre a Carreira de Médico de Estado . Além disso, reforçou o
convite ao ministro Luiz Henrique Mandetta para participar de reuniões
conjuntas com os conselhos Científico e Deliberativo da AMB e a necessidade de
manter uma agenda de encontros com o Ministério da Saúde.
Foto:
Erasmo Salomão/Ministério da Saúde
Na foto:
Rafael Gadia, Bruno Resende, Arthur Accioly, Luiz Henrique Mandetta e Lincoln
Lopes.
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