O evento, realizado em
Brasília, debateu o mercado de trabalho e as competências das especialidades
cirúrgicas
Foto: Mirna Nóbrega
A Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS) participou do III Fórum de Cirurgia
Geral do Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 03 de maio, em Brasília –
DF. O evento colocou em pauta o mercado de trabalho e as competências das
especialidades cirúrgicas.
A manhã foi marcada pela
abertura do Fórum e mesas sobre assuntos gerais da cirurgia. Entre os temas,
foram abordados a regulamentação da cirurgia robótica, o mercado de trabalho
para as especialidades cirúrgicas, a distribuição dos cirurgiões especialistas
em atividades do Brasil e as competências das especialidades cirúrgicas.
Durante a tarde, os participantes puderam debater com os presidentes das
sociedades de todas as especialidades cirúrgicas, entre elas, cirurgia plástica,
torácica, cardiovascular, angiologia e cirurgia vascular.
Representando o Ministério da
Saúde, o diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/SGTES),
Hélio Angotti Neto, participou da mesa sobre o mercado de trabalho médico no
Sistema Único de Saúde (SUS), apresentando as ações desenvolvidas pela
secretaria e o contexto brasileiro para a construção do mercado de trabalho no
SUS.
“Há um mercado de trabalho no
SUS e ele está em crescimento, mas precisamos pensar numa situação que não seja
provisória, nesse ponto estamos colaborando com a discussão sobre a atuação dos
profissionais médicos do SUS e como fazer essa oportunidade ser eficiente para
levar provimento para as áreas mais necessitadas do país”, pontuou o diretor.
Hélio Angotti Neto também ressaltou a importância da capacitação dos médicos
para além da medicina, tais como, para cargos de gestão e ensino,
possibilitando a formação de bons profissionais para atuarem na educação e no
suporte que promove a sustentabilidade da assistência.
A mesa do diretor do DEGES foi
precedida pela apresentação da Diretora de Desenvolvimento da Educação em Saúde
do Ministério da Educação, Rosana Leite de Melo, que discorreu sobre a
distribuição dos cirurgiões especialistas em atividade do Brasil. “Houve um
programa de expansão das escolas médicas, porque foi feito um diagnóstico
àquela época apontando que faltava médicos, mas analisando podemos ver que as
metas foram superestimadas“, registrou a diretora. Rosana Leite Melo
acrescentou que o grande problema é que as faculdades são aprovadas com 50% das
atividades, ou seja, apenas com a parte mais teórica estabelecida. Atualmente o
ministério da Educação está focado em buscar soluções para garantir a qualidade
da formação dos profissionais médicos.
O Fórum fez parte da
programação do XXXIII Congresso Brasileiro de Cirurgia – CBC 2018, uma
realização do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. O Congresso aconteceu entre os
dias 01 a 04 de maio, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, na
capital federal.
Segundo o membro do Colégio
Brasileiro de Cirurgiões e da Câmara Técnica de Cirurgia Geral do CFM, o médico
cirurgião Paulo Roberto Corsi, a união dos eventos permitiu que as entidades
partilhassem das mesmas discussões. “Os assuntos formação, aperfeiçoamento, educação
continuada, remuneração foram discutidos durante os quatro dias deste evento. A
mesa de hoje do fórum mostrou um debate sobre a remuneração dos profissionais e
a formação de especialistas no Brasil, dois assuntos interligados e de extrema
importância que deverão ser tratados de forma agressiva pelo atual ministério
para fazer ajustes necessários para a melhoria do atendimento da população”,
registrou Corsi.
O coordenador da Câmara
Técnica de Cirurgia Geral do CFM, Jorge Machado Curi, pontuou que a educação
médica é uma das principais preocupações do conselho federal, destacando a
importância de se discutir a abertura indiscriminada de faculdades e buscar a
qualidade da formação dos profissionais. “Uma das grandes finalidades da
discussão aqui é viabilizar a saúde pública no Brasil. Nós não queremos colocar
essa incumbência apenas no ministério, a sociedade tem que ter uma proposta, e
nós médicos nos sentimos responsáveis para tentar criar uma proposta que
viabilize a atuação médica e a saúde da população”, registrou Curi.
SGTES
A Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) é responsável por formular políticas
públicas orientadoras da gestão, formação e qualificação dos trabalhadores e da
regulação profissional na área da saúde no Brasil. Ademais, promover a integração
dos setores de saúde e educação no sentido de fortalecer as instituições
formadoras de profissionais atuantes na área, bem como integrar e aperfeiçoar a
relação entre as gestões federal, estaduais e municipais do SUS, no que se
refere aos planos de formação, qualificação e distribuição das ofertas de
educação e trabalho na área de saúde.
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