Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Dois projetos de
desenvolvimento tecnológico e inovação do Centro Henrique Penna (CHP), parte do
Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
receberam R$ 48,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) em recursos não reembolsáveis, por meio do Fundo Técnico e
Científico do banco (Funtec).
Segundo informou hoje (11) o
banco, o apoio concedido pelo BNDES permitiu que a Fiocruz tivesse a
infraestrutura necessária para a rápida incorporação da produção 100% nacional
do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina AstraZeneca, contra a
Covid-19, cujo contrato de transferência tecnológica foi assinado em 1º de
junho. De acordo com o BNDES, os investimentos reduzem a dependência externa de
tecnologia e favorecem a produção, no país, de medicamentos biotecnológicos.
As instalações construídas
receberam recentemente, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a
verificação da Condição Técnico Operacional (CTO) e o certificado de Boas
Práticas de Fabricação (cBPF) para a produção do IFA.
Protótipos
A primeira operação do BNDES
Funtec ao CHP foi contratada em 2007 e destinou R$ 30,1 milhões não
reembolsáveis para construção da planta de protótipos. Nessa área, são
realizadas as fases finais do desenvolvimento de novos produtos, em escala
industrial, englobando biofármacos, vacinas e reativos para diagnóstico.
A segunda operação, contratada
em 2014 e com previsão de conclusão em julho próximo, destinou R$ 18,3 milhões
para equipar a planta de protótipos. A plataforma de processamento final da
planta será utilizada para o acréscimo de capacidade produtiva de vacina contra
covid-19, fruto da parceria da Fiocruz com a empresa britânica AstraZeneca.
Autonomia
O diretor de
Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, considera que o financiamento recebido
do Funtec foi fundamental para a operacionalização, desenvolvimento e absorção
de tecnologia por Bio-Manguinhos, assegurando autonomia ao Brasil para a
produção de biofármacos e kits de diagnóstico da covid-19. “Graças a esse
investimento, Bio-Manguinhos foi capaz de dar respostas rápidas nesse momento
da pandemia, inicialmente com o escalonamento da produção do kit molecular para
a covid-19 e, agora, com o início da produção do IFA nacional para a
vacina", celebrou Zuma.
Já o superintendente da Área
de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Leite, ressaltou que o apoio
não reembolsável do BNDES à saúde teve sempre a preocupação de enfrentar
desafios tecnológicos e lacunas de infraestrutura para o desenvolvimento de
medicamentos e produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O
objetivo, segundo enfatizou, é “aumentar o acesso da população a produtos
nacionais mais inovadores”. A planta de protótipos do CHP é a primeira planta
biotecnológica da iniciativa pública do país, salientou o BNDES.
Edição: Denise Griesinger
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