Mudança terapêutica para a
forma mais branda da doença deve ocorrer a partir de 1º de julho
Pacientes com hanseníase
paucibacilar, uma forma menos agressiva da doença, passam a contar com novo
tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). A clofazimina, medicamento que
compõe o esquema terapêutico para tratamento da hanseníase, será fornecido
também para pessoas acometidas pela doença na forma paucibacilar. O medicamento
passa a ser ofertado a partir desta quinta-feira (1º) para esse grupo.
Com a ampliação do uso da
clofazimina aos pacientes paucibacilares, o diagnóstico entre hanseníase
multibacilar e paucibacilar será mais preciso, já que o tratamento se torna
unificado, recebendo nova denominação: Poliquimioterapia Única da Hanseníase
(PQT-U).
Até então, o processo
terapêutico composto pela associação dos medicamentos rifampicina, dapsona e
clofazimina era ofertado no SUS apenas para os pacientes multibacilares da
hanseníase, o chamado tratamento poliquimioterápico (PQT).
"A hanseníase permanece
como um importante problema de saúde pública. A ampliação do uso da clofazimina
ao tratamento dos pacientes paucibacilares é mais uma conquista para o
enfrentamento da doença no Brasil", destaca o diretor do Departamento das
Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Gerson
Pereira.
O tratamento foi incorporado ao SUS após recomendação da Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias (Conitec), com base em análise de evidências
científicas disponíveis sobre a eficácia, a efetividade e a segurança
relacionadas ao uso da clofazimina para pacientes com hanseníase paucibacilar.
Os medicamentos são fornecidos
ao SUS pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atende à demanda brasileira
de poliquimioterapia para todos os casos de hanseníase.
SOBRE A HANSENÍASE
Manchas avermelhadas na pele,
falta de sensibilidade e perda da força nos braços são importantes sinais de
alerta. A hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação
obrigatória em todo território nacional.
A infecção por hanseníase pode
acometer pessoas de todos os gêneros e idade. Entretanto, é necessário um longo
período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da
população infectada realmente adoece.
O diagnóstico da hanseníase é
essencialmente epidemiológico e clínico, para identificar manchas, lesões ou
áreas da pele com alteração de sensibilidade ou comprometimento de nervos
periféricos, com alterações sensitivas e motoras. O tratamento dura entre seis
e 12 meses e é ofertado de forma integral e gratuita no SUS.
NÚMEROS
O Brasil é o segundo país no
mundo em número de casos da doença, ficando atrás apenas da Índia. Entre 2010 e
2019, foram diagnosticados mais de 300 mil novos casos de hanseníase no Brasil,
sendo 20,6 mil em menores de 15 anos.
Atualmente, cerca de 29,8 mil
pacientes estão em tratamento no SUS. O tratamento da hanseníase é realizado em
âmbito ambulatorial, nas unidades básicas de saúde da Atenção Primária,
serviços especializados, hospitais públicos e universitários.
Ministério da Saúde
(61) 3315-3580 / 2351
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