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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Comissão debate campanhas focadas na saúde urogenital de crianças e adolescentes

Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica propõe a criação das campanhas Outubrinho Rosa e Novembrinho Azul, para meninas e meninos até 15 anos

Reila Maria/Câmara dos Deputados


Deputado Dr. Zacharias Calil: "Crianças acima de 12 anos, o pediatra não olha mais"

Assim como já existem o Outubro Rosa, campanha anual de atenção à saúde da mulher, e o Novembro Azul, dedicado aos homens, uma iniciativa da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE) pretende criar outras duas campanhas para focar nos cuidados com a saúde urogenital de meninos e meninas de até 15 anos.

Em uma audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (28), foram apresentadas as propostas do Outubrinho Rosa e do Novembrinho Azul. As atividades incluem consultas e palestras com especialistas, além do acolhimento familiar por parte de profissionais de saúde.

Reila Maria/Câmara dos Deputados


Antonio Braga Neto (no telão):  "Mais de 40 milhões de brasileiros têm até 14 anos"

Vacina contra o HPV
O diretor do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Antonio Braga Neto, afirmou durante a audiência pública na Câmara que mais de 40 milhões de brasileiros têm até 14 anos. Ele acrescentou que, entre as principais causas de internação de meninas até 15 anos, estão inflamação nas mamas e problemas na menstruação. Entre os meninos da mesma faixa etária, hérnia inguinal e fimose.

O representante do Ministério da Saúde alertou para a importância da vacina contra o HPV. A imunização previne a ocorrência de lesões genitais que podem evoluir para vários tipos de câncer. “Neste momento em que o Ministério da Saúde trabalha o esquema de multivacinação, devemos ampliar a cobertura de vacinação contra o HPV quadrivalente, incorporada ao nosso calendário nacional de vacinação, que ainda encontra uma cobertura díspar nesse país continental e aquém do que podemos oferecer às nossas meninas e meninos”, disse.

Reila Maria/Câmara dos Deputados


Fernanda Monteiro sugeriu incluir a prevenção contra abusos sexuais

Abuso sexual
Uma sugestão feita pela representante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a secretária-adjunta de Direitos da Criança e do Adolescente, Fernanda Monteiro, é que as campanhas incluam a prevenção contra abusos sexuais. Ela relata casos envolvendo bebês e reforça o papel do pediatra como agente da denúncia, que pode ser feita pelo telefone 181.

“Essa criança, ela não está na escola, ela não está na creche ainda, ela está apenas dentro da casa dela. E esse abuso está acontecendo ali, e muitas vezes, essa porta de entrada é esse médico que está diante daquela criança”, observou.

Os próprios pais podem detectar sinais de possíveis problemas de saúde em crianças e adolescentes relacionados a região urogenital. Algumas recomendações são examinar as roupas íntimas deles, para ver se há secreções e observar os corpos dos filhos pequenos na hora do banho.

Diagnóstico difícil
Autor do requerimento para a realização da audiência, o deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO), que é cirurgião pediátrico, ressaltou que várias patologias têm diagnóstico difícil, o que impede o encaminhamento rápido para tratamento mais eficaz.

Em entrevista ao programa Painel Eletrônico, da Rádio Câmara, ele deu alguns exemplos de problemas que podem atingir meninas com até 15 anos, como sangramentos, lesão vaginal ou má formações. E quanto aos meninos, eles podem ter alterações nos testículos, que podem levar à infertilidade e ao câncer. Nos bebês, o contato com a fralda e com a urina pode causar irritações na pele da região genital.

Uma preocupação do deputado Dr. Zacharias Calil é com uma espécie de hiato no atendimento de jovens a partir de 12 anos na rede de saúde. “No Brasil, o pediatra não olha mais. Pela Sociedade Brasileira de Pediatria, é até 12 anos. E de 12 até 19 anos, quem é que olha essas crianças? Nos Estados Unidos, até 18, 21 anos, o pediatra olha essas crianças. Aqui no Brasil, o adolescente fica meio que perdido, você não sabe se leva no clínico ou no ginecologista de adulto", disse.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Roberto Seabra

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Fonte: Agência Câmara deNotícias

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