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sábado, 4 de abril de 2015

A dor crônica foi localizada

A dor é especialmente problemática quando se torna crônica. Em estudos clínicos com camundongos, pesquisadores da Universidade de Berna (Suíça) identificaram um mecanismo que é responsável pela cronificação da dor no cérebro. Os autores do estudo, publicado na revista "Neuron", acreditam que o achado abre novas possibilidades para o futuro tratamento médico da dor crônica.

Especificamente, os pesquisadores estudaram as modificações dos neurônios devido à dor crônica do córtex cingulado, uma parte do cérebro que processa emoções relacionadas à dor. A determinação de uma "memória da dor" desempenha uma importante função no processo. "Os neurônios são constantemente ativados por um estímulo nocivo, construindo uma trilha na memória que se torna irreversível. Nossa ideia foi entender melhor esse mecanismo para achar possíveis estratégias para um novo tratamento", explicou o principal autor do estudo, Thomas Nevian.
Os cientistas pesquisaram especificamente alterações nas propriedades elétricas dos neurônios no córtex singulado. O estudo mostrou que a dor crônica deixa os neurônios mais excitados nesta parte do cérebro. A modificação foi atribuída a um determinado canal de íons. A função do canal de íons foi reduzida devido à dor crônica. Isso levou ao acionamento de mais impulsos nervosos que, por sua vez, aumentavam a percepção da dor.

Em uma outra etapa, foi ativado um receptor de serotonina específico por onde foram restabelecidas as funções normais dos neurônios. "Por algum tempo ficamos sabendo que a serotonina pode modular a percepção da dor, e a função de alguns medicamentos é baseada nisso", disse Nevian. "Pudemos identificar um subtipo específico de receptor de serotonina que reduziu a percepção de dor com maior eficiência. Este é um resultado importante, que poderá ajudar no futuro o tratamento da dor crônica de modo mais eficaz."

Fonte: Rev. Neuron / APA

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