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domingo, 2 de agosto de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Noticiário dos jornais diários exerce forte influência na pauta das revistas que circulam neste fim de semana.

O fenômeno contamina, especialmente, os temas relacionados à operação Lava Jato: todos os veículos – em maior ou menor grau – trazem repercussões sobre a nova fase da investigação. Não há, porém, itens exclusivos ou inéditos.

Abordagens centradas na conjuntura política também têm como pano de fundo a Lava Jato. A expectativa das revistas quanto à retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, no entanto, se impõe.

Reportagens especiais e as colunas de notas especulam sobre o cenário de curto prazo.

CARTA CAPITAL traz em sua capa reportagem na qual lança uma série de questionamentos sobre a tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff e faz correlações entre as ambições da oposição e o cenário que aguarda o governo ao longo de agosto.

ÉPOCA publica na capa uma síntese do que Câmara e Senado terão pela frente e provoca: “Você votou neles. E agora?”. Reportagem pergunta ainda o que farão os eleitores, caso o Congresso aprove a chamada "pauta-bomba".

ISTOÉ reserva sua capa para retomar uma polêmica recente e concluir que, ainda que tenha sido real o movimento de aproximação entre Fernando Henrique Cardoso e Lula, o diálogo entre os dois é inviável por diferenças que os separam radicalmente.

VEJA destoa das demais e investe em economia como tema para reportagem de capa. O termo “tempestade perfeita” guia o contexto apresentado pela revista: inflação, juros e dólar em alta, combinados com a crise política, anunciam um longo período de estagnação.

ISTOÉ DINHEIRO avança na cobertura de novos negócios e em sua capa registra a ousadia da GM em programar investimentos bilionários no Brasil em plena turbulência.




As menções à Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão atreladas a abordagens que têm como referência temas de longo alcance que marcaram parte da cobertura dos últimos dias.

Como ponto de atenção, registra-se na coluna do jornalista RICARDO BOECHAT, em ISTOÉ, a seguinte nota: “nos últimos dias, alguns funcionários e diretores da CNI exibem tensão em seus rostos com a possibilidade de policiais federais subirem ao 17º andar do prédio da confederação, em Brasília, por causa da Operação Radioatividade – desdobramento da Lava-jato que apura a formação de suposto cartel no sistema elétrico”.

Ainda de acordo com BOECHAT, “o presidente da Eletrobrás, José da Costa, foi sócio de empresas do ramo com gente grande da CNI antes de assumir o poder na estatal”.

Em outra frente, DINHEIRO NA SEMANA, na ISTOÉ DINHEIRO, repercute dados do recente relatório Doing Business, do Banco Mundial, que aponta que “o excesso de burocracia é responsável pelo atraso da economia brasileira”.

O Brasil continua entre os últimos quando se pensa em facilidade para abrir um negócio, adverte DINHEIRO NA SEMANA, que completa: “pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirma esse quadro: a burocracia é perceptível no dia a dia da população brasileira”.



Infraestrutura e a agenda empresarial retomam espaços, embora o peso do noticiário macroeconômico atrelado ao universo industrial seja relevante.

A perspectiva de crise está instalada em reportagens, entrevistas e colunas. A ideia de que o mau momento que afeta o emprego, a inflação, o dólar, o investimento e a confiança do empresariado ainda levará tempo para passar determina o tom da cobertura.

MÁRCIO KROEHN, na ISTOÉ DINHEIRO, opina que a decisão da agência de classificação de risco Standard & Poors de manter a nota do Brasil em BBB-, mas com perspectiva negativa, não poderá ser vista, de forma alguma, como a causa dos problemas do país.

“Precisamos de capital estrangeiro, que está escasso com as crises internacionais”, afirma KROEHN.

O ex-ministro ANTONIO DELFIM NETTO, em sua coluna na CARTA CAPITAL, adverte que a “obsessão fiscal” é incapaz de induzir a mudança das expectativas para a economia voltar a funcionar.

“Qual é a probabilidade de que o honesto reconhecimento pelo governo do fracasso do ‘ajuste fiscal’ original [...] possa estimular o aumento da ‘confiança’ e, assim, o ‘desenvolvimento’? Provavelmente, zero! O mais provável é que a concentração apenas em mais ‘ajuste fiscal’ deteriore ainda mais as expectativas de ‘desenvolvimento’”, avalia.

Ainda entre as colunas, RICARDO BOECHAT, em ISTOÉ, informa que, “na reunião em que autorizou a transferência de até R$ 10 bilhões de verba do FGTS para o BNDES, vários membros do conselho que aprova os investimentos do bilionário fundo (FI-FGTS) declararam em seus votos um alerta: as taxas de juros do banco, em algumas operações de crédito para empresas, estão muito baixas”.

BOECHAT revela que, “com o alerta os conselheiros buscam se proteger, caso venham a ser questionados sobre o destino dos financiamentos e eventuais calotes. O fantasma da CPI do BNDES paira sobre a cabeça de muitos”.
Também em RICARDO BOECHAT, informação é de que, “pela primeira vez a maior disputa de educação profissional do mundo será na América Latina”.

Texto relata que, de 12 a 15 de agosto, no Anhembi, a WorldSkills Competition reunirá 1.200 desafiantes (56 do Brasil) de 62 países, que simularão desafios reais de ensino técnico em 50 ocupações diferentes.

BOECHAT relata que, “para que os competidores sigam padrões internacionais, muitos equipamentos virão do exterior, mas a brasileira ROMI cederá 64 centros de usinagem para as provas – máquinas que moldam todo tipo de peças industriais – no valor de R$ 17 milhões”.

DOZE FRASES, na revista ÉPOCA, reproduz declaração atribuída à presidente Dilma Rousseff sobre a nova fase do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec): “Não vamos colocar meta. Vamos deixar a meta aberta, mas, quando atingirmos a meta, vamos dobrar a meta” – SEMANA, na ISTOÉ, e VEJA ESSA, na VEJA, também reproduzem.

Como mais um ponto de atenção, ISTOÉ publica reportagem diferenciada na qual faz um balanço sobre o que chama de “salto científico”.

De acordo com o texto, “essa perspectiva está abalada” devido ao contingenciamento financeiro. “Universidades brasileiras têm sofrido com um corte de 75% na verba federal destinada ao custeio das pesquisas em cursos de mestrado e doutorado, chegando ao cúmulo de os próprios pesquisadores precisarem comprar material de laboratório, como luvas e reagentes químicos”, resume a revista.

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