Revistas que circulam no fim de semana repercutem a
prisão preventiva do ex-ministro José Dirceu, na nova fase da operação Lava
Jato, e o efeito desse acontecimento no PT e na governabilidade da presidente
Dilma Rousseff.
Assunto é capa da ISTOÉ, ÉPOCA, VEJA e CARTA CAPITAL.
Assunto é capa da ISTOÉ, ÉPOCA, VEJA e CARTA CAPITAL.
- ISTOÉ aponta que a nova prisão do ex-ministro José Dirceu transforma o partido em um símbolo da corrupção e “abrevia o adeus da legenda que prometeu mudar a maneira de fazer política no país, mas decepcionou os brasileiros”.
- ÉPOCA posiciona que a crise atual é consequência de má gestão, erros políticos e “arrogância” - que existem no PT desde os tempos de Lula e José Dirceu. Em tom crítico, expõe: “A prisão de José Dirceu representou um grande baque para o Partido dos Trabalhadores”.
- Capa da CARTA CAPITAL traz duas reportagens, uma que chama a atenção para um Congresso sem controle e adverte que a tendência é continuar a ser um espaço de cada um por si, “apesar dos riscos institucionais dessa opção”. Revista também repercute a prisão de José Dirceu.
- VEJA, em reportagem de capa, aponta que “o governo petista está desorientado, pede socorro, mas finge que não ouve o barulho das ruas”. Segundo a revista, no Congresso, parlamentares aliados votam sistematicamente contra ela, e, na área econômica, a situação não é menos desconfortável.
- Com foco em negócios, ISTOÉ DINHEIRO destaca que a compra do HSBC Brasil pelo Bradesco coloca os dois maiores bancos privados do país em pé de igualdade no duelo pelo primeiro lugar do ranking.
Com o reflexo do noticiário político e econômico,
abordagens atrelam panorama nacional à agenda da indústria. Foco, contudo, está
centrado em alguns ramos da atividade, com o intuito de retratar e aprofundar
os impactos da crise no setor fabril (leia mais em ANÁLISE SETORIAL).
Em um cenário de instabilidade, a delicada situação
da indústria brasileira volta a ganhar protagonismo nas revistas.
- ISTOÉ DINHEIRO aponta que fim do recesso parlamentar foi marcado por novas derrotas ao governo e complicou a crise política. Segundo a reportagem o “acerto entre poderes virou pauta prioritária e urgente do empresariado”.
- Texto situa que os empresários já vinham mostrando insatisfação e exigindo do governo uma pauta pós-ajuste fiscal. “Mais urgente, porém, tornou-se a cobrança de que Legislativo e Executivo se entendam e procurem encerrar a atual crise política”, aponta a revista.
- “Uma boa parte dessa crise foi gerada pela classe política. A crise política fabricou a crise econômica e está nos matando. O Brasil não aguenta ficar dois, três anos parado, em recessão”, afirma Carlos Pastoriza, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Ele esteve em Brasília coma mais de 100 empresários do setor para lançar uma pauta de reivindicações e a Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas.
- Reportagem da DINHEIRO acrescenta que, no Congresso, o grupo cobrou de Michel Temer um esforço para acabar com a incerteza atual e celebrar um pacto para garantir a governabilidade e uma melhora da economia. A mesma mensagem também foi repassada ao vice-presidente pelas federações da indústria carioca (Firjan) e paulista (Fiesp).
- “A situação política e econômica é a mais aguda dos últimos 20 anos. É vital que todas as forças políticas se convençam da necessidade de trabalhar em prol da sociedade”, afirmaram as entidades, em nota conjunta.
- DINHEIRO NA SEMANA, na ISTOÉ DINHEIRO, assinala: "Queremos ser ouvidos pelo governo, por isso vamos para as ruas de forma ordeira e apartidária", afirma Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da Abimaq.
- Segundo a coluna, a principal crítica se refere ao ajuste fiscal do governo federal que, nas palavras do empresário, está sufocando o setor produtivo. "O governo precisa apoiar a indústria para que o país não volte a ser uma colônia exportadora de commodities", diz.
- Em entrevista à CARTA CAPITAL, Mario Bernardini, diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, aponta as falhas na política adotada no setor de petróleo. “A modelagem adotada no setor de óleo e gás parece inspirada nos anos 50 do século passado e seria contraproducente: adquirem-se internamente bens e serviços de baixo valor agregado e importam-se aqueles de alto valor”, afirma.
- Segundo ele, os investimentos até agora têm acrescentado pouquíssimo conteúdo brasileiro. Já o sistema adotado na área de energia eólica seria moderno e estimularia a produção nacional.
- LEONARDO ATTUCH, na ISTOÉ, afirma que o desabafo do vice-presidente Michel Temer, feito na última quarta-feira, ao dizer que "é preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos" pode ser interpretado que ele “praticamente se colocou na pista”.
- “Um dia depois, Temer recebeu apoios de duas importantes lideranças empresariais: os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf, e da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira. ‘A indústria brasileira se associa ao apelo de união para que o bom senso, o equilíbrio e o espírito público prevaleçam no Brasil’, disseram os empresários”, segundo reproduz ATTUCH.
- MAILSON DA NÓBREGA, na VEJA, expõe “o PT fez tudo errado depois que Palocci saiu. Interpretou, equivocadamente, que a crise financeira mundial de 2008 era a senha para adotar ultrapassadas ideias econômicas do partido. Prolongou, sem razão, medidas tomadas para enfrentar essa crise. A ideologia se sobrepôs à teoria que explica o crescimento”.
- O ex-ministro explica que o crescimento vem do investimento, da incorporação de mão de obra e da produtividade. “A competitividade da indústria despencou e seu ritmo de crescimento diminui desde 2012”, pontua. Segundo ele, “por ideologia ou incompetência, o PT não realizou reformas estruturais essenciais para elevar a produtividade”.
- ISTOÉ DINHEIRO alerta que o câmbio vem se desvalorizando no mesmo ritmo da queda de popularidade do governo e aflige empresas com insumos importados e dívidas no exterior. “Desde o início de julho, a cotação da moeda americana subiu 14%, ultrapassando a barreira psicológica de R$ 3,50. No ano, a alta acumulada supera os 30%”, situa.
- “Para o setor industrial, o câmbio desvalorizado é a grande chance de acessar mercados lá fora, principalmente os Estados Unidos, cuja economia está em franca recuperação. No entanto, muitas empresas vão sofrer uma forte pressão nos preços dos insumos importados”, adverte a reportagem. “No curto prazo, o dólar mais caro pesa demais nos custos da produção automotiva”, diz Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
- Como ponto de atenção, LUIZ GONZAGA BELLUZZO, na CARTA CAPITAL, opina que os resultados da atividade industrial são “deploráveis”. “A participação da indústria brasileira no PIB caiu de 35,8% em 1984 para 15,3% em 2011. Em 2014 escorregou para 13%”, situa.
- Segundo BELLUZZO, “a última moda nos círculos bem-falantes e bem informados é pregar a integração da indústria nativa às cadeias globais de valor e clamar pelo aumento da produtividade. Essas recomendações equivalem às campanhas em defesa da saúde, contra a doença”.
RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, registra que “a
Força Sindical, a UGT, a CGTB e a Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas (Abimaq) farão um ato comum no Centro de São Paulo na quinta-feira 13.
Patrões e empregados deram as mãos preocupados com as baixas vendas de
equipamentos e o aumento do desemprego. De acordo com Miguel Torres, presidente
da Força, a indústria como um todo, que em 1995 era 27% do PIB, hoje
responde por 9%”.
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