Destaques

domingo, 2 de agosto de 2015

Após fim do recesso, deputados encontram pauta trancada por projetos com urgência

Além deles, os parlamentares também poderão analisar contas de governos e continuar a proposta de emenda à Constituição da reforma política.
O plenário retoma as votações após duas semanas de recesso parlamentar, e a pauta já começa trancada por dois projetos do Executivo com urgência constitucional vencida. Além deles, os deputados também poderão analisar contas de governos e continuar a proposta de emenda à Constituição da reforma política.
Os dois projetos que trancam a pauta buscam adequar a legislação brasileira a acordos internacionais de combate ao terrorismo assinados pelo Brasil. Uma das propostas tipifica o crime de terrorismo e prevê pena de oito a doze anos de prisão em regime fechado. A outra cria no processo civil brasileiro a ação de indisponibilidade de bens, direitos e valores, determinada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O objetivo é bloquear os bens e valores para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
As duas propostas foram enviadas pelo Executivo em junho e, portanto, não foram ainda muito discutidas pelos deputados, nem têm relatório apresentado, o que pode dificultar a análise. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirma que vai tentar acordo para facilitar a votação dos textos.
"Eles vão ser os primeiros da pauta a serem votados. Eu não sei ainda se vai ter ou não acordo sobre eles, porque eu tentei até votá-los na última semana e não teve consenso, não quiseram votar. Então eu vou ver se consigo ter um consenso, ter um relator de plenário, enfim, alguma coisa possível pra fazer o consenso e liberar a pauta."
Mesmo se não for possível o acordo pra liberação da pauta nesta semana, o plenário deverá votar propostas que não ficam impedidas pelo trancamento. É o caso dos projetos de decreto que analisam contas de governo. Nesta semana, estão previstas quatro dessas propostas: a que aprova as contas de Itamar Franco, entre setembro e dezembro de 1992, as que aprovam, com ressalvas, as contas de Luiz Inácio Lula da Silva de 2006 e de 2008, e a que aprova as contas de Fernando Henrique Cardoso de 2002, também com ressalvas.
O projeto que rejeita as contas de Fernando Collor de Melo de 1992 ainda não está pautado, pois o rito dessa votação ainda não foi definido pelos parlamentares.
Além das contas dos governos, o presidente da Câmara também quer votar, nesta semana, a reforma política. No final do primeiro semestre legislativo, os deputados não conseguiram concluir o segundo turno da reforma por causa de um impasse na votação de destaque que buscava impedir o financiamento empresarial de campanhas. A proposta que reduz a maioridade penal, segundo Cunha, ficaria para a segunda semana de agosto.
Apesar da agenda apontada por Eduardo Cunha, as prioridades do governo para este segundo semestre, de acordo com o líder José Guimarães, são outras.
"Eu penso que a grande prioridade é nós concluirmos a votação do ajuste no Senado, nós discutirmos a questão dessa nova proposta de repatriação de capitais, porque o governo precisa fazer caixa. É simples: nós temos que ter receita, houve uma queda na arrecadação e nós precisamos de novas receitas para garantir os compromissos sociais e das políticas públicas."
O projeto do ajuste fiscal que está no Senado aumenta tributos para 56 setores da economia, e já passou pela Câmara, mas se modificado pelos senadores, voltará para nova análise dos deputados. E a proposta para a repatriação de dinheiro não declarado mantido no exterior só será pautada na Câmara, segundo Eduardo Cunha, caso o Executivo envie um texto. Já existe uma proposta em debate no Senado com esse conteúdo de autoria do senador Randolfe Rodrigues, mas Eduardo Cunha quer que o governo assuma autoria da proposta.


0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda