O país registrou crescimento de 17% nos custos de saúde, ficando
atrás apenas da Argentina, Vietnam e Tailândia
O Brasil terá a quarta maior inflação médica em 2015 em relação
a 29 países da Europa, Ásia e Américas. É o que mostra pesquisa internacional
da Mercer Marsh Benefícios, consultoria especializada em gestão de benefícios e
saúde. O país, que registrou 17% de crescimento nos custos de saúde, ficou
atrás apenas da Argentina (29%), Vietnam (23,4%) e Tailândia (17,9%). Quando
analisado somente países da América Latina, o Brasil é o segundo no ranking da
inflação médica na região, depois da Argentina.
Segundo a pesquisa, no mundo, a inflação médica projetada é de
10,5%. Em toda a América Latina, a inflação médica é, em média, duas vezes
maior que a verificada na maioria dos 29 países. “É um custo que cresce ano
após ano acima da inflação econômica. Isto se dá em razão de alguns fatores,
principalmente devido ao aparecimento de novas tecnologias e novos tratamentos
que contribuem para o aumento de custos acima da inflação econômica, o que
chamamos de inflação médica”, explica Renato Cassinelli, diretor da Mercer Marsh
Benefícios para América Latina e Caribe. “A inflação é impactada, sobretudo,
pelo câmbio, pois muitos equipamentos são importados e vem de fora atrelado ao
dólar”, complementa.
Impacto na folha de
pagamento das empresas
A inflação médica impacta também no custo das empresas que
oferecem planos de saúde (assistência médica) para os funcionários. Na América
Latina, a inflação médica, que gera o segundo maior custo na folha de pagamento
das empresas, tem crescido acima da massa salarial.
Outro impacto nos custos da assistência médica para os
funcionários, é reflexo do alto índice de utilização dos planos de saúde acima
dos padrões aceitáveis, muitas vezes em razão de falta de orientação para o uso
racional da assistência médica, tanto por parte dos profissionais da medicina
quanto por parte dos usuários e beneficiários dos planos.
“Ainda não existe nas empresas a cultura da promoção e
prevenção. Nossos programas de benefícios ainda são extremamente voltados para
as ações curativas. Adotar a coparticipação, ou seja, compartilhar os custos da
assistência médica com os funcionários é a estratégia de um número maior de
empresas em decorrência dos preços dos planos de saúde que têm crescido acima
da inflação”, diz.
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