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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Release/Balanço pós evento_VII Fórum Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde

Inovação tecnológica em saúde foi tema de debate internacional no Senado
O VII Fórum Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde reuniu ontem (12), no Senado Federal, importantes nomes nacionais e internacionais. Ambiente regulatório, pesquisas clínicas, qualidade e bioequivalência de medicamentos, foram pontos destacados no evento

A sétima edição do evento abriu espaço para um importante debate na área da saúde, com intuito de ultrapassar barreiras e difundir ideias que possibilitem o desenvolvimento da inovação no setor, garantindo acesso e qualidade de produtos e serviços à população. O evento foi realizado no auditório do Interlegis (Senado Federal), das 9 às 14h, nesta quinta-feira, 12 de novembro, como parte das atividades do Programa Ação Responsável - que promove a discussão de assuntos prioritários da agenda do Governo Federal.

Para a presidente do Instituto Brasileiro de Ação Responsável, Clementina Moreira Alves, a saúde precisa de uma reinvenção, com investimentos em inovação. “É impossível falar em soberania de Estado, de desenvolvimento responsável de uma nação, sem fazermos de fato os investimentos necessários em inovação tecnológica na área da saúde”, disse ao abrir a mesa de abertura do evento.

“Sabemos que o atendimento à população na área da saúde é muito precário em nosso país, muito embora a Constituição estabeleça que é um direito de todos e dever do Estado”, lembrou o senador Hélio José (PSD/DF). Na ocasião, elogiou o Programa Ação Responsável pelo debate e o apoio de instituições parceiras - Congresso Nacional, Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio, Ministério de Ciência e Tecnologia, PNUD, Agência Íntegra Brasil e Interlegis. “Esse fórum representa contribuição importante para aprimorar a prestação dos serviços em saúde, pois o Brasil não tem ainda tecnologia e autonomia suficientes para produzir aparelhos e medicamentos estratégicos que melhorem o atendimento à população”, articulou.

O deputado federal Izalci Lucas (PSDB/DF) destacou alguns avanços do Brasil em inovação, mas lamentou que não se trata de uma prioridade para o país. “Avançamos. Conseguimos depois de quatro anos a promulgação da PEC 88 - a PEC da Inovação. Mas não basta. O PL principal que regulamenta essa questão ainda precisa de aprovação”, explicou. Presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, o parlamentar disse que é impossível fazer ciência e tecnologia no país com base na atual legislação. “A legislação presente impede a inovação tecnológica. E na área da saúde estamos defasados. Precisamos pesquisar mais e transformar conhecimentos em produtos inovadores, medicamentos e patentes”, defendeu.

Do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o coordenador de Incentivos ao Desenvolvimento Tecnológico, Aristeu Gomes Tininis ressaltou a importância da interação entre universidades, empresas, pesquisadores e médicos. “Temos várias possibilidades de atuação do governo junto às empresas para que elas desenvolvam pesquisas e se tornem mais competitivas e consequentemente faturem mais”, argumentou. Segundo ele, a Lei do Bem contou, em 2013 e 2014, com 50 empresas que investiram em pesquisa, no valor de R$ 100 Milhões em todo o Brasil. “São empresas que desenvolvem desde Dipirona Sódica até empresas que inovam em equipamentos, como uma que desenvolveu um aparelho de laparoscopia e hoje exporta para 80 países. Isso nos deixa satisfeitos”, comemorou.

Bruno de Carvalho Duarte, coordenador-geral das Indústrias Químicas e Transformados Plásticos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, disse estar honrado em participar de um fórum que tem como pano de fundo a inserção da inovação dentro da base produtiva do país como forma de aumentar a competitividade e ampliar o acesso em saúde. "Há discussão sobre acesso e há discussão sobre inovação e produtividade. Mas essas questões caminham juntas, pois se pegamos o déficit comercial da saúde (U$ 11,6 Bilhões em 2013) e observarmos que mais de 80% desse déficit se refere a produtos de alta complexidade, vemos que boa parte desse déficit não é só comercial, mas tecnológico e de conhecimento. Temos que passar a produzir conhecimento mais profundamente dentro no nosso país. Há desafios, claro, mas há também potencial”, ponderou.

O diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos/MS, Eduardo Jorge abriu a mesa técnica do Fórum, ressaltando a dificuldade brasileira na execução dos projetos de pesquisa. “Não adianta a gente fazer ampliações significativas de investimento na área da saúde se a gente não tiver um marco regulatório, que permita efetivamente o pesquisador a executar aquele recurso. Além disso, é preciso  trabalhar para que a infraestrutura seja revertida em benefícios para o cidadão, para uma sociedade melhor, mais justa, com emprego e renda”, destacou.

Visão internacional

Dentre os nomes mais aguardados no evento, o presidente do Center for Medicine in the Public Interest - organização americana de pesquisa educacional que discute e desenvolve cuidados em saúde focados no paciente -, Peter Pitts disse que o Brasil é visto como inovador e regulador de liderança. “A ANVISA merece ser parabenizada pelo trabalho que desenvolve”, destacou. Para Pitts, a inovação é um processo contínuo, com pesquisa básica e aplicada. “Temos que pensar a inovação em termos de aquisição e incorporação, com acesso a medicamentos de forma rápida e segura”. Segundo o médico americano, a inovação tem seu valor na saúde pública. “Com medicamentos e bons tratamentos as pessoas vivem mais. Praticamente todo investimento em saúde vale a pena. O valor da inovação nesse caso é o que ela traz de benefício ao paciente ao longo de sua vida”, defendeu.

Ainda, para Pitts os desfechos positivos da inovação são impossíveis sem medicamentos de qualidade. “Isso nos leva à farmacovigilância do XXI e ao conceito de bioequivalência", pontuou dizendo que a a droga mais cara é aquela que não funciona. “A menos que administremos drogas confiáveis estaremos nos enganando", completou.
Naldo Dantas, secretário executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras fez uma abordagem sobre o conceito de inovação, dizendo que ela nasce e tem a sua plenitude no mercado. "Esse mercado somos nós, é a sociedade, são as nossas famílias (...), com anseios, sofrimentos, dores e problemas - que são as grandes inspirações para a inovação. Ou seja, só haverá inovação se esses problemas forem resolvidos na prática". Para Naldo, o Governo, neste sentido, exerce papel de equilíbrio entre as aspirações e do que é possível fazer, dando os limites do razoável dentro do processo de inovação.

Diretor do Departamento de Anatomia Patológica Do Hospital A.C. Camargo e professor titular de Patologia Geral da FOUSP, o médico Fernando Augusto Soares defendeu a inovação sob o olhar da medicina personalizada. “A aplicação eficiente da medicina personalizada tornará os procedimentos cada vez mais complexos à medida que mais se aprende sobre os mecanismos moleculares das neoplasias”, resumiu. Ainda, para Soares, os patologistas podem exercer papel central e crítico como condutores da terapia personalizada através da determinação dos perfis tumorais que sejam essenciais para as decisões terapêuticas. “Essa padronização e o controle de qualidade são urgentes”, finalizou.

Da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o gerente de Segurança e Eficácia de Medicamentos, Claudiosvam Martins Alves Sousa  disse que o trabalho da regulação é uma tarefa árdua, apesar de muitas vezes ser reduzida a mera burocracia. “O grande desafio da inovação na regulação está em como permitir fazer um trabalho rápido sem abrir mão da qualidade, segurança e eficácia e, principalmente, com limitação de pessoas, servidores e recursos”, destacou. Sobre parcerias completou que a regulação deve ser construída por várias mãos, sinergia entre todos os autores.

O VII Fórum Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde contou com moderação do diretor geral da Divisão de Vacinas do Grupo Sanofi Brasil, Hubert Guarino.

Serviço: VII Fórum Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde
Evento realizado: dia 12 de novembro, das 9 às 14h
Local: Auditório Antônio Carlos Magalhães no Interlegis (Senado Federal – Via N2)
Mais informações: www.acaoresponsavel.org.br, seminarios@acaoresponsavel.org.br e (61) 3368-6044 e 3468-5696
Realização: Instituto Brasileiro de Ação Responsável
Patrocínio: MSD, AstraZeneca, Sanofi Medley e Novartis
 Crédito das fotos: Waldemir Barreto
Imprensa:
Etcetera Comunicação

(61) 3573-4992 | 9114-4584


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