Lúcio Bernardo Junior/Câmara
dos Deputados
Os debatedores da audiência
das comissões de Seguridade Social e Família; e de Legislação Participativa da
Câmara defenderam o diagnóstico precoce da doença dos que têm intolerância ao
glúten
Representantes da sociedade
civil e parlamentares cobraram a definição de políticas públicas no Sistema
Único de Saúde (SUS) voltadas para os portadores da doença celíaca,
especialmente para o diagnóstico e tratamento.
O assunto foi debatido em
audiência pública, nesta quinta-feira (6), pelas comissões de Seguridade Social
de Família; e de Legislação Participativa, da Câmara dos Deputados.
A doença celíaca é uma
intolerância permanente ao glúten, que acomete indivíduos de todas as idades
com predisposição genética, que não conseguem metabolizar essa proteína,
causando diversos males à sua saúde.
Lucio Bernardo Junior / Câmara
dos Deputados
Odorico Monteiro pediu que uma
área específica do Ministério da Saúde assuma o protagonismo da articulação
para as políticas públicas relativas à doença celíaca
O glúten é a principal
proteína que compõe o trigo, que hoje é a base de uma ampla gama de alimentos,
medicamentos, bebidas e até mesmo cosméticos.
As opções alimentares que
estão disponíveis no mercado consumidor reduzem muito a gama de produtos que o
doente celíaco pode consumir.
Restrições alimentares
Especialistas, portadores da doença e familiares afirmaram que existe desconhecimento da patologia pela classe médica, o que dificulta o diagnóstico.
Especialistas, portadores da doença e familiares afirmaram que existe desconhecimento da patologia pela classe médica, o que dificulta o diagnóstico.
Apontaram também os problemas
enfrentados, como a falta de alimentos adequados, o que diminui a qualidade de
vida dos portadores da enfermidade.
A presidente da Federação
Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenalcebra), Elda Regina Leite
Galvão, disse que é urgente a definição de políticas públicas que alcancem os
mais de 2 milhões de pessoas celíacas no País. Ela e as duas filhas são
portadoras da doença.
Emocionada e com a voz
embargada, Elda afirmou que sofre na pele as dificuldades de restrição
alimentar. “O maior problema é a falta de política de saúde que implemente um
protocolo para o tratamento e diagnóstico”, disse.
Lei não regulamentada
Mãe de um celíaco, Clea Bento também se emocionou diversas vezes. Ela reclamou da falta de regulamentação da lei que tornou obrigatória a identificação dos alimentos com glúten nas embalagens ou rótulos (Lei 10.674/03).
Mãe de um celíaco, Clea Bento também se emocionou diversas vezes. Ela reclamou da falta de regulamentação da lei que tornou obrigatória a identificação dos alimentos com glúten nas embalagens ou rótulos (Lei 10.674/03).
Lúcio Bernardo Junior/Câmara
dos Deputados
Chico Lopes: muitas pessoas
não sabem que têm a doença; muita gente vai descobrir por acaso; o SUS não funciona
nesse sentido
“Apesar de ter 13 anos, a lei
do glúten ainda está efetivamente regulamentada. E as regulamentações
administrativas existentes hoje terminam oportunizando que as indústrias
rotulem alimentos naturalmente isentos de glúten com a rotulagem contém
glúten”, explicou Clea.
Diagnóstico precoce
A realização da audiência foi proposta pelos deputados Chico Lopes (PCdoB-CE) e Odorico Monteiro (Pros-CE). De acordo com Odorico, é preciso criar mecanismos para o diagnóstico precoce do distúrbio.
A realização da audiência foi proposta pelos deputados Chico Lopes (PCdoB-CE) e Odorico Monteiro (Pros-CE). De acordo com Odorico, é preciso criar mecanismos para o diagnóstico precoce do distúrbio.
Segundo ele, a audiência lhe
deu subsídios para elaborar um projeto de lei criando o Dia Nacional dos
Celíacos. O parlamentar pediu ainda que uma área específica do Ministério da
Saúde assuma o protagonismo da articulação da política pública para a doença
celíaca.
“Precisamos garantir a
alimentação saudável, acabar com o preconceito e, acima de tudo, é essencial o
diagnóstico precoce. Se for diagnosticado tardiamente, traz sequelas. Quanto
mais cedo o diagnóstico, mais cedo temos o tratamento”, disse.
Protocola para a doença
O deputado Chico Lopes propôs a realização de um seminário para aprofundar o debate e, depois disso, elaborar um projeto para contemplar as demandas dos celíacos. Ele disse que o SUS não funciona no diagnóstico. “Muitas pessoas não sabem que têm, muita gente vai descobrir por acaso. O SUS não funciona neste sentido”, disse.
O deputado Chico Lopes propôs a realização de um seminário para aprofundar o debate e, depois disso, elaborar um projeto para contemplar as demandas dos celíacos. Ele disse que o SUS não funciona no diagnóstico. “Muitas pessoas não sabem que têm, muita gente vai descobrir por acaso. O SUS não funciona neste sentido”, disse.
A representante do Ministério
da Saúde, Neli Muraki Ishikawa, declarou que existe um protocolo para a doença.
O deputado Odorico solicitou que o protocolo seja melhor divulgado aos estados,
municípios e nas universidades.
Reportagem - Eduardo Lobo
Edição – Newton Araújo
Edição – Newton Araújo




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