Nova
campanha alerta a população para não abandonar o tratamento contra malária. O
foco da ação é a região Amazônica, que concentra 99% dos casos da doença em
todo o país
O
Ministério da Saúde lança, nesta terça-feira (25), no Dia Mundial da Malária,
campanha de prevenção e incentivo ao tratamento da doença. Com o slogan “Faça
o Tratamento até o fim. Sem a doença, você vive muito melhor”, o foco é
incentivar as pessoas a procurarem o diagnóstico de malária em uma unidade de
saúde para fazer o exame e, caso positivo, realizar o tratamento completo. A
publicidade será veiculada na televisão, rádio, internet e outdoors a partir de
hoje na Região Amazônica (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR e TO) do país, que
concentra 99% dos casos. A campanha será divulgada também em carros e barcos de
som, para que a informação chegue à população das localidades mais vulneráveis
à doença.
“É
fundamental que as pessoas diagnosticadas com malária sigam com o tratamento
recomendado até o final. Quem não completa o tratamento, mesmo que os sintomas
desapareçam, pode acabar tendo agravamento do quadro, e além disso mantém o
ciclo de transmissão da doença”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
O
esforço do Ministério da Saúde, em conjunto com os estados e municípios, para
prevenir, controlar e reduzir a malária tem demonstrado resultados positivos a
cada ano. Em 2016, foram notificados 129.195 casos (dados preliminares) em todo
o país, que representa uma redução de 9,7% em relação a 2015 (143.161 casos).
Na comparação dos últimos dez anos, a redução foi de 76,5%, uma vez que em 2006
foram registrados 550.847 mil casos da doença. Em relação ao número de óbitos
por malária, também houve uma queda expressiva de 67,6%, passando de 105 em
2006 para 34 em 2015.
AÇÕES – Em
dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde repassou R$ 11,9 milhões para
intensificação das ações de combate e controle de malária na Região Amazônica.
Cabe esclarecer que estados de outras regiões podem apresentar casos da doença,
portanto, a vigilância não deve ser negligenciada, diante do risco de
reintrodução, agravado pelo fluxo migratório em áreas suscetíveis. Dos 129.195
casos registrados no país, 501 foram notificados fora da Região Amazônica.
O
Ministério da Saúde realizou, na semana passada, a 26ª Reunião de Monitoramento
e Avaliação do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária, que teve
como objetivo analisar e discutir ações desenvolvidas, em 2016, pelos estados e
municípios, além de avaliar o plano de ações para 2017 das coordenações
estaduais. A Região Amazônica apresentou uma redução de aproximadamente 10% do
número de casos em 2016 (128.694), comparado com o ano de 2015 (142.644).
METAS - Em
2015, o Ministério da Saúde lançou o Plano de Eliminação da Malária no Brasil,
com ênfase na doença causada pelo Plasmodium falciparum. A medida faz parte dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lançados pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em substituição aos Objetivos do Milênio
O
documento fornece orientação técnica para os municípios, define estratégias
diferenciadas para o diagnóstico, tratamento, controle vetorial, educação em
saúde e mobilização social. O Plano de Eliminação da Malária no Brasil é uma
iniciativa para deter a doença com potencial de maior gravidade. Em 2000, a
malária falciparum era responsável por 21% dos casos, caindo para 12% em 2016.
Em 2016 foram registrados 13.828 (dados preliminares) casos autóctones de
malária falciparum, uma redução de 10% em relação ao ano anterior, quando
tinham sido registrados mais de 15 mil casos.
NOTIFICAÇÕES DE CASOS NO BRASIL
Estado
|
Casos
|
Acre
|
35.175
|
Amazonas
|
49.148
|
Amapá
|
12.273
|
Maranhão
|
766
|
Mato Grosso
|
519
|
Pará
|
14.493
|
Rondônia
|
7.328
|
Roraima
|
8.969
|
Tocantins
|
23
|
Alagoas
|
2
|
Bahia
|
20
|
Ceará
|
15
|
Distrito Federal
|
28
|
Espírito Santo
|
48
|
Goiás
|
45
|
Minas Gerais
|
54
|
Mato Grosso do Sul
|
5
|
Paraíba
|
3
|
Pernambuco
|
18
|
Piauí
|
23
|
Paraná
|
16
|
Rio de Janeiro
|
51
|
Rio Grande do Norte
|
4
|
Rio Grande do Sul
|
10
|
Santa Catarina
|
15
|
Sergipe
|
5
|
São Paulo
|
139
|
Brasil
|
129.195
|
Por Camila Bogaz, da Agência Saúde
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