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sábado, 22 de abril de 2017

O sofrimento só é intolerável quando ninguém cuida”, Cicely Saunders, pioneira do movimento moderno de Cuidados Paliativos

Tratar o paciente sob um olhar mais humanizado, aliviar o sofrimento, seja ele físico, emocional, social ou espiritual, proporcionar qualidade a cada dia de vida e oferecendo apoio aos familiares é o objetivo dos Cuidados Paliativos.

Dados demográficos e epidemiológicos revelam o importante aumento da incidência e prevalência das doenças crônico-degenerativas, em especial, na população idosa, que requer outro modelo de atenção.

Cuidados Paliativos são o conjunto de metodologias assistenciais oferecidas individualmente para cada paciente que tenha uma doença fora de possibilidades de cura (que ameace a vida), com doenças crônicas, internações frequentes, que exigem cuidados especiais, e, em reabilitação, carecendo melhor qualidade de vida que passa a ser oferecida através da prevenção e alivio do sofrimento imposto pela doença.

A necessidade de implantação de clínicas especializadas em cuidados paliativos e reabilitação é uma lacuna na assistência ao paciente que exige cuidados especiais, e, uma alternativa para desospitalização dos sistemas públicos e privados de saúde, minimizando o tempo de internação hospitalar. Para isso é fundamental que o paciente tenha acesso a uma equipe multidisciplinar que assume o desafio de avaliar e tratar da dor e outros sintomas físicos, assim como aspectos sociais, psicológicos e espirituais do paciente e de sua Família.

Pacientes sem expectativa de cura ficam submetidos a longos e, muitas vezes desnecessários períodos de internação, em especial nas unidades de terapia intensiva, nem sempre ou quase nunca se beneficiam adequadamente da infraestrutura dos leitos de alta complexidade, são privados de uma série de aspectos que tornam o modelo impessoal, desumano, mecanizado, sem qualidade de vida em todos aspectos que envolvam, essencialmente, o emocional que, também, afeta diretamente os entes próximos, sem falar nos elevadíssimos custos hospitalares, além da desnecessária exposição do paciente à potencias outros riscos de contaminações.

A proposta não deixa de lançar mão dos avanços tecnológicos da medicina, pretende incluir no tratamento o bem estar do ser humano, oferecendo melhor qualidade de vida centrada no paciente, respeitando preferências e autonomia, abrange, também, a Família, notadamente, a partir do momento que o médico responsável identifica que não existem mais possibilidades da doença ser curada. Todos os envolvidos nesse processo de adoecimento e terminalidade devem ser acolhidos e contemplados pelos Cuidados Paliativos.

O tratamento é desenvolvido pela Equipe multidisciplinar com o diálogo, aberto e franco, mas diligente com compaixão e atenção aos  mínimos detalhes, para garantir a autonomia do paciente e a sua Família, o paciente deve ser visto como indivíduo único, que tem necessidades e precisa de atenção personalizada. A Equipe precisa enxergar o paciente em sua integralidade, nas dimensões física, psicológica, social e espiritual, intervenções invasivas dão lugar a mais contato humano, comunicação efetiva e atendimento individualizado.

De certa forma os cuidados paliativos resgatam antigas abordagens que a medicina moderna, automatizada, mecanizada, fundamentada em resultados obtidos com dezenas de exames clínicos e diagnósticos, gradativamente deixaram de ser proporcionada aos pacientes a atenção que requerem, em especial, em momentos limites da expectativa de cura, onde afloram as dores, temores, anseios, desejos que precisam ser respeitados e considerados como foco principal do atendimento.

Procurar medidas para extravasar os sentimentos através de atividades prazerosas: exercícios físicos, saídas com os amigos, escutar música, ler um bom livro, entre tantas opções que possam trazer uma sensação de bem-estar, tudo sem deixar de dar continuidade ao tratamento preconizado para a doença.

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), criou em 2004, a Comissão Permanente de Cuidados Paliativos da, que desenvolve atividades educativas, informando e divulgando a prática dos Cuidados Paliativos e como ferramenta, publicou em 2015 o manual, em anexo, para a abordagem introdutória, objetivando estimular o aprofundamento de conhecimento e reflexões para intervenções paliativas efetivas em idosos.


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