“O sofrimento só é
intolerável quando ninguém cuida”, Cicely Saunders, pioneira do movimento
moderno de Cuidados Paliativos
Tratar o paciente sob um olhar
mais humanizado, aliviar o sofrimento, seja ele físico, emocional, social ou
espiritual, proporcionar qualidade a cada dia de vida e oferecendo apoio aos
familiares é o objetivo dos Cuidados Paliativos.
Dados demográficos e
epidemiológicos revelam o importante aumento da incidência e prevalência das
doenças crônico-degenerativas, em especial, na população idosa, que requer
outro modelo de atenção.
Cuidados Paliativos são o
conjunto de metodologias assistenciais oferecidas individualmente para cada
paciente que tenha uma doença fora de possibilidades de cura (que ameace a
vida), com doenças crônicas, internações frequentes, que exigem cuidados
especiais, e, em reabilitação, carecendo melhor qualidade de vida que passa a
ser oferecida através da prevenção e alivio do sofrimento imposto pela doença.
A necessidade de implantação
de clínicas especializadas em cuidados paliativos e reabilitação é uma lacuna
na assistência ao paciente que exige cuidados especiais, e, uma alternativa
para desospitalização dos sistemas públicos e privados de saúde, minimizando o
tempo de internação hospitalar. Para isso é fundamental que o paciente tenha
acesso a uma equipe multidisciplinar que assume o desafio de avaliar e tratar
da dor e outros sintomas físicos, assim como aspectos sociais, psicológicos e
espirituais do paciente e de sua Família.
Pacientes sem expectativa de cura ficam submetidos a longos
e, muitas vezes desnecessários períodos de internação, em especial nas unidades
de terapia intensiva, nem sempre ou quase nunca se beneficiam adequadamente da
infraestrutura dos leitos de alta complexidade, são privados de uma série de
aspectos que tornam o modelo impessoal, desumano, mecanizado, sem qualidade de
vida em todos aspectos que envolvam, essencialmente, o emocional que, também,
afeta diretamente os entes próximos, sem falar nos elevadíssimos custos
hospitalares, além da desnecessária exposição do paciente à potencias outros
riscos de contaminações.
A proposta não deixa de lançar
mão dos avanços tecnológicos da medicina, pretende incluir no tratamento o bem
estar do ser humano, oferecendo melhor qualidade de vida centrada no paciente,
respeitando preferências e autonomia, abrange, também, a Família, notadamente,
a partir do momento que o médico responsável identifica que não existem mais
possibilidades da doença ser curada. Todos os envolvidos nesse processo de
adoecimento e terminalidade devem ser acolhidos e contemplados pelos Cuidados
Paliativos.
O tratamento é desenvolvido
pela Equipe multidisciplinar com o diálogo, aberto e franco, mas diligente com
compaixão e atenção aos mínimos detalhes, para garantir a autonomia do
paciente e a sua Família, o paciente deve ser visto como indivíduo único, que
tem necessidades e precisa de atenção personalizada. A Equipe precisa enxergar
o paciente em sua integralidade, nas dimensões física, psicológica, social e
espiritual, intervenções invasivas dão lugar a mais contato humano, comunicação
efetiva e atendimento individualizado.
De certa forma os cuidados
paliativos resgatam antigas abordagens que a medicina moderna, automatizada,
mecanizada, fundamentada em resultados obtidos com dezenas de exames clínicos e
diagnósticos, gradativamente deixaram de ser proporcionada aos pacientes a
atenção que requerem, em especial, em momentos limites da expectativa de cura,
onde afloram as dores, temores, anseios, desejos que precisam ser respeitados e
considerados como foco principal do atendimento.
Procurar medidas para
extravasar os sentimentos através de atividades prazerosas: exercícios físicos,
saídas com os amigos, escutar música, ler um bom livro, entre tantas opções que
possam trazer uma sensação de bem-estar, tudo sem deixar de dar continuidade ao
tratamento preconizado para a doença.
Sociedade Brasileira de Geriatria
e Gerontologia (SBGG), criou em 2004, a Comissão Permanente de Cuidados
Paliativos da, que desenvolve atividades educativas, informando e divulgando a
prática dos Cuidados Paliativos e como ferramenta, publicou em 2015 o manual,
em anexo, para a abordagem introdutória, objetivando estimular o aprofundamento
de conhecimento e reflexões para intervenções paliativas efetivas em idosos.
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