Pernambuco é um dos estado
brasileiros mais afetados por casos confirmados de microcefalia registrados em
meio à epidemia do vírus zika. Foto: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino
O Fundo
de População das Nações Unidas (UNFPA) participa na quarta-feira (9)
de seminário de apresentação dos indicadores das ações de projeto sobre saúde
sexual e reprodutiva no contexto do vírus zika em Pernambuco.
Financiado pelo Fundo
PositHIVo por meio de uma parceria com a Bayer, o projeto selecionou cinco
ações para atuar diretamente com a falta de informação sobre microcefalia, a
ausência de intervenção em saúde mental e prevenção de sofrimento.
Práticas inovadoras, como a
“Caravana: mais fortes que o zika”, percorreu as cidades de Goiana, Olinda,
Petrolina, Recife e Caruaru e marcou início das atividades de combate e
prevenção do vírus em escolas públicas e comunidades de baixa renda.
As atividades acontecem até
maio de 2018. As entidades selecionadas concluíram que a sociedade pernambucana
ainda não se conscientizou de informações básicas sobre o vírus.
Em 2016, mais de 400 crianças
tiveram a confirmação de microcefalia relacionada à síndrome congênita do vírus
em Pernambuco. Segundo o Ministério da Saúde, no último ano, apenas 14% delas
receberam o atendimento completo para reabilitação.
De acordo com o Boletim
Epidemiológico deste ano, 81 pacientes apresentaram sintomas da doença. Entre
eles, 13 foram confirmados e notificados em 15 municípios. Os dados podem
indicar que a pessoa pode ter tido contato com o zika em algum momento, não
necessariamente este ano.
Considerando as áreas
geográficas de maior incidência de infecção pelo vírus e as caraterísticas da
população mais afetada — mulheres, jovens e população negra — é possível
concluir que a epidemia não é apenas um problema de saúde pública, mas também
resultado das desigualdades sociais que ainda persistem.
Para Jaime Nadal,
representante do UNFPA no Brasil, dentro do contexto de zika, é importante
discutir o fortalecimento da saúde pública, como uma forma de assegurar o
atendimento às mulheres para que elas sejam vistas como sujeitos de direito e
superem as vulnerabilidades.
“Bahia e Pernambuco são os
estados mais afetados no Brasil. Além das vulnerabilidades relacionadas com o
acesso a água tratada e saneamento básico, é urgente resolver as desigualdades
no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva”, disse.
“O zika revela a necessidade
de melhorar o acesso a educação para a sexualidade e habilidades para a vida,
assim como o acesso universal a serviços de planejamento da vida reprodutiva de
qualidade”, afirmou Nadal.
O evento também terá a
participação de Harley do Nascimento, representante do Fundo PositHiVo, que
apresentará o projeto e suas estratégias. Também estão convidados um
representante do Conselho Administrativo da Bayer e o secretário de Saúde do
estado, José Iran Júnior.
Fonte:nacoesunidas.org
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