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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Fundo de População da ONU participa de evento em PE sobre saúde no contexto do zika


Pernambuco é um dos estado brasileiros mais afetados por casos confirmados de microcefalia registrados em meio à epidemia do vírus zika. Foto: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino

Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) participa na quarta-feira (9) de seminário de apresentação dos indicadores das ações de projeto sobre saúde sexual e reprodutiva no contexto do vírus zika em Pernambuco.

Financiado pelo Fundo PositHIVo por meio de uma parceria com a Bayer, o projeto selecionou cinco ações para atuar diretamente com a falta de informação sobre microcefalia, a ausência de intervenção em saúde mental e prevenção de sofrimento.

Práticas inovadoras, como a “Caravana: mais fortes que o zika”, percorreu as cidades de Goiana, Olinda, Petrolina, Recife e Caruaru e marcou início das atividades de combate e prevenção do vírus em escolas públicas e comunidades de baixa renda.

As atividades acontecem até maio de 2018. As entidades selecionadas concluíram que a sociedade pernambucana ainda não se conscientizou de informações básicas sobre o vírus.
Em 2016, mais de 400 crianças tiveram a confirmação de microcefalia relacionada à síndrome congênita do vírus em Pernambuco. Segundo o Ministério da Saúde, no último ano, apenas 14% delas receberam o atendimento completo para reabilitação.

De acordo com o Boletim Epidemiológico deste ano, 81 pacientes apresentaram sintomas da doença. Entre eles, 13 foram confirmados e notificados em 15 municípios. Os dados podem indicar que a pessoa pode ter tido contato com o zika em algum momento, não necessariamente este ano.

Considerando as áreas geográficas de maior incidência de infecção pelo vírus e as caraterísticas da população mais afetada — mulheres, jovens e população negra — é possível concluir que a epidemia não é apenas um problema de saúde pública, mas também resultado das desigualdades sociais que ainda persistem.

Para Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil, dentro do contexto de zika, é importante discutir o fortalecimento da saúde pública, como uma forma de assegurar o atendimento às mulheres para que elas sejam vistas como sujeitos de direito e superem as vulnerabilidades.

“Bahia e Pernambuco são os estados mais afetados no Brasil. Além das vulnerabilidades relacionadas com o acesso a água tratada e saneamento básico, é urgente resolver as desigualdades no acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva”, disse.

“O zika revela a necessidade de melhorar o acesso a educação para a sexualidade e habilidades para a vida, assim como o acesso universal a serviços de planejamento da vida reprodutiva de qualidade”, afirmou Nadal.

O evento também terá a participação de Harley do Nascimento, representante do Fundo PositHiVo, que apresentará o projeto e suas estratégias. Também estão convidados um representante do Conselho Administrativo da Bayer e o secretário de Saúde do estado, José Iran Júnior.



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