Durante um surto anterior de
ebola na República Democrática do Congo, em 2014, a ONU e funcionários do
governo avaliaram a resposta à doença. Foto: MONUSCO/Jesus Nzambi (foto de
arquivo)
Dois novos casos de ebola
foram confirmados na República Democrática do Congo (RDC) por cientistas do
governo, levando a agência sanitária da ONU a ampliar
imediatamente a sua resposta.
Os novos casos de ebola foram
identificados nesta terça-feira (8) em uma área remota do noroeste do país,
perto da cidade de Bikoro, perto do rio Congo.
Em um comunicado, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que as duas amostras positivas, das
cinco testadas, vieram da unidade de saúde de Iponge, localizada perto de
Bikoro, e amostras adicionais foram coletadas para novos testes.
“Nossa maior prioridade é
chegar a Bikoro para trabalhar junto ao governo e parceiros para reduzir a
perda de vidas e sofrimentos relacionados a este novo surto da doença pelo
vírus ebola”, disse Peter Salama, diretor-geral adjunto da OMS para Preparação
e Resposta a Emergências.
“Trabalhar com parceiros e
responder cedo e de forma coordenada será vital para conter esta doença
mortal”, acrescentou.
A OMS adotará a estratégia
implantada com sucesso após um surto similar de ebola no ano passado, que
incluiu um alerta rápido das autoridades locais quando novos casos surgirem;
bem como testes imediatos, notificação imediata dos resultados e uma resposta
global rápida por parte das autoridades locais e nacionais, junto a parceiros
internacionais.
Resposta até agora
Uma equipe multidisciplinar de
especialistas da OMS, ‘Médicos Sem Fronteiras’ e do governo já foi destacada
para Bikoro para coordenar e fortalecer a resposta.
Matshidiso Moeti, diretor
regional da OMS para a África, sublinhou a importância de uma forte coordenação
desde o início.
“Vamos trabalhar em estreita
colaboração com autoridades de saúde e parceiros para apoiar a resposta
nacional”, disse ele.
A OMS também designou
funcionários dedicados e recursos em toda a agência para combater o surto, e
liberou cerca de 1 milhão de dólares de seu fundo de emergência para apoiar os
esforços nos próximos três meses e impedir a disseminação da doença.
A situação no terreno em
Bikoro, situada ao longo do lago Tumba, na província de Equateur, é
particularmente difícil, dada a sua distância da capital e a disponibilidade
limitada de serviços de saúde.
As instalações da cidade
tiveram que depender de organizações internacionais para suprimentos médicos.
Nono surto na RDC desde 1976
Este é o nono surto registrado
no país, desde a descoberta do vírus ebola na RDC, em 1976.
O vírus é endêmico na nação
africana e causa uma doença grave e aguda, que muitas vezes é fatal se não for
tratada. O vírus é transmitido ao ser humano através do contato com animais
selvagens e pode ser passado de pessoa para pessoa. O ebola é fatal em cerca de
50% dos casos.
Um surto na África Ocidental
que começou em 2014 deixou mais de 11 mil mortos em seis países e não foi
declarado oficialmente pela OMS até o início de 2016.
Os primeiros sintomas
geralmente incluem o início súbito de febre, fadiga, dores musculares, dor de
cabeça e dor de garganta. Esse quadro é seguido por vômitos, diarreia, erupção
cutânea, sintomas de insuficiência renal e função hepática e, em alguns casos,
hemorragias internas e externas.
Fonte: nacoesunidas.org
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