Combinar o tratamento de
quimioterapia com a imunoterapia aumenta a sobrevida de mulheres com câncer de
mama triplo negativo
Você conhece alguém que teve
ou tem câncer? Se sim, provavelmente sabe que essa é uma doença muito temida, devido
a sua complexidade. E embora o tratamento seja eficaz na maioria dos casos, ele
vem acompanhado de terríveis efeitos colaterais.
Por esse motivo, cientistas
vêm estudando melhor sobre a imunoterapia, uma maneira de combater o problema
utilizando o próprio sistema de defesa do corpo para atacar as células do
câncer. No entanto, a imunoterapia ainda está em fase de estudos e até o
momento seu uso tinha se destacado apenas para o tratamento de cânceres de
pulmão, rim, bexiga, melanoma e alguns linfomas.
Porém, um recente estudo
realizado por pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade de Nova York
descobriram que a imunoterapia pode aumentar a expectativa de vida de mulheres
com um subtipo de câncer de mama muito agressivo, o triplo negativo. A pesquisa
foi publicada na revista científica The New England Journal of Medicine.
O câncer de mama triplo
negativo é mais frequente em mulheres jovens, que representam 15% de todos os
casos de câncer de mama no mundo. Contudo, esse subtipo possui uma taxa de morte
muito alta, variando entre 30% a 40%. A explicação para isso pode ser devido a
fato dele não apresentar os três biomarcadores (receptor de estrógeno, receptor
de progesterona e proteína HER-2), o que pode dificultar o tratamento.
Para investigação, foram
analisadas 902 pacientes tratadas em 246 centros médicos de 41 países. Todas as
participantes sofriam de câncer de mama triplo negativo e que havia se tornado
metastático - ou seja, começou a se espalhar. Quando isso ocorre, a maioria das
pacientes sobrevivem apenas 18 meses.
Durante a pesquisa, metade das
mulheres recebeu apenas a quimioterapia, e a outra metade recebeu quimioterapia
e imunoterapia. As participantes que receberam os dois tratamentos, a sobrevida
média foi de 21,3 meses. Já aquelas que receberam o tratamento só com a quimio
tiveram sobrevida de 17,6 meses.
Além disso, os resultados
mostraram que mulheres que possuíam o biomarcador conhecido como PD-L1 em suas
células cancerígenas tiveram 25 meses de sobrevida, contra 15,5 meses daqueles que
não receberam a imunoterapia. Entretanto, os médicos não souberam explicar essa
relação.
Os pesquisadores esperam a
aprovação da FDA (Food and Drug Administration) para começarem a utilizar o
medicamento responsável pela imunoterapia em pacientes que estão tratando o
câncer de mama.
O que é câncer de mama?
O câncer de mama é um tumor
maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em
algum conjunto de células da mama, que passam a se dividir descontroladamente.
Ocorre o crescimento anormal das células mamárias, tanto do ducto mamário
quanto dos glóbulos mamários. Esse é o tipo de câncer que mais acomete as
mulheres em todo o mundo, sendo 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes
pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A proporção em homens e mulheres é de 1:100 - ou seja, para cada 100 mulheres
com câncer de mama, um homem terá a doença.
No Brasil, o Ministério
da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de
52 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados da Sociedade Brasileira de
Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90
anos de idade. Segundo o INCA, é que representa, em 2016, 28,1% do
total dos cânceres da mulher
R-7
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