Além de promover a campanha
contra o câncer de mama e do colo de útero, o mês de outubro também é alusivo
ao Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. Para marcar a data
a Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com Sociedade Paranaense de
Pediatria, promoveu um evento nesta segunda-feira (29), em Curitiba.
A sífilis é uma doença
infecciosa transmitida por contato sexual ou das mães para os filhos durante a
gestação. Entre os principais sintomas estão pequenas feridas nos órgãos sexuais
e boca, além do aparecimento de ínguas. Existem três tipos de sífilis: a
adquirida, que é transmitida por relações sexuais; em gestantes, que adoecem
depois de ter relações com uma pessoa infectada; e a congênita, transmitida de
mãe para filho durante a gestação.
O secretário estadual da
Saúde, Antônio Carlos Nardi, reforça que a prevenção é a forma mais eficaz de
combater a doença. Ele explica que o Estado estabeleceu uma rede de atenção aos
pacientes portadores da sífilis. “Com a criação do Grupo Técnico Estadual de
Infecções Sexualmente Transmissíveis do Paraná, várias ações passaram a ser
intensificadas, como a identificação da necessidade de qualificar da atenção à
saúde, com a padronização de condutas, compartilhamento de conhecimentos e distribuição
de responsabilidades”.
NÚMEROS –
Durante o evento foram apresentados índices nacionais, estaduais e municipais
de incidência da doença. Os dados mais recentes mostram que em 2016 foram
notificados no Paraná 5.561 casos de sífilis adquirida, 2.064 casos de sífilis
gestacional e 725 casos de sífilis congênita. Ainda em 2016, a taxa de detecção
no Brasil foi de 42,5 casos de sífilis adquirida/100 mil habitantes, enquanto
no Paraná a taxa alcançou o valor 49,5/100 mil.
A superintendente de Vigilância
em Saúde, Júlia Cordellini, destaca que o aumento dos casos não é algo novo.
“Desde 2010, a notificação de casos da sífilis adquirida é obrigatória. Por
isso, hoje podemos ver o elevado número de ocorrências na população, decorrente
também do acesso ao diagnóstico e à maior sensibilidade na detecção dos casos”,
diz Júlia. Ela reforça, ainda, que a melhor maneira de prevenção contra a
sífilis é se proteger nas relações sexuais.
“O uso de preservativos ainda
é uma das maneiras mais eficazes de evitar qualquer doença sexualmente
transmissível. Com a camisinha podemos diminuir os números da sífilis e de
outras doenças, como a Aids, por exemplo”, afirmou a superintendente.
No caso da sífilis congênita
os riscos para o bebê são significativos, pois a doença pode se manifestar logo
após o nascimento ou até nos dois primeiros anos de vida. Ao nascer, as
crianças infectadas com a sífilis podem ter pneumonia, feridas pelo corpo,
deformação dos dentes, problemas ósseos, cegueira, surdez e até deficiência
mental.
“O aumento dos casos de
sífilis congênita não é uma realidade apenas do Paraná. Hoje o Brasil como um
todo vive uma epidemia desta doença. Boa parte das crianças que nascem com
sífilis transmitida pela mãe terá má formações neurológicas, cognitiva ou motora.
As gestantes precisam entender que este problema pode ser evitado com atitudes
simples”, destacou o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd.
MÃE PARANAENSE –
O Governo do Estado, por meio da Rede Mãe Paranaense, oferece exames para
detecção da sífilis congênita e tratamento gratuito a quem estiver doente.
Todas as gestantes que iniciam
seu pré-natal dentro da rede pública fazem três testes rápidos para detecção de
DSTs na gestação. O resultado do teste sai em 30 minutos e, caso seja positivo,
a gestante passa por um segundo teste, que vai confirmar a presença da doença e
informar seu nível de infecção.
“O teste está disponível em
todas as unidades de saúde do Paraná e toda gestante têm direito a fazê-lo. Mas
é importantíssimo que, além da gestante infectada fazer o tratamento, seu
parceiro sexual também o faça. Se o parceiro não for tratado a mulher pode se
recontaminar e as chances da má formação do feto são muito maiores”, salientou
Gevaerd.
A Rede Mãe Paranaense oferece
23 exames durante o pré-natal para todas as gestantes do Estado. Aquelas que
apresentarem resultados positivos para qualquer doença grave são classificadas
como de alto risco e, em alguns casos, recebem tratamento hospitalar. Para ter
acesso aos serviços oferecidos pela Rede as gestantes devem procurar a unidade
de saúde mais próxima.
Agência Paranaense de Notícias
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