Eleita
com 107 mil votos no estado do Rio de Janeiro, Talíria Petrone (Psol) chega à
Câmara dos Deputados com um conjunto de pautas “em defesa da vida”, nas suas
palavras. Entre elas, um novo modelo de segurança pública, com uma polícia mais
democrática e desmilitarizada; uma educação pública crítica, “em que caiba toda
a diversidade brasileira”; e o direito das mulheres à sua saúde reprodutiva e
sexual, o que inclui a descriminalização do aborto.
Professora
de História na rede pública de ensino, Talíria foi a vereadora mais votada em
Niterói (RJ) em 2016. Na Câmara Municipal de Niterói, exerceu, segundo ela,
"mandato negro, popular, feminista e LGBT".
Aos
33 anos, decidiu se candidatar à Câmara dos Deputados por conta do
“momento de retrocesso democrático”, que, segundo ela, está simbolizado
na execução da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em março deste
ano. "Foi um crime político, que tentou silenciar uma voz que carregava no
seu corpo desigualdades históricas e que no seu exercício parlamentar era uma
grande defensora de direitos humanos, do povo negro, de favelas, das mulheres,
e isso fez com que a gente tivesse certeza que era preciso ampliar esse
trabalho para o Congresso Nacional", disse.
Considerada
por muitos como herdeira política de Marielle, Talíria pede cuidado com esse
discurso: “A Marielle foi assassinada e nenhuma das mulheres negras eleitas
substitui uma parlamentar executada pelo que representava. O que nos resta é
não deixar as lutas de Marielle morrerem”, destacou.
Educação
crítica
Ao defender educação pública, gratuita e crítica, Talíria diz que vai enfrentar “com muita força” o projeto Escola sem Partido (PL 7180/14). "É uma tentativa de calar a escola pública", avaliou.
Ao defender educação pública, gratuita e crítica, Talíria diz que vai enfrentar “com muita força” o projeto Escola sem Partido (PL 7180/14). "É uma tentativa de calar a escola pública", avaliou.
Além
disso, considera essencial revogar a emenda constitucional do Teto de Gastos
(EC 95), que congela investimentos em educação, saúde e
assistência. "Num país tão desigual, é preciso ampliar o orçamento público
para áreas que corrijam desigualdades."
Segurança
pública
No que se refere ao modelo de segurança pública, ela defende “uma polícia mais democrática, com agentes valorizados, mas que respeitem a favela e o povo negro”. Além disso, defende a legalização e a regulamentação das drogas. “O uso abusivo de drogas tem que ser entendido no campo da saúde pública, e não da polícia”, defendeu. Para ela, o problema das drogas deve ser enfrentado por meio da ampliação do SUS e dos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas).
No que se refere ao modelo de segurança pública, ela defende “uma polícia mais democrática, com agentes valorizados, mas que respeitem a favela e o povo negro”. Além disso, defende a legalização e a regulamentação das drogas. “O uso abusivo de drogas tem que ser entendido no campo da saúde pública, e não da polícia”, defendeu. Para ela, o problema das drogas deve ser enfrentado por meio da ampliação do SUS e dos CAPs (Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas).
Aborto
como saúde pública
Talíria também defende que o aborto seja tratado como questão de saúde pública, e não como crime ou questão de polícia. “Sei que são temas que provocam polêmica, mas é um conjunto de temas que possibilita defender a vida, e isso que desejamos fazer."
Talíria também defende que o aborto seja tratado como questão de saúde pública, e não como crime ou questão de polícia. “Sei que são temas que provocam polêmica, mas é um conjunto de temas que possibilita defender a vida, e isso que desejamos fazer."
Para
ela, o principal obstáculo que irá enfrentar na Câmara será o crescimento do
que chama bancada do ódio. “A ampliação da bancada do ódio, que usa o medo como
mobilizador e que entende que tudo se resolve na bala, é a dificuldade que nós
vamos enfrentar”, disse. “Mas vamos enfrentar com a força das ruas, de mulheres
de favela, que fizeram a opção por mulheres feministas, de um feminismo
popular", completou.
Reportagem
- Lara Haje, Edição - Marcia Becker Agência Câmara Notícias
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