Parcerias
em pesquisas e enfrentamentos a problemas de saúde que são globais podem ser
fortalecidas entre os governos do Ceará e dos Estados Unidos. O secretário de
Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, cujo cargo equivale ao
de ministro da Saúde, esteve em visita oficial ao Ceará para conhecer o sistema
de saúde no estado. Impulsionado por parcerias científicas e técnicas, o
objetivo principal foi estreitar laços para novas cooperações, principalmente
relacionadas à emergência do Zika vírus e reemergência do sarampo.
A
comitiva esteve, neste mês, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do
Futuro para conhecer como se dá o atendimento às emergências clínicas. Pela
manhã participou de evento no Palácio da Abolição com a participação do
governador Camilo Santana e do secretário da Saúde Henrique Javi, momento em
que foram compartilhadas as experiências dos diferentes sistemas de saúde,
considerando suas complexidades e desafios.
O
secretário Alex Azar falou sobre como as duas nações podem trabalhar juntas
para melhorar e proteger os cidadãos contra ameaças globais à saúde. O
governador Camilo Santana explicou sobre a rede estadual de saúde e destacou o
esforço que a atual gestão vem fazendo para ampliar a assistência à população cearense.
“A
possibilidade de o Ceará estar sendo visto pelo governo norte-americano como
uma referência para serviços e de aplicações em ações sanitárias deixa a gente
muito convicto de que estamos no caminho correto”, disse Henrique Javi. No fim
da manhã, o destino foi a ONG Caviver, que realiza mutirões para atendimento de
crianças com síndrome congênita de Zika. À tarde, a comitiva visitou o Hospital
Infantil Albert Sabin, com o objetivo de conhecer o atendimento terciário e
especializado na pediatria.
“O
povo norte-americano ficou muito preocupado com o Brasil em relação às
arboviroses, sobretudo quanto ao zika vírus. Nós já temos uma parceria com o
governo norte-americano, através do CDC (Centro de Controle e Prevenção de
Doenças dos Estados Unidos), com pesquisas voltadas ao entendimento do
mecanismo da doença, mas também para a produção de informação qualificada, de
publicação qualificada sobre o assunto. Além disso, um dos assuntos buscados
por ele foi exatamente saber como poderemos estreitar essa relação, como os
Estados Unidos poderiam colaborar mais conosco em outras áreas, também”, falou
o secretário da Saúde do Ceará.
Regionalização
Atualmente,
a rede própria do Ceará conta com 11 hospitais e um em construção. Dentre eles,
há três hospitais regionais em funcionamento, o que permite que a população do
interior receba assistência hospitalar de alta complexidade mais perto de casa,
sem necessidade de vir para a capital. Hoje, essa rede pública estadual de
saúde garante 1,2 milhão de atendimentos mensais aos cearenses. Na rede de
saúde há ainda 19 policlínicas regionais. Há também 25 Centros de
Especialidades Odontológicas, sendo 22 regionais e três na capital; 34 Unidades
de Pronto Atendimento (UPAs 24h); 136 municípios atendidos pelo SAMU 192 Ceará,
além de Fortaleza e Sobral, que têm SAMU com gestão municipal.
Foi
essa rede no Ceará que colaborou para que o Estado garantisse a atenção
integral às crianças com a Síndrome Congênita pelo Zika (SCZ) utilizando a
estrutura das 19 policlínicas já existentes, criando Núcleos de Estimulação
Precoce (NEP). Atualmente, 898 crianças estão cadastradas nos serviços dos NEPs
das policlínicas regionais. Destas, 115 têm SCZ e 783 outras patologias como
paralisia cerebral e encefalopatia. Ainda no Hospital Infantil Albert Sabin,
unidade da rede estadual que é referência em atendimento pediátrico de alta
complexidade, 150 pacientes com SCZ são acompanhados por especialistas.
“Talvez
o grande destaque seja imaginar que um país que não possui sistema público de
saúde tenha se motivado a conhecer como funciona aqui no Ceará, em especial.
Diga-se de passagem que a primeira visita do secretário Alex Azar foi
justamente ao nosso Estado, com o intuito de observar o funcionamento da rede,
de observar como se contextualiza”, explicou Javi. “Nos motiva muito ter esse
reconhecimento de um país que não é caracterizado por esse modelo de atenção à
saúde”, ressaltou o secretário da Saúde do Ceará.
Enfrentamento
ao sarampo
O
Ceará teve uma experiência exitosa ao enfrentar a epidemia de sarampo, nos anos
de 2013 a 2015. O feito teve repercussão nacional e internacional. Em julho de
2017, o Ceará foi premiado na XV Expoepi, em mostra nacional de experiências
bem-sucedidas em vigilância em saúde, do Ministério da Saúde, ao compartilhar a
sua experiência de enfrentamento.
As
estratégias desenvolvidas pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da
Saúde do Estado, fazem parte de uma cooperação técnica, iniciada em novembro de
2017, com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em
inglês), em Atlanta, Estados Unidos, que tentam entender a forma de transmissão
do sarampo nos países da América.
Em
2017, o Ceará foi o único estado do Brasil a atingir a meta de vacinar pelo
menos 95% do público-alvo e em 2018, um dos primeiros estados a atingir a meta
na campanha de vacinação contra sarampo e tem colaborado nos estudos sobre a
epidemia da doença no Amazonas e em Roraima. Nesse sentido, o Ceará vem
colaborando para interromper a circulação do vírus no Brasil, a fim de manter
eliminada essa enfermidade do país. Para tanto, as ações de vigilância
epidemiológica, laboratorial e de imunizações são imprescindíveis.
No
primeiro semestre de 2018, 60% dos municípios cearenses foram visitados pela
equipe de vigilância estadual e 28 já construíram planos operacionais para
prevenir a reintrodução do sarampo em seus territórios
Assessoria
de Comunicação da Sesa
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