Na
manhã desta segunda-feira (22), começou o 4º Fórum da Saúde Suplementar com
foco no desafio da eficiência em saúde, um debate inclusivo. O evento começou
com a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde),
Solange Beatriz Palheiro Mendes.
“Um
atento olhar no setor da saúde causa espanto. A inclusão e o acesso de novos
beneficiários são percebidos como ameaça e não como avanço da sociedade. São
tempos desafiadores, é necessário exaltar a sensatez dos debates, para que o
resultado em qualquer hipótese seja a confiança”.
Ela
também ressalta que é necessário mais e não menos. “Mais política sadia,
diálogos e consenso, sem genuína disposição ao diálogo não poderemos resolver
os desafios do nosso setor e os problemas que atingem a um quarto da população
brasileira”.
Os
dados recentes indicam as virtudes e também os desafios da Saúde Suplementar.
“Em 2017, segundo ANS, as operadoras movimentaram cerca de R$ 180 bilhões, 2,7%
do PIB, 150 bilhões destinados às assistências, mais de 78% dos médicos atuam
em saúde suplementar. Se os números revelam a nossa importância também apontam
um desafio maior, que é o aumento dos gastos do setor. Sabemos que a progressão
dos custos assistenciais não é explicada pelo envelhecimento da população, mas
também da demanda e o modelo de remuneração, além dos procedimentos
desnecessários que podem causar danos aos pacientes”, comenta Solange Beatriz.
Visão
institucional
Já
Márcio Serôa de Araújo Coriolano, presidente da CNSeg, falou sobre os pilares
da Confederação. Segundo ele, 42,4% representam tudo o que é movimentado
anualmente para proteção de patrimônios, vida e saúde. Ele também lembrou que
recentemente houve algum ressentimento para a retomada do conselho de saúde.
“Trata-se de retomar uma instância governamental, que tem como função integrar
políticas públicas e evidencia a transitabilidade com as políticas econômicas e
do consumidor. “Agora é preciso mirar em convergência no cuidado da saúde,
sustentação do setor e o protecionismo do consumidor”.
O
Desembargador do Tribunal Regional do Rio de Janeiro e Coordenador-geral do
Instituto Nêmesis, Werson Rêgo, disse que o ponto principal do evento é na
construção de diálogo sincero e soluções para saúde brasileira. “São muito
sérios os desafios enfrentados e não somente como discurso demagógico. Os
recursos devem ser corretamente investidos para que seja disponível a saúde que
está prevista na nossa constituição”.
Para
ele, os desafios são imensos, mas é preciso que haja lealdade intelectual,
transparência e espírito público na busca de soluções que atendam a todos. “É
fundamental que o sistema como um todo esteja estruturado em entidades, que
tenham sistemas estruturados e abertos aos diálogos, mas também que o outro
agente econômico, que é consumidor, esteja representado na disparidade de
forças, que é através da justiça.
Para
Carlos Alberto de Paula, diretor de supervisão de conduta da Superintendência
de Seguros Privados (Susep), as premissas sociais do país mudaram e por isso é
preciso discutir o setor de saúde como um todo. E foi o que complementou
Leandro Fonseca, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). “Esse evento traz oportunidade em debatermos o setor que está em risco
diante da escala de custo e preços, temos que discutir o financiamento da saúde
pública e privada. Por isso, deve ter uma harmonia entre todos pelo que se deve
fazer. Na medida em que todos os elos da cadeia coloquem o consumidor no centro
do sistema, conseguiremos entregar melhor saúde em um sistema sustentável”.
Longevidade
O
Ministro de Estado da Saúde, Giberto Occhi, disse que esse fórum trará ideias e
alternativas para que a saúde atinja seus objetivos na questão da
transparência, da possibilidade de ter planos que possam cumprir com grandes
objetivos atender a população. “Hoje o sistema público de saúde faz 3,8 bilhões
de procedimentos, 1,4 bilhões de consultas por ano, 900 milhões de exames por
ano, 160 milhões de pessoas que usam o SUS exclusivamente, 1,2 bilhões de
internação”.
Occhi
ressaltou que teremos que enfrentar juntos o envelhecimento da população. “Hoje
estamos com 25 milhões de pessoas acima de 60 anos e isso será uma crescente,
por isso precisamos cuidar de maneira preventiva, enfrentando as doenças
crônicas, o açúcar e o sódio na nutrição da população”. Ele ainda complementou:
“Além do desafio do trânsito, saneamento básico, álcool, drogas, precisamos
melhorar a informação e a informatização da saúde, que é o que estamos
desenvolvendo na questão do prontuário e o agendamento, um dos desafios na
saúde pública e suplementar. A saúde pública e suplementar andam de mãos dadas
para entregar o que há de melhor para a sociedade”.
E
para finalizar a abertura do evento, o Ministro de Estado da Justiça, Torquato
Jardim, enfatizou que essa discussão acontece no momento certo, por estamos a
poucos dias das eleições do segundo turno para presidente do Brasil. Além
disso, ele também lembrou que a constituição já prevê a impossibilidade do
governo de suprir o sistema de saúde. “Isso porque, antes mesmo da constituição
criar o SUS, antecipa a incapacidade governamental que abre oportunidade para a
parceria público-privada”.
Por
Tany Souza, SEGS
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