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terça-feira, 23 de outubro de 2018

GILBERTO OCCHI, DESTACA O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO NO 4º FÓRUM DA SAÚDE SUPLEMENTAR


Na manhã desta segunda-feira (22), começou o 4º Fórum da Saúde Suplementar com foco no desafio da eficiência em saúde, um debate inclusivo. O evento começou com a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes.

“Um atento olhar no setor da saúde causa espanto. A inclusão e o acesso de novos beneficiários são percebidos como ameaça e não como avanço da sociedade. São tempos desafiadores, é necessário exaltar a sensatez dos debates, para que o resultado em qualquer hipótese seja a confiança”.

Ela também ressalta que é necessário mais e não menos. “Mais política sadia, diálogos e consenso, sem genuína disposição ao diálogo não poderemos resolver os desafios do nosso setor e os problemas que atingem a um quarto da população brasileira”.

Os dados recentes indicam as virtudes e também os desafios da Saúde Suplementar. “Em 2017, segundo ANS, as operadoras movimentaram cerca de R$ 180 bilhões, 2,7% do PIB, 150 bilhões destinados às assistências, mais de 78% dos médicos atuam em saúde suplementar. Se os números revelam a nossa importância também apontam um desafio maior, que é o aumento dos gastos do setor. Sabemos que a progressão dos custos assistenciais não é explicada pelo envelhecimento da população, mas também da demanda e o modelo de remuneração, além dos procedimentos desnecessários que podem causar danos aos pacientes”, comenta Solange Beatriz.

Visão institucional

Já Márcio Serôa de Araújo Coriolano, presidente da CNSeg, falou sobre os pilares da Confederação. Segundo ele, 42,4% representam tudo o que é movimentado anualmente para proteção de patrimônios, vida e saúde. Ele também lembrou que recentemente houve algum ressentimento para a retomada do conselho de saúde. “Trata-se de retomar uma instância governamental, que tem como função integrar políticas públicas e evidencia a transitabilidade com as políticas econômicas e do consumidor. “Agora é preciso mirar em convergência no cuidado da saúde, sustentação do setor e o protecionismo do consumidor”.

O Desembargador do Tribunal Regional do Rio de Janeiro e Coordenador-geral do Instituto Nêmesis, Werson Rêgo, disse que o ponto principal do evento é na construção de diálogo sincero e soluções para saúde brasileira. “São muito sérios os desafios enfrentados e não somente como discurso demagógico. Os recursos devem ser corretamente investidos para que seja disponível a saúde que está prevista na nossa constituição”.

Para ele, os desafios são imensos, mas é preciso que haja lealdade intelectual, transparência e espírito público na busca de soluções que atendam a todos. “É fundamental que o sistema como um todo esteja estruturado em entidades, que tenham sistemas estruturados e abertos aos diálogos, mas também que o outro agente econômico, que é consumidor, esteja representado na disparidade de forças, que é através da justiça.

Para Carlos Alberto de Paula, diretor de supervisão de conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), as premissas sociais do país mudaram e por isso é preciso discutir o setor de saúde como um todo. E foi o que complementou Leandro Fonseca, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Esse evento traz oportunidade em debatermos o setor que está em risco diante da escala de custo e preços, temos que discutir o financiamento da saúde pública e privada. Por isso, deve ter uma harmonia entre todos pelo que se deve fazer. Na medida em que todos os elos da cadeia coloquem o consumidor no centro do sistema, conseguiremos entregar melhor saúde em um sistema sustentável”.

Longevidade

O Ministro de Estado da Saúde, Giberto Occhi, disse que esse fórum trará ideias e alternativas para que a saúde atinja seus objetivos na questão da transparência, da possibilidade de ter planos que possam cumprir com grandes objetivos atender a população. “Hoje o sistema público de saúde faz 3,8 bilhões de procedimentos, 1,4 bilhões de consultas por ano, 900 milhões de exames por ano, 160 milhões de pessoas que usam o SUS exclusivamente, 1,2 bilhões de internação”.

Occhi ressaltou que teremos que enfrentar juntos o envelhecimento da população. “Hoje estamos com 25 milhões de pessoas acima de 60 anos e isso será uma crescente, por isso precisamos cuidar de maneira preventiva, enfrentando as doenças crônicas, o açúcar e o sódio na nutrição da população”. Ele ainda complementou: “Além do desafio do trânsito, saneamento básico, álcool, drogas, precisamos melhorar a informação e a informatização da saúde, que é o que estamos desenvolvendo na questão do prontuário e o agendamento, um dos desafios na saúde pública e suplementar. A saúde pública e suplementar andam de mãos dadas para entregar o que há de melhor para a sociedade”.

E para finalizar a abertura do evento, o Ministro de Estado da Justiça, Torquato Jardim, enfatizou que essa discussão acontece no momento certo, por estamos a poucos dias das eleições do segundo turno para presidente do Brasil. Além disso, ele também lembrou que a constituição já prevê a impossibilidade do governo de suprir o sistema de saúde. “Isso porque, antes mesmo da constituição criar o SUS, antecipa a incapacidade governamental que abre oportunidade para a parceria público-privada”.

Por Tany Souza, SEGS



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