As
vacinas são seguras? A imunidade proporcionada por elas é melhor do que a
oferecida pelas infecções naturais? Uma criança pode receber mais de uma
vacina por vez? Existe alguma relação entre vacinas e autismo? Confira as
respostas da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS) para perguntas frequentes da população sobre imunização.
As
vacinas são seguras?
Sim,
elas são seguras. Todas as vacinas aprovadas são submetidas a testes rigorosos
ao longo das diferentes fases de ensaios clínicos e seguem sendo avaliados
regularmente uma vez que comercializadas. Cientistas também monitoram
constantemente informações de várias fontes para qualquer sinal de eventos
adversos relacionados a alguma vacina. A maioria das reações são leves e
temporais, tais como dor no local da injeção ou febre baixa. Raros efeitos
colaterais graves são notificados e investigados imediatamente.
É
muito mais fácil sofrer graves lesões por uma doença prevenível por vacinação
do que por uma vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o
sarampo, encefalite e cegueira; algumas doenças como difteria, pneumonia,
meningites, tétanos e outras que podem ser evitadas por vacinas podem ser
mortais. Embora qualquer ferimento grave ou morte causada por vacinas sejam
importantes, os benefícios da vacinação superam amplamente os riscos,
considerando que muitas outras doenças e mortes ocorreriam sem as vacinas.
Mesmo
tendo uma boa higiene, saneamento e água potável, ainda é necessário me
vacinar?
Sim!
Uma boa higiene, saneamento a água potável não são suficientes para deter
doenças infecciosas, por isso a vacinação continua sendo necessária. Se não
mantivermos altas taxas de imunização – o que se chama de imunidade coletiva,
as doenças preveníveis por vacinas voltarão. Ainda que melhoras na higiene,
saneamento e salubridade da água nos ajudem a nos proteger de doenças
infecciosas, muitas delas podem se propagar independentemente de quão asseados
somo, originando doenças respiratórias, diarreias e até a morte. Sem vacinação,
doenças que hoje são raras (como a poliomielite, o sarampo e a coqueluche)
podem reaparecer rapidamente.
A
imunidade proporcionada pelas vacinas é melhor do que a oferecida pelas
infecções naturais?
As
vacinas interagem com o sistema imunológico e produzem uma resposta imunitária
similar àquela gerada por infecções naturais, mas sem causar adoecimento e sem
colocar a pessoa imunizada em risco de sofrer as possíveis complicações de uma
enfermidade. Por outro lado, o preço a se pagar pela imunização por meio da
infecção natural pode consistir em disfunção cognitiva na infecção por
Haemophilus influenzae tipo B, condições congênitas no caso da rubéola, câncer
hepático na hepatite B ou morte por complicações relacionadas ao sarampo, ao
vírus do papiloma humano, ou influenza gripal.
Preciso
me vacinar contra doenças que não circulam em minha comunidade ou em meu país?
Por
mais que as doenças que podem ser prevenidas por vacinas sejam raras em muitos
países, os agentes infecciosos que as causam seguem circulando em outros. Em um
mundo tão interconectado como o de hoje, esses agentes podem cruzar fronteiras
geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Assim, por
exemplo, surgiram surtos de sarampo em populações não vacinadas na Alemanha,
Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Rússia, França,
Grécia, Itália, Reino Unido, Sérvia e Suíça, entre outros.
Os
dois principais motivos para se vacinar são: proteger a nós mesmos e às pessoas
que nos rodeiam. Programas de vacinação bem-sucedidos dependem da cooperação de
cada indivíduo para garantir o bem-estar de todas e todos. Não devemos esperar
que as pessoas ao nosso redor impeçam a propagação da doença; nós também
devemos fazer o que está ao nosso alcance.
Uma
criança pode receber mais de uma vacina por vez?
Evidências
científicas mostram que administrar várias vacinas ao mesmo tempo não afeta
negativamente o sistema imunológico de uma criança. As crianças são expostas a
várias centenas de substâncias estranhas que desencadeiam uma resposta
imunológica todos os dias. O simples ato de ingerir alimentos introduz novos
antígenos no organismo e numerosas bactérias vivem em nossa boca e em nosso
nariz. Uma criança é exposta a muito mais antígenos de um resfriado comum ou
uma dor de garganta do que de vacinas.
Quando
uma vacinação combinada é possível (para difteria, coqueluche e tétano, por
exemplo), a criança receberá menos injeções e isso reduzirá seu desconforto.
Além disso, há a vantagem de ter que fazer menos visitas aos estabelecimentos
de saúde, o que economiza tempo e dinheiro. Além disso, várias medidas também
podem ser tomadas para reduzir a dor da “picada” no momento da vacinação.
Preciso
me vacinar contra a gripe?
A
gripe é uma doença grave que mata entre 300 mil e 500 mil pessoas em todo o
mundo a cada ano. Mulheres grávidas, crianças pequenas, pessoas idosas que
possuem problemas de saúde e qualquer pessoa com uma condição crônica, como
asma ou doença cardiovascular, correm maior risco de infecção grave e morte.
Vacinar mulheres grávidas tem o benefício adicional de proteger seus bebês
(atualmente não há vacina para bebês com menos de 6 meses).
As
vacinas contra a gripe sazonal oferecem imunidade às três cepas mais prevalentes,
que circulam em qualquer época do ano. É a melhor maneira de reduzir as chances
de uma gripe mais grave e de disseminá-la para outras pessoas e é usada há mais
de 60 anos. Evitar a gripe significa evitar custos adicionais de cuidados
médicos e perda de renda por falta de dias de trabalho ou escola.
Quais
conservantes são usados nas vacinas?
O
tiomersal é um composto orgânico contendo mercúrio adicionado a algumas vacinas
como conservante. Seu uso é seguro; trata-se do conservante mais utilizado para
as vacinas que são fornecidas em frascos de múltiplas doses. Não há evidências
que sugiram que a quantidade de tiomersal usada em vacinas represente um risco
à saúde.
Existe
alguma relação entre vacinas e autismo?
Um
estudo de 1998 levantou preocupações sobre uma possível ligação entre a vacina
contra sarampo, rubéola e caxumba (MMR) e o autismo. Descobriu-se
posteriormente que esse estudo é seriamente falho e fraudulento. O artigo foi
retirado pela revista que o publicou. Sua divulgação desencadeou um pânico que
levou à queda das taxas de imunização e aos subsequentes surtos dessas doenças.
Não há evidências de uma ligação entre essa vacina e o autismo ou transtorno do
espectro autista.
OPAS
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