Estudo investigou 365 casos e
detectou que 45% deles apresentaram alterações nos exames de imagem
Um estudo da Fiocruz Bahia
utilizou resultados de exames de imagem intracraniana para confirmar ou
descartar a ocorrência de anormalidade congênita no cérebro de crianças com
suspeita de microcefalia potencialmente relacionada à infecção pelo zika em
Salvador (BA). Entre os 365 casos investigados, 166 (45,5%) apresentaram
alteração nos exames de imagem, enquanto 199 (54,5%) tiveram exames normais.
No trabalho, os autores descrevem
aspectos clínicos e epidemiológicos do surto de microcefalia ocorrido na
capital baiana e avaliam a performance de diferentes critérios de triagem, que
utilizam a circunferência da cabeça do bebê ao nascer, para detectar crianças
com suspeita de microcefalia. Essa avaliação correlacionou os resultados das
medidas de circunferência com os achados nos exames de imagem.
De acordo com a pesquisa,
entre abril de 2015 e julho de 2016, 650 bebês nascidos em Salvador foram
notificados por suspeita de microcefalia, dos quais 365 tiveram os prontuários
médicos revisados para obtenção dos resultados de exames de imagem
intracraniana. As lesões mais comumente identificadas foram calcificações
cerebrais (86,1%) e dilatação nos ventrículos (66,9%).
O período de maior detecção de
crianças com alterações nos exames de imagem foi dezembro de 2015, quando, a
cada 100 crianças nascidas vivas, duas foram acometidas. Também foi observado
que, comparadas às crianças com exames sem alterações, aquelas com alterações
foram significativamente mais propensas a terem nascido de forma prematura e de
mães que apresentaram manifestações clínicas sugestivas de infecção pelo zika
durante a gravidez.
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