Soluções
à base de soja, de proteínas hidrolisadas e de aminoácidos beneficiarão cerca
de 38,5 mil crianças com até 2 anos
As
crianças com até dois anos de idade, que são alérgicas à proteína do leite de
vaca (APLV), terão acesso gratuito, no SUS, a três novas fórmulas alimentares.
É que, o Ministério da Saúde incorporou, recentemente, soluções nutricionais à
base de soja; de proteína extensamente hidrolisada com ou sem lactose; e de
aminoácidos, que trarão benefícios importantes para o desenvolvimento desses
pequenos. A estimativa é de que essa novidade atenda a mais de 38,5 mil
pacientes, já em 2019, e deve estar disponível nas unidades públicas de saúde
de todo o país em até 180 dias.
A
incorporação destas novas tecnologias para as crianças foi um pedido do próprio
Ministério da Saúde, que recomenda a fórmula, derivada da soja, como primeira
opção para crianças de 6 a 24 meses com a doença. Já as outras duas (Proteína
extensamente hidrolisada e aminoácidos), serão indicadas para aquelas que não
podem fazer uso da fórmula de soja – que não respondem a esse tratamento –, ou
que possuem a APLV não desencadeada por anticorpos IgE.
Os
principais sintomas nas crianças que sofrem com APVL são: a recusa a alimentos,
dificuldade de digestão, diarreia com sangue, assaduras, vômitos, cólicas
intensas e urticária (placas vermelhas na pele). Para evitar estas reações, a
principal conduta na APLV é não consumir, em sua dieta, alimentos que contenham
a proteína do leite de vaca. No caso daquelas que ainda são amamentadas pela
mãe, também é necessário que a mãe evite a ingestão de alimentos derivados
deste produto.
A
alergia alimentar é um problema de saúde que pode trazer impacto bastante
negativo na vida das pessoas. As manifestações de alergia alimentar são
variadas e o Sistema Único de Saúde (SUS) conta com profissionais, tanto na
Atenção Básica como na atenção especializada ambulatorial, para o atendimento e
acompanhamento das pessoas que possuem intolerância alimentares.
O
Ministério da Saúde tem priorizado ações que visem organizar o cuidado dessas
crianças, que vivem com alergia à proteína do leite de vaca (APLV). Este é o
tipo de alergia alimentar mais comum neste público que será atendido pelo SUS,
e é caracterizada pela reação do sistema imunológico às proteínas do leite,
principalmente à caseína (proteína do coalho) e às proteínas do soro
(alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina). Entre essas ações está o foco na
promoção do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida e complementar
até os dois anos de idade, bem como a introdução da alimentação complementar
saudável a partir dos seis meses, através das estratégias Amamenta e Alimenta
Brasil. Estudos comprovam a importância e a superioridade do leite materno em
relação aos leites de outras espécies.
INCORPORAÇÃO
DE MEDICAMENTOS
Para
a incorporação de novas tecnologias e medicamentos ao SUS, é necessária a
apresentação de estudos à Comissão Nacional de Incorporação de Novas
Tecnologias (Conitec) do Ministério da Saúde, que podem ser oriundos de
empresas, organismos da sociedade civil e instituições participantes do SUS.
Assim se estabelecerá, por meio do método científico e com transparência, quais
os benefícios que se pode esperar da nova tecnologia proposta, os riscos que
poderá trazer aos pacientes e qual será o custo para a saúde pública.
Por
Victor Maciel, da Agência Saúde
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