A ação é focada nos jovens e
visa conscientizar sobre o uso de preservativos com filmes e cartazes, que
mostram as reações das pessoas ao verem fotos dos sintomas que as doenças
sexualmente transmissíveis provocam
Foto: Erasmo Salomão / ASCOM
MS
Pela primeira vez, o
Ministério da Saúde lança campanha exclusiva para prevenção contra as Infecções
Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Com início no dia 1º de novembro, a ação com
foco no público jovem, entre 15 e 29 anos, visa conscientizar sobre a
importância do uso do preservativo. O lançamento foi feito pelo ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta quinta-feira (31), durante coletiva de
imprensa, em Brasília. Com o slogan “Sem camisinha você assume o risco”, a
campanha pretende fazer o público refletir sobre as consequências do sexo sem
proteção.
Na televisão e na internet, a
campanha será trabalhada por filmes que demonstram as reações das pessoas ao
verem fotos dos sintomas que algumas doenças provocam. A campanha instiga a
curiosidade dos jovens para pesquisarem imagens das doenças na internet. A
ideia é fazer com que os jovens conheçam as doenças e seus sintomas, já que o
diagnóstico precoce é mais fácil quando a pessoa conhece a doença. O filme
termina com o conceito “Se ver já é desagradável, imagine pegar. Sem camisinha
você assume esse risco. Use Camisinha e se proteja dessas IST e de outras como
HIV e Hepatites”.
“O que a percebemos é que se a
gente perguntar para a população sobre a importância da camisinha, todos eles
dirão que é muito importante, que previne doenças, HIV, sífilis, etc. Mas, se
perguntarmos se eles utilizam o preservativo, notamos que, entre a informação e
a ação existe uma lacuna, então, o desafio que foi colocado é como que a gente
faz com que essa informação que a maioria já tem, se torne uma ação. Então
temos que abordar a consequência do não uso do preservativo. A campanha ficou
instigante e o objetivo é fazer com que a população fique com receio de não
usar o preservativo e saber a consequência desse ato”, destacou o Ministro da Saúde,
Luiz Henrique Mandetta.
A ação também irá contar com
depoimentos reais de pessoas que já tiveram alguma infecção sexualmente
transmissível e falam sobre como pegaram e como lidaram com essa experiência.
Basta uma relação desprotegida para que a pessoa seja infectada, por isso o uso
do preservativo é essencial para prevenir as doenças. As doenças podem ser
transmitidas mesmo que a pessoa infectada não tenha nem sinais e sintomas.
Para o diretor do Departamento
de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis,
do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Gerson
Pereira, essa campanha tem um diferencial importante. “Nós não estamos fazendo
campanhas somente naquelas datas especiais, como o carnaval. Essa é uma
campanha de prevenção às ISTs e a gente espera que ela seja perene, durante o
ano todo, alertando as pessoas sobre a importância do uso do preservativo e das
prevenções, além disso também fazer com que os jovens conheçam essas doenças e
seus sinais e sintomas”, concluiu Gerson Pereira.
As principais doenças que
serão abordadas na campanha são herpes genital, sífilis, gonorreia, HIV, HPV,
hepatites virais B e C, cancro mole e clamídia. Além disso, também serão
informados na campanha os principais sintomas das infecções de acordo com cada
caso como, por exemplo, feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, bem como
orientações de como proceder em caso do aparecimento de algum sintoma.
Assista ao vídeo da campanha
SOBRE AS DOENÇAS SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS
As Infecções Sexualmente
Transmissíveis (ISTs) são causadas por mais de 30 vírus e bactérias. Elas são
transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso
de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma
IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou
a amamentação. O tratamento das pessoas com estas doenças melhora a qualidade
de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e
o tratamento são ofertados de forma gratuita nos serviços de saúde do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Outra questão importante é que
as ISTs aumentam em até 18 vezes a chance de a pessoa ser infectada pelo HIV.
Isso porque para ser infectado pelo HIV, a relação, além de contato com
secreções, precisa ter contato com sangue. As ISTs, geralmente causam lesões
nos órgãos genitais, o que aumenta a vulnerabilidade para a pessoa adquirir o
HIV. Sem contar que as IST, como sífilis, gonorreia e clamídia, por exemplo,
podem causar morte, malformações de feto, aborto, entre outros. As IST têm
impacto direto na saúde reprodutiva e infantil, pois podem provocar
infertilidade e complicações na gravidez e parto, além de causar morte fetal e
agravos à saúde da criança.
USO DA CAMISINHA
Pesquisas demonstram que o uso
do preservativo vem caindo com o passar do tempo, principalmente entre o
público jovem. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) todos os dias
ocorrem 1 milhão de novas infecções. Doenças antigas, que remontam à Idade
Média, como a Sífilis, por exemplo, ainda hoje pode ser considerada uma
epidemia.
Abrir mão do uso do
preservativo nas relações expõe a pessoa e os parceiros com as quais ela se
relaciona às IST, incluindo o HIV - que não tem cura. Homens e mulheres
apresentam sinas e sintomas distintos para as diferentes ISTs, como é o caso do
HPV e da gonorreia, e somente o diagnóstico pode assegurar se ocorreu a
infecção; somente o tratamento pode levar à cura; e somente a prevenção pode
evitar que haja reinfecção.
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