Governistas participam de ato
contra a descriminalização das drogas
O deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Cidadania, Osmar Terra, fizeram duras
críticas às mobilizações que existem na sociedade, no Congresso e no Supremo
Tribunal Federal (STF) a favor da liberação das drogas
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Em discurso na Esplanada dos
Ministérios para um grupo de cerca de 300 pessoas, o deputado federal Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) e o ministro da Cidadania, Osmar Terra, fizeram neste
domingo, 3, duras críticas às mobilizações que existem na sociedade, no
Congresso e no Supremo Tribunal Federal ( STF) a favor da liberação
das drogas.
"Esse encontro aqui é
para gente chamar a atenção do STF e dizer que nós somos contrários à
legalização das drogas e que esta não é uma matéria que não deve ser pertinente
à Suprema Corte, mas sim ao Congresso Nacional. Se alguém quiser mudar a lei,
tem de passar pelo Congresso", disse Eduardo Bolsonaro.
O Supremo deveria retomar
nesta semana um julgamento sobre a descriminalização da maconha para uso
pessoal, mas o processo foi retirado da pauta pelo presidente do STF, o
ministro Dias Toffoli.
O ministro da Cidadania
criticou inclusive a direção da Fiocruz alegando que ela faz pesquisa com
"viés ideológico" para dizer que não há epidemia de consumo de drogas
no País.
"A Fiocruz tem papel
importante na pesquisa de medicamentos, de vacinas. Mas, nesta questão das
drogas, que envolve questão ideológica da direção da Fiocruz, que tem um viés
profundamente ideológico, ela está completamente equivocada, errada e nós temos
de denunciar", afirmou o ministro.
Questionado se o governo
pensava em algum tipo de intervenção neste processo, o ministro disse que a
Fiocruz é ligada ao Ministério da Saúde e que diretoria da instituição é
eleita, "tem uma certa autonomia". "Mas temos de dizer que nós
não concordamos com o que ela está dizendo porque não concordamos com o que o
presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, que defendeu sempre a liberação da
droga".
O pesquisador Paulo Gadelha,
no entanto, deixou a presidência da fundação em dezembro de 2016. Desde
janeiro de 2017, a presidente da Fiocruz é Nísia Trindade. Procurada, a Fiocruz
não se manifestou sobre as críticas.
Para Eduardo Bolsonaro e o
ministro, cabe apenas ao Congresso legislar sobre a questão das drogas, e não
ao Supremo Tribunal Federal. "Não estamos aqui para dizer que o Supremo
está errado ou certo. Nós estamos aqui para dizer que esse problema é tão grave
que são os representantes do povo, o Congresso Nacional é que tem decidir. O
STF fica para discutir apenas alguma questão constitucional", afirmou o ministro.
"Tem lobbies estrangeiros
defendendo a legalização das drogas. Tem juízes, por falta de informação,
liberando o plantio, sem ter nenhuma base científica. Não é só um problema de
espiritualidade, tem a ciência ao lado da gente e a ciência mostra o dano
definitivo ao cérebro com o uso da droga", declarou o ministro.
Posição
O deputado, por sua vez,
depois de citar que alguns parlamentares se sentem até "seduzidos" a
liberar a proibição do uso de drogas, "pressionados pelos fortes
lobbies", reiterou que o governo Jair Bolsonaro "é contra tudo",
a qualquer liberação de drogas. Citou ainda áudios que teriam circulado com
integrantes do crime organizado criticando o governo Bolsonaro por estar
combatendo o tráfico de drogas. "O crime organizado não tem conosco o
diálogo cabuloso como tinha no governo do PT, como vimos em áudios",
acusou.
Para Eduardo, "as FARCs
tentam implantar o comunismo e têm como fonte de financiamento a cocaína, fazem
parte do foro de São Paulo, que é o grupo que faz parte do PT". E emendou:
"eles pregam a demonização das igrejas, a destruição da família, o
controle da internet e depois dizem que nós é que somos o perigo à democracia?
Nós aqui não tocamos fogo em nenhum prédio, somos incapazes de quebrar uma
janela, que estamos aqui , nesta manifestação, em família. Nós é que somos o
perigo à democracia? Nós não podemos deixar eles ganharem essa narrativa".
O ministro e o deputado
anunciaram ainda que o governo vai passar de 11 para 20 mil vagas nas
comunidades terapêuticas para atendimento aos que precisam de tratamento.
Tânia Monteiro
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