Nova regra para repasse de
recursos federais por meio de execução direta de emendas (PEC 48/19), sem a
necessidade de convênio ou instrumento similar com um órgão público
intermediário, foi aprovada nesta terça-feira (12) por unanimidade
em comissão especial da Câmara.
O relator da matéria,
deputado Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que conta com o apoio dos
presidentes da Câmara e do Senado para aprovar o substitutivo de sua autoria
ainda neste ano nos plenários das duas Casas.
Aécio afirmou que tem apoio
dos presidentes da Câmara e do Senado para agilizar a aprovação da matéria
Nessa corrida contra o tempo,
o deputado tucano diz contar com apoio suprapartidário para quebrar prazos regimentais
na Câmara e no Senado, o que permitiria uma aprovação mais rápida da matéria e
garantiria, assim, o repasse do dinheiro aos municípios já no próximo ano,
quando haverá eleições municipais.
“Queremos estar em condições
de aprovar no Plenário para que essa nova sistemática possa vigorar já para as
emendas definidas pelos parlamentares este ano, para aplicação no ano que vem”,
disse.
Para Aécio Neves, a aprovação
da proposta é um primeiro passo efetivo na direção do chamado "novo pacto
federativo”, que busca uma distribuição mais justa entre os recursos da União,
dos estados e dos municípios.
“Essa proposta, que nasceu no
Senado, tem o objetivo de fazer com que os recursos destinados por emendas
parlamentares - que, para muitos municípios, principalmente os pequenos, é a
única fonte extra de recursos - possam chegar de forma mais efetiva, sem
burocracia e sem os altos custos que lhes são impostos pelas instituições
financeiras federais”.
De acordo com o parlamentar,
hoje, na liberação dessas emendas, a Caixa cobra cerca de 12% de seu valor.
Além do custo, Aécio Neves cita outros problemas na execução das emendas, como
parcelas liberadas com lentidão e dificuldade do estado fiscalizador para
alcançar alguns municípios.
A PEC também muda o controle
para a liberação de recursos das emendas, mudança que o deputado defende. Segundo
ele, a fiscalização será mais efetiva, "pois quanto mais próxima a
fiscalização, melhor ela é feita."
“Nós precisamos confiar que os
recursos públicos serão bem administrados e temos instrumentos hoje de sanção
para aqueles que não o sejam. Não tenho dúvidas que é um avanço extraordinário.
Isso vai abrir caminhos para outras facilitações e desburocratizações”,
comemorou.
No substitutivo, Aécio Neves
mantém o tipo de transferência de finalidade definida, em que os recursos da
emenda têm uso específico determinado pelo parlamentar. Mas o texto altera a
forma de transferência por doação e cria a modalidade especial, proibindo que
recursos de emenda possam ser usados para pagamentos de pessoal, inativos e
serviço da dívida.
Reportagem - Eduardo Tramarim,
Edição - Ana Chalub, Foto – Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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