O Brasil ainda está longe dos padrões internacionais no acesso de
pacientes ao que existe de mais moderno em equipamentos e dispositivos médicos
de alta tecnologia. No setor de inovação, por exemplo, o país ocupa apenas o
66º lugar no mundo. Para enfrentar esta realidade, a Associação Brasileira da
Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde - ABIMED, buscou parceria
com a Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, e
promoveu audiência pública no Senado Federal, em Brasília. O
presidente-executivo da ABIMED, Fernando Silveira Filho, defendeu mais
incentivo a pesquisas e inovação, com a introdução de equipamentos de alta
tecnologia e uma maior interação entre os setores público e privado. “O
momento da economia ainda é delicado e as pessoas estão migrando para o setor
público de saúde. Além disso, há um alto índice de judicialização”, explicou.
Ele acredita que o setor de tecnologia pode trazer conhecimento prático e
contribuir com a formulação de políticas públicas e normas que venham a
beneficiar a população e ampliar seu acesso à saúde.
É justamente o acesso do
paciente às novas tecnologias o grande desafio da ABIMED, que fomenta o uso
racional da tecnologia de acordo com a necessidade de cada indivíduo evitando
desperdícios. Segundo os especialistas ouvidos na audiência pública, não é
possível generalizar a utilização de um equipamento para todos os pacientes.
“Cada caso é um caso”. Outro assunto apresentado durante evento foi o
monitoramento de mercado. A ABIMED tem se manifestado contra a regulação do
mercado e favor do monitoramento. Segundo explicou Fernando, se a livre
concorrência é inibida, muito provavelmente haverá mais dificuldade no acesso.
Nos últimos 20 anos, os países
que se desenvolveram de forma acelerada no setor de inovação, criaram políticas
e estratégias na educação, na definição de linhas de crédito e no apoio ao
crescimento de empresas. Na avaliação de Fernando Silveira Filho, o Brasil
também tem todas as condições de tirar este atraso e subir no ranking
internacional da inovação. “Temos excelentes profissionais e pesquisadores e
capacidade criativa e analítica. O que precisamos, de fato, é voltar a ter
políticas públicas e que passam, impreterivelmente, por mais recursos”.
Participaram da audiência pública
no Senado, além de Fernando Silveira Filho, o presidente da Frente Parlamentar
Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, senador Izalci Lucas
(PSDB-DF); Gabrielle Troncoso, representante da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa); Bruno de Carvalho, representante do Ministério da Economia;
Murilo Contó, da Boston Scientific e membro do Comitê de Relações
Governamentais da ABIMED; e Elisabete Murata, da Johnson & Johnson e membro
do Comitê de Educação Profissional da Associação.
Sobre a ABIMED
A ABIMED congrega 207 empresas
de alta tecnologia na área de equipamentos, produtos e suprimentos
médico-hospitalares. Criada em 1996, é sócia-fundadora do Instituto Coalizão
Saúde, membro do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde e foi a primeira
associação de classe da área da Saúde a criar e implementar um Código de
Conduta para as empresas.
A associação também coopera
com a Anvisa e com órgãos públicos da Saúde, fomentando a implementação de
políticas e regulamentações que proporcionem à população acesso rápido a novas
tecnologias e a inovações, em um ambiente ético de negócios. As associadas da
ABIMED respondem por 65% do faturamento do segmento médico-hospitalar. O setor
de produtos para saúde tem participação de 0,6% no PIB brasileiro, conta com
mais de 13 mil empresas e gera em torno de 140 mil empregos.
Fotos: Milca Santos
Texto: Fábio Paiva
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