Modelo de gestão integrada
prevê a inclusão, ao término da pandemia, de todos os bens ao patrimônio
JURANA LOPES, DA AGÊNCIA SAÚDEDF
Ao contrário do que está
ocorrendo em outros estados brasileiros, em que são construídos hospitais de
campanha apenas para suprir a necessidade imediata dos pacientes contaminados
pelo novo coronavírus, o Governo do Distrito Federal pensou além da pandemia. A
Secretaria de Saúde realizou contrato emergencial de serviço de gestão
integrada, em que a empresa contratada oferece toda a estrutura de equipamentos
e recursos humanos necessária para atendimento de pacientes com a Covid-19 nos
hospitais de campanha criados no DF.
Hospital de Campanha do Centro Médico da Polícia Militar possui 80 leitos de UTI Covid – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF
“Os nossos hospitais de
campanha usaram estruturas que já existiam, ou seja, não são tendas que foram
armadas. Quando se analisa quanto que custaria, durante a pandemia, contratar
pessoal, comprar materiais e insumos necessários, a gente vê que o custo-benefício
da contratação de uma empresa para fazer tudo isso é muito menor e melhor. A
economicidade é fantástica”, destaca Gustavo Bernardes, subsecretário de
Atenção Integral à Saúde (Sais).
O contrato prevê a locação de
equipamentos, gerenciamento técnico, assistência médica e multiprofissional, de
forma ininterrupta, com manutenção e insumos necessários para o funcionamento
dos equipamentos, incluindo computadores e impressoras, e atendimento dos
pacientes com medicamentos, insumos e alimentação.
Equipamentos e camas serão incorporadas ao patrimônio da Secretaria de Saúde após a pandemia – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde DF
Com isso, o GDF terá como
legado o retorno do investimento nos hospitais de campanha construídos para
atender pacientes com Covid-19, pois ao final do contrato com a empresa, os
bens e equipamentos contemplados neste contrato serão incorporados ao
patrimônio da Secretaria de Saúde e passarão a ser propriedade da pasta.
“Como sempre tivemos, ao longo
de décadas, dificuldade em comprar materiais médicos, principalmente em grande
quantidade, sempre tivemos déficit de leitos, camas, ventiladores, monitores,
bombas de infusão, quando isso tudo acabar e ficarmos com esses equipamentos,
finalmente, depois de décadas, vamos ter resolvido esse problema”, avalia.
Para Gustavo, o Distrito
Federal está bem à frente de outras unidades federativas, pois possui
estruturas sólidas que podem ser aproveitadas para vários tipos de serviços.
Além disso, somente o GDF está realizando este tipo de contrato de gestão
integrada, em que, ao final da pandemia, ficará com todos os equipamentos
incorporados ao patrimônio da Secretaria de Saúde.
“A expectativa é de quando
formos fazer as contas do que pagamos e do que recebemos, estejamos bem à
frente de outros estados”, afirma.
Hospital de campanha do Estádio Mané Garrincha tem 197 leitos em funcionamento – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
Investimento
Para atender os pacientes com
coronavírus, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal investiu R$ 79.449.903
na contratação emergencial de 197 leitos para o Hospital de Campanha do Mané
Garrincha (HCMG). O contrato foi por meio de Sistema de Gestão Integrado.
Ao todo, são 173 leitos de
enfermaria adulto, 20 de suporte avançado e quatro de emergência (sala
vermelha) no hospital de campanha. O prazo do contrato é de 180 dias, podendo
se estender por mais tempo, a depender dos rumos da pandemia do coronavírus e
da necessidade de utilização.
Leitos de enfermaria do Hospital de Campanha do Estádio Mané Garrincha – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
Seguindo o mesmo modelo de
gestão, o Hospital de Campanha Centro Médico da Polícia Militar também já está
atendendo pacientes acometidos pela Covid-19. A unidade foi inaugurada em 1º de
agosto e conta com 80 leitos de UTI com suporte de hemodiálise e 20 leitos de
enfermaria.
A implantação do hospital
contou com a cooperação técnica do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do
Distrito Federal (Iges-DF). O valor investido pela Secretaria de Saúde foi de
R$ 60.578.726. Ao término do contrato, os bens serão incorporados ao patrimônio
da pasta.
Obras
Com essa mesma ideia, o
governador Ibaneis Rocha anunciou a construção de um hospital de campanha em
Ceilândia, que será transformado em hospital Materno Infantil quando a pandemia
acabar. O novo hospital terá 60 leitos no total, sendo 40 de enfermaria e 20 de
UTI. O valor da obra é de R$10.488.208,61. Hoje, a obra já está 65% realizada e
dentro de mais 20 dias deve estar concluída.
Obras do Hospital de Campanha de Ceilândia devem ser concluídas na segunda quinzena de setembro – Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF
O Hospital de Campanha do
Complexo Penitenciário da Papuda já foi concluído e aguarda a conclusão do
processo de contratação da empresa gestora para entrar em funcionamento.
A unidade deveria ter dez
leitos de suporte avançado e 30 de enfermaria, porém diante do novo cenário, de
redução no número de casos dentro da unidade, optou-se pela contratação para
gestão de apenas 20 leitos de enfermaria.
O processo de contratação da
empresa que vai prestar o serviço de gestão integrada está em fase de
conclusão, em observância às legislações vigentes.
EDIÇÃO: JOHNNY BRAGA
REVISÃO: JULIANA SAMPAIO
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