Executivos
da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) e da Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avaliaram nesta quarta-feira (9)
que a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana deverá esfriar
as negociações de acordos bilaterais que envolvam os Estados Unidos.
Para
a CEO da Amcham, Deborah Vieitas, os Estados Unidos deverão se tornar mais
protecionistas, caso se concretize o discurso do candidato republicano em sua
campanha eleitoral. No entanto, o país não deixará de ser um importante
parceiro comercial brasileiro.
“Os
mega acordos comerciais que estão pendentes de aprovação, como a Parceria
Transpacífico e o acordo em negociação com a União Europeia, talvez tenham um
certo esfriamento, já que as questões internas nos Estados Unidos devem dominar
a agenda do novo presidente”, diz.
“Eu
sei que isso [os grandes acordos] não será necessariamente a primeira
prioridade, e que a perspectiva para nós chegarmos a um acordo bilateral de
comércio com os Estados Unidos se torna ainda mais longínqua. Mas isso não vai
fazer com que os Estados Unidos deixem de ser um parceiro comercial importante
para o Brasil”, disse Vieitas.
Para
a CEO da Amcham, a aproximação regulatória entre os dois países, que envolvem
procedimentos regulatórios e de aduana, deve continuar a evoluir. Segundo ela,
os investidores americanos também devem continuar a ter “cada vez mais apetite”
no Brasil. “Entendo que haverá cada vez mais apetite dos americanos, e de
outros investidores, conforme nós, no Brasil, pudermos ter o programa do
presidente Temer tornando mais concreto e assim como a aprovação das principais
reformas que ele propõe”, acredita.
Indústria
Thomaz
Zanoto, diretor titular de Relações Internacionais e Comércio Exterior da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ressalta que os
impactos no Brasil da eleição de Trump deverão ser limitados porque o comércio
entre os países é feito principalmente com a participação de multinacionais
americanas instaladas no Brasil, no chamado “intra company trade”. “É a própria
multinacional americana, que tem presença forte no Brasil, que transaciona ou
com clientes ou com a matriz nos Estados Unidos. É um processo interno das
companhias”, destacou.
Para
ele, a situação entre os países é de muita proximidade. No entanto, um acordo
de livre comércio não deverá ocorrer. “Se nós tivéssemos nesse momento
negociando um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, em estágio
avançado, seria uma pena, porque talvez o acordo não se concretizasse. Mas isso
não está ocorrendo. O trabalho que temos com muita intensidade com os Estados
Unidos é um trabalho muito de nível técnico, a chamada convergência
regulatória”, destacou.
Fonte:
Agência Brasil
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