Especialistas
da África do Sul estão no Brasil para o desmonte e o acondicionamento das
fontes, que serão enviadas para os EUA e Alemanha. Material descartado foi
usado em procedimentos de radioterapia e diagnóstico do Câncer
Fontes
seladas são blindagens que contêm material radioativo de alta atividade.
Crédito:
Cnen
Até
janeiro de 2017, o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) vai
repatriar 82 fontes seladas de material radioativo que não são mais utilizadas
por clínicas e hospitais do país nos procedimentos de radioterapia e
diagnóstico do câncer. A operação começou em outubro com a chegada de
especialistas da NECSA, estatal da África do Sul responsável pelo
desenvolvimento e gerenciamento da tecnologia nuclear naquele país. Um acordo
foi firmado com a NECSA para o desmonte e o acondicionamento das fontes para
transporte.
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seladas são blindagens que contêm material radioativo de alta atividade. Os
especialistas da NECSA vão remover esse material encapsulado e transferi-lo
para embalagens de transporte adequadas para a repatriação. As fontes oriundas
dos Estados Unidos irão para o Southwest Research Institute, em San Antonio, no
Texas, e as fontes canadenses para a Gamma Service Recycling GmbH, em Leipzig,
na Alemanha. Todo esse trabalho está sendo coordenado no Ipen pela Gerência de
Rejeitos Radioativos (GRR). O Ipen é vinculado à Comissão Nacional de Energia
Nuclear (Cnen) e fica em São Paulo (SP).
De
acordo com o gerente de Rejeitos Radioativos do Ipen, Júlio Takehiro Marumo, a
maioria das fontes foi utilizada para fins médicos. Das 82, 51 estão no Ipen.
As demais estão armazenadas nos institutos da Cnen no Rio de Janeiro (Instituto
de Radioproteção e Dosimetria – IRD), Minas Gerais (Centro de Desenvolvimento
da Tecnologia Nuclear - CDTN) e Pernambuco (Centro Regional de Ciências
Nucleares do Nordeste – CRCN).
"Recebemos
vários tipos de fontes, e essas que estão sendo repatriadas são as que têm
maior atividade. Nesse acordo, foram listadas as fontes que serão repatriadas
nesse momento, mas outras que não entraram na transação ficarão no Ipen para
serem enviadas posteriormente. Depois do acordo, chegaram mais fontes que não
estão nesta lista. Se houver tempo, a equipe sul-africana vai desmontá-las,
retirar da blindagem e colocar em uma embalagem menor", explicou Mamuro.
Segundo
ele, é função da Cnen receber rejeitos radioativos no Brasil, o que inclui as
fontes seladas em desuso. "Com a repatriação, primeiro teremos um ganho de
espaço, porque essas fontes ocupam muito espaço no depósito, e isso vai
possibilitar um ganho considerável para a gente poder armazenar mais fontes",
observou.
Transferência de conhecimento
Júlio
Marumo destacou a importância da repatriação para a troca de experiência entre
os especialistas do Ipen e da NECSA. "Outra questão é o conhecimento e
contato com essa tecnologia. Foi importada uma célula móvel da África do Sul
para fazer essa operação, que não é simples. Ela veio toda desmontada e foi
montada aqui no Ipen para fazer essa operação. É a única que existe no , e a
gente está tendo essa oportunidade de ter contato com essa tecnologia e essa
operação. Então, estamos ganhando experiência com isso."
A
operação é baseada numa tecnologia cuja segurança foi analisada por
especialistas dos Estados Unidos, Reino Unido, Bélgica e África do Sul. "A
célula é muito segura, e os técnicos que vieram são muito experientes e
competentes. O cronograma inicial da operação terminaria em dezembro, mas é
possível que ele se estenda até janeiro."
Essa
não é a primeira vez que é feita a repatriação de fontes seladas pelo Ipen. De
acordo com o gerente do Ipen, em 2011, foram enviados aos Estados Unidos cerca
de 120 fontes de nêutrons usadas na indústria de petróleo para perfilagem de
poços de petróleo.
Fonte:
MCTIC
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