Segundo o secretário de
Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC, a inovação é imprescindível
para o desenvolvimento econômico e social do país. Ele representou o MCTIC em
reunião de ministros do G20, em Pequim.
Titular da Setec apresentou a
representantes das principais economias do mundo as ações prioritárias do
Brasil voltadas para a inovação.
Crédito: Ministério da Ciência
e Tecnologia da Índia/DST
As políticas de inovação são
prioridade do governo brasileiro para acelerar o desenvolvimento econômico e
social do país. A afirmação foi feita pelo secretário de Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), Alvaro Prata, durante reunião de ministros do G20,
em Pequim, na China. Segundo ele, os países do grupo representam 90% do Produto
Interno Bruto, 80% do investimento em pesquisa e desenvolvimento, 70% das
patentes, 80% do comércio internacional, dois terços da população e 84% da
emissão de gases de efeito estufa do mundo.
"As nossas apresentações
afirmaram e reafirmaram a política de perseguir a inovação como uma componente
imprescindível para o nosso desenvolvimento econômico e social do Brasil",
relatou Prata. "À noite, o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan
Gang, proferiu um discurso para reforçar o papel da inovação como antídoto para
o crescimento lento, ao falar da importância destinada por seu Estado à prática
de políticas de pesquisa tecnológica."
De acordo com Alvaro Prata, em
uma série de quatro sessões, ministros e secretários
do G20 explicaram as ações prioritárias de seus países em inovação.
"Numa delas, que tratava de empreendedorismo, descrevemos as políticas
adotadas pelo Brasil", afirmou, em referência à Empresa Brasileira de
Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), ao Plano Inova Empresa, ao Programa
Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (PNI), ao
Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) e ao Start-Up Brasil.
"Ressaltei também as relações bilaterais que mantemos com vários dos
países lá presentes e apontei o interesse em nos apoiarmos na boa cooperação
internacional na área acadêmica para expandi-la à tecnologia."
Em outra sessão, sobre
investimento público-privado em ciência básica e aplicada, o secretário
ressaltou as grandes estruturas da pesquisa brasileira, como o Centro Nacional
de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Navio de Pesquisa
Hidroceanográfico Vital de Oliveira e o Observatório de Torre Alta da Amazônia
(Atto, na sigla em inglês). "Estamos muito abertos a parcerias para
compartilhar esses laboratórios. Mencionei, ainda, que, tradicionalmente, temos
enviado muita gente para o exterior, mas, mais e mais, temos interesse em
receber cientistas e pesquisadores de fora."
Grupo Carnegie
Já no 44º Encontro do Grupo
Carnegie, que congrega as pastas científicas do G7 e de países convidados, os
ministros discutiram três temas: envolvimento de mulheres em atividades de
ciência e tecnologia, engenharia e matemática; mudanças climáticas; e
tecnologias para o envelhecimento saudável.
Prata lembrou que as
pesquisadoras Carolina Horta Andrade e Elisa Souza Orth venceram as edições de
2015 e 2016 do programa International Rising Talents, após conquistarem o
Prêmio L'Oréal Brasil – Para Mulheres na Ciência, distribuído desde 2006 pela
Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Ele apresentou estatísticas de
que as mulheres representam mais da metade da população matriculada em cursos
superiores e do número de mestres diplomados no país e 60% dos brasileiros com
título de doutor obtido no exterior. "No entanto, quando falamos de
engenharias, a participação feminina é bem menor. Precisamos corrigir as distorções
salariais, já que elas recebem menos em qualquer área. Outro aspecto é a pouca
presença de mulheres nos níveis mais qualificados da carreira científica, como
nas bolsas de produtividade 1A e 1B do CNPq. A ABC, por exemplo, tem maioria
masculina."
Clima
Sobre mudanças climáticas,
Prata defendeu uma maior padronização dos inventários nacionais de emissão de
gases de efeito estufa, a fim de facilitar a comparação de dados. "Para
países em desenvolvimento, precisam ser consideradas questões como indicadores
de melhorias socioeconômicas, como saúde e educação. O tema é de extrema
importância para o MCTIC, que usa seu desenvolvimento científico e tecnológico
a favor de o Brasil alcançar suas metas de redução. Existe um esforço em busca
de fontes renováveis, como turbinas eólicas e aproveitamento de várias
dimensões da energia solar."
Acerca de envelhecimento
saudável, o secretário enfatizou pesquisas em nutrição preventiva e medicina
personalizada e levantamentos demográficos para identificar e combater fatores
de risco na população brasileira. "É claro que aí nós estamos falando de
doenças que não são infecciosas, mas degenerativas ou crônicas", disse.
"Os principais problemas ligados a moléstias não transmissíveis que nos
afetam são a obesidade, diferentes tipos de câncer e enfermidades
cardiovasculares, respiratórias e neuropsiquiátricas."
As próximas reuniões de
ministérios científicos do G20 e do Grupo Carnegie estão marcadas
para 2017, na Alemanha e na Itália, respectivamente.
Brasil-China
Em encontro com o ministro da
Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, o secretário conversou a respeito das
parcerias bilaterais e da necessidade de agendar a reunião de 2017 do Diálogo
de Alto Nível em Ciência, Tecnologia e Inovação. Prata tratou ainda dos
interesses comuns em biocombustível, nanotecnologia e espaço. "A
expectativa é que possamos fortalecer essas parcerias", apontou. "Nós
organizamos em julho um evento em São José dos Campos ligado aos parques
tecnológicos. Os chineses têm muito a nos ensinar. Nós assinamos um memorando
de entendimento para trabalhos ligados a isso. Em Pequim, reafirmamos a
importância de colaborar também nesta área.
MCTI
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