Foto: Rodrigo Nunes/MS |
Cuidar da Saúde também é coisa de homem. E cuidar da saúde não
se trata de procurar um médico apenas quando estamos com algum sintoma incomum,
ou com alguma doença. É preciso olhar para o corpo como um todo, e cuidar do
físico e da mente, da qualidade de vida, do lazer e das relações pessoais.
Cuidar é buscar o serviço de saúde para orientação e informação sobre
prevenção e também tratamento.
Pensando em ampliar a procura
dos homens às Unidades Básicas de Saúde, o Ministério da Saúde, por meio da
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), busca
desenvolver ações que possibilitem entender a realidade e promover o cuidado e
prevenção dos homens entre 20 e 59 anos de idade. A ideia é reduzir as
taxas de mortalidade e morbidade e melhorar a qualidade de vida dos homens.
Seja jovem, adulto ou idoso,
cuidar da saúde é extremamente importante. Mas para cada fase, as prioridades e
a atenção devem ser diferentes. Francisco Norberto Moreira da Silva, da
Coordenação Nacional da Política de Saúde do Homem, do Ministério da Saúde
(MS), explica que atualmente o principal objetivo das políticas públicas é
trazer os homens para dentro das Unidades de Saúde, e os retirar da
invisibilidade. “O homem que antes era levado pelos familiares sumiu da Unidade
onde é feita a prevenção, promoção e o cuidado em saúde, e aparece muitas vezes
quando tem a doença instalada, para ser internado, quando já tem pouca
resolutividade”.
Saúde para todas as idades
Para cada fase da vida, o SUS pode ser um aliado. Diego Callisto, 26 anos, assessor técnico , entende que conscientizar os jovens sobre a importância da saúde é desconstruir a ideia de que o médico só deve ser procurado em caso de adoecimento. “A prática do jovem de procurar o serviço de saúde deve ser uma rotina constante, e fazer parte do seu hábito de vida”, explica.
Para cada fase da vida, o SUS pode ser um aliado. Diego Callisto, 26 anos, assessor técnico , entende que conscientizar os jovens sobre a importância da saúde é desconstruir a ideia de que o médico só deve ser procurado em caso de adoecimento. “A prática do jovem de procurar o serviço de saúde deve ser uma rotina constante, e fazer parte do seu hábito de vida”, explica.
Diego é soropositivo. Por conta da doença, ele precisa fazer uma série de exames clínicos e consultas para avaliação. Só a partir disso foi que a rotina médica mudou. “Era muito remoto quando eu procurava o serviço de saúde. Foram no máximo cinco vezes, seja até para fazer um exame de sangue simples ou um dermatologista. Nem isso eu tinha o hábito de fazer”, lembra.
Segundo dados de 2014 do
Ministério da Saúde, a maior parte das doenças que afetam a população masculina
são, em geral, consideradas evitáveis por meio de hábitos saudáveis. Doenças do
aparelho circulatório e neoplasias, juntas, somam 41% das causas de óbito de
homens no país.
Assim, o homem jovem assume um
papel muito importante na prevenção e busca por informações a respeito dos
problemas que o afetam no cotidiano. “É muito importante que o jovem procure os
serviços de saúde com os braços abertos, entendendo que ele pode fazer com que
o profissional tenha um entendimento do tipo de comunicação que deve ser feita
e como que ele pode se sentir parte daquele serviço”, incentiva Diego.
O Policial Militar, Eduardo
Arantes, de 40 anos, percebeu a necessidade de olhar mais para o corpo dele
antes de ter alguma doença ou problema de saúde grave. Por conta do trabalho,
sempre realizou exames de rotina, e praticava exercícios físicos, mas a alimentação
também passou a ser um ponto importante. “A gente vai amadurecendo e a
preocupação com a saúde vem vindo. Nos últimos anos eu venho me cuidando um
pouco mais e tentando me alimentar melhor no dia a dia”, explica.
Além disso, mais do que apenas
a maturidade adquirida com a idade, também passou a sentir que o corpo não
respondia mais da mesma maneira. “Na faixa de 20 até 30, a gente acaba comendo
de tudo, e o metabolismo é mais acelerado. Aos 35 eu dei uma reformulada na
minha dieta, perdi 10kg e hoje eu não tenho uma alimentação perfeita, mas
melhorei muito. Eu me conscientizei, e fui direcionando o meu caminho para uma
vida mais saudável”.
Francisco Norberto Moreira da
Silva, da Coordenação Nacional da Política de Saúde do Homem, explica que essas
medidas no cotidiano também são importantes para pensar saúde integral do
homem. “Temos que pensar também na qualidade de vida e na promoção da saúde. Na
atualização da carteira vacinal, que eles façam exames de rotina, verificação
da pressão arterial e como que está a alimentação”.
Outro dado alarmante em
relação à saúde do homem trata da hipertensão arterial, que pode ser combatida
com hábitos saudáveis tanto na alimentação quanto na prática de exercícios.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que pelo menos 50% das
doenças do coração e 75% dos acidentes vasculares cerebrais ocorram por conta
da hipertensão arterial. A prevalência desse problema é maior entre a população
adulta, e cresce com o aumento da idade, sendo a doença mais frequente em
idosos.
Mas mesmo na terceira idade, e
com problemas de saúde, é possível se cuidar e pensar a saúde do homem.
Epitácio Epaminondas, de 65 anos, e Presidente Nacional do Sindicato dos
Trabalhadores, Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINTAPI) brinca que está
fazendo hora extra, mesmo esbanjando disposição. “Eu já enfartei, já tive
pneumonia duas vezes, diverticulite, herpes zoster e sou diabético. Então tenho
que me tratar. Se eu não me tratar eu não sobrevivo. Eu digo pra todo mundo que
temos que dar exemplo para as pessoas que vêm posteriormente”.
Epitácio, assim como Eduardo,
também procura comer comidas mais saudáveis e de maneira mais regrada, sem
exageros. Outro cuidado que gosta de reforçar é a questão do envolvimento
familiar para a saúde do homem, e que os problemas específicos deste grupo
sejam discutidos. “É importante abrir a discussão, porque o corpo humano é o
mesmo em mim e em você. O corpo humano você trata porque você só tem um”.
Ao longo dos anos, ocorreu um
intenso envelhecimento da população masculina no Brasil. Segundo a Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/IBGE 2013), a população idosa é
composta por aproximadamente 26,1 milhões de pessoas, sendo 11,5 milhões
homens. Nesse sentido, a mudança no perfil demográfico da população do País,
levou o Ministério a promover medidas coletivas e individuais de saúde para
este público.
Mas deve partir de cada um
procurar as Unidades de Saúde. O presidente do SINTAPI reforça que só assim é
possível ter uma vida com qualidade. “Não adianta achar que você é maior do que
qualquer doença ou qualquer mal que possa te ocorrer. Tem que ir antes, porque
você consegue superar se tratar no começo. Procure o seu médico, use isso como
um empoderamento para trabalhar a questão da vida”.
O Coordenador Nacional da
Política de Saúde do Homem, Francisco Silva, também destaca que a mudança
cultural, independente da idade, é uma oportunidade para conhecer e cuidar de
si próprio. “Esse exercício de conscientização e orientação, de chamar a pessoa
a participar do tratamento, é contínuo. Participar das ações que são ofertadas
e chamar a comunidade como um todo, é um ganho extremamente enriquecedor se o
homem se cuida”.
Inscrições abertas para curso
EAD de Atenção Integral à Saúde do Homem
A Coordenação Nacional de Saúde do Homem, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), abriu as inscrições para o curso à distância de “Atenção Integral à Saúde do Homem”, com o objetivo de chamar a atenção para os principais fatores de mortalidade e os determinantes sociais que levam a vulnerabilidade masculina. Podem se inscrever: equipes de saúde da família (médicos, dentistas e enfermeiros), profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), e profissionais das equipes de saúde do sistema prisional de todo o território nacional. Saiba mais aqui.
A Coordenação Nacional de Saúde do Homem, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), abriu as inscrições para o curso à distância de “Atenção Integral à Saúde do Homem”, com o objetivo de chamar a atenção para os principais fatores de mortalidade e os determinantes sociais que levam a vulnerabilidade masculina. Podem se inscrever: equipes de saúde da família (médicos, dentistas e enfermeiros), profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), e profissionais das equipes de saúde do sistema prisional de todo o território nacional. Saiba mais aqui.
Aline Czezacki, para o Blog da
Saúde
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