Pesquisadores buscam
identificar onde há os grupos de Aedes aegypti mais competentes para
transmissão do zika para aumentar a vigilância e educação da população
A picada do Aedes aegypti é a principal via, mais frequente e
importante da infecção do vírus Zika em humanos. O combate ao mosquito, também
transmissor da dengue e chikungunya, vem sendo realizado há anos e diante dessa
necessidade, surge o projeto de pesquisa do Centro de Pesquisas René Rachou, da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor
Vieira Dourado, em Manaus.
“Esse é um projeto que envolve
vários aspectos não somente de controle, mas relacionados à educação, já que
além da prevenção, a proposta é também trazer a conscientização das ações de
prevenção e detecção do zika. Acreditamos que para resolver o problema tem que
haver uma série de medidas de controle e, inclusive, educativas”, afirma o
pesquisador e coordenador do projeto, Paulo Pimenta. O trabalho foi selecionado
na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate
ao vírus zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti.
Essa é a proposta formada
por 6 subprojetos relacionados e multidisciplinares. Inicialmente os
pesquisadores irão monitorar periodicamente mosquitos em regiões onde
houve ou há riscos de transmissão da doença. Diante da detecção do vírus Zika,
em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde, de Belo Horizonte e de
Manaus, haverá ações de controle do foco regional onde estão os mosquitos
infectados. A atividade na região será para conscientizar as ações de combate
ao mosquito, específicas para aquela área e população, além de prevenir as
doenças relacionadas.
O surgimento das epidemias,
segundo o pesquisador, geralmente acontece em lugares específicos. Não acontece
simultaneamente em todos os lugares. “A gente procura pegar amostras nesses
municípios, dos mosquitos dessas regiões e faz o teste para saber se eles
possuem ou não o vírus Zika”, conta o pesquisador. Se for encontrado um
mosquito infectado, a equipe irá monitorar a região regularmente, antes de
começar uma real epidemia. Antes de encontrar uma série de pessoas
infectadas, há um mosquito infectado.
Com o trabalho dos
pesquisadores nesse projeto, é possível determinar antecipadamente onde pode
surgir uma epidemia. “Dessa maneira, quando você tem esses dados em laboratório
que uma população mosquito está infectada num certo nível, você avisa ao
pessoal de controle de vetores da Secretaria de Saúde local para eles
combaterem de forma pontual os mosquitos naquela região”, detalha.
A identificação dos mosquitos
infectados com o vírus é fundamental para deixar combate ao Aedes
aegypti cada vez mais objetivo. “É como se você tivesse na sua casa
pessoas que estivessem gripadas. Você pode ser mais resistente e não
desenvolver a doença, ou mais vulnerável a ser contaminado por esse vírus. Da
mesma forma, são os mosquitos. Eles vão ter maior probabilidade de desenvolver
ou não os vírus e serem capazes de transmiti-los. Então você pode reconhecer
onde estarão esses mosquitos que terão mais chance de transmitir doenças como
Zika e Dengue, e combater de forma focal”, finaliza.
Esse projeto é mais um dos
selecionados na Chamada Pública para apoiar projetos de pesquisa no combate ao
vírus zika e no enfrentamento ao Aedes aegypti. Também apoiam a
iniciativa as Secretarias Municipais de Saúde de Belo Horizonte e de Manaus, o
CNPq, a CAPES, o DECIT, a FIOCRUZ e o Ministério de Saúde.
O grupo de pesquisadores tem
até 48 meses para entregar os resultados dos trabalhos.
Investimento
Investimento
O Governo Federal divulgou a
relação dos 69 estudos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do vírus zika
e doenças correlacionadas, selecionados na chamada pública conjunta, no valor
de R$ 65 milhões, lançada no primeiro semestre deste ano com recursos do
Decit/SCTIE/MS, CNPq/MCTIC e Capes/MEC. O objetivo do Governo Federal é
potencializar a produção de conhecimento científico e tecnológico para o
enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN)
declarada em função da alteração do padrão de ocorrência de microcefalia no
Brasil, decorrente da infecção pelo vírus zika.
Acesse a lista de projetos selecionados
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Gabi Kopko, para o Blog da
Saúde
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