Remédio pós-picada
Pesquisadores brasileiros
desvendaram a estrutura tridimensional da proteína mais crucial para a
replicação do material genético do vírus zika depois que ele infecta uma
pessoa.
Isso abre o caminho para a
criação de um medicamento que possa ser utilizado após a picada do pernilongo
ou logo que aparecerem os sintomas, de modo a bloquear a proliferação do vírus
e acelerar a cura.
O trabalho foi realizado pela
equipe do professor Glaucius Oliva, da USP de São Carlos (SP).
"Buscamos o
desenvolvimento de fármacos por meio da modelagem de moléculas que interagem
com receptores específicos, mas nunca tínhamos trabalhado com vírus até a
formação da Rede Zika," disse ele.
NS5
O trabalho consistiu em
modelar, molécula por molécula, as proteínas codificadas pelo genoma do vírus
zika. Trata-se de uma molécula bastante curta de RNA que carrega o código para
10 proteínas: três estruturais, responsáveis pela estrutura física que envolve
o material genético, e sete não estruturais, associadas à replicação do RNA
viral.
"O coração do complexo de
replicação é a proteína NS5, uma enzima polimerase que usa o próprio RNA como
molde para produzir cópias", explica Oliva.
É essa proteína que seu grupo
caracterizou, e que pretende usar como alvo para o desenvolvimento de um
fármaco.
De posse do modelo da
proteína, o próximo passo será encontrar uma maneira de interferir com o
funcionamento da polimerase e impedir a replicação genética - em termos
simples, impedir a reprodução do vírus no organismo da pessoa que foi
infectada.
Imagem: Andre S. Godoy et al. - 10.1038/ncomms14764
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