A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu
88 novos municípios brasileiros como áreas com recomendação de vacina contra
febre amarela. A decisão, divulgada na quarta-feira (5) no comunicado “Disease
Outbreak News”, vale para viajantes internacionais que se deslocam até esses
lugares, incluindo as cidades do Rio de Janeiro e Niterói (RJ), Salvador (BA) e
área urbana de Campinas (SP).
Vacinação contra a febre amarela.
Com isso, todo o estado do Rio de Janeiro passa a
ser área com recomendação de vacina contra a febre amarela. O número de
municípios da Bahia cuja imunização contra a doença é recomendada passou de 69,
em janeiro, para 154. No estado de São Paulo, apenas a capital paulista não faz
parte da área recomendada para imunização. No último dia 6 de março, a OMS já
havia divulgado um informe orientando os viajantes internacionais a se
vacinarem antes de irem para o estado do Espírito Santo.
Antes do surto atual, a imunização contra a doença
já era recomendada para os estados de Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal,
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocantins, além de determinadas áreas da Bahia, Paraná, Piauí, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O objetivo dos informativos “Disease Outbreak News”
é deixar os Estados-membros da OMS informados sobre surtos que estão ocorrendo
em várias localidades do mundo. Os três comunicados anteriores divulgados pela
Organização diziam respeito a surtos de gripe aviária (H7N9) na China e de
síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS) no Qatar e na Arábia Saudita.
A determinação de novas áreas consideradas de risco
de transmissão de febre amarela e com recomendação de vacina é um processo
contínuo e atualizado regularmente pela OMS.
Epizootias
O comunicado levou em conta as epizootias
(mortes de macacos) e casos em humanos que estão sendo investigados ao longo da
zona costeira do norte da Bahia, incluindo a área urbana de Salvador, com
uma epizootia confirmada por infecção pelo vírus da febre amarela no município
de Feira de Santana.
Também foram confirmadas epizootias associadas à
doença nas proximidades da área urbana de Campinas. E nas proximidades de áreas
urbanas na cidade do Rio de Janeiro e de Niterói estão sendo investigadas
mortes de macacos por febre amarela.
Esses relatos são consistentes com o aumento da
atividade da doença observado nas regiões sul do Estado da Bahia, na fronteira
com os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, e em áreas dos estados do Rio
de Janeiro e São Paulo, todas compartilhando o mesmo ecossistema.
Transmissão
Atualmente, o Brasil é afetado apenas pela febre
amarela silvestre — transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Até o
momento, não há qualquer evidência de que o mosquito Aedes aegypti, presente em
zonas urbanas, esteja envolvido na transmissão.
De acordo com o mais recente alerta epidemiológico, em anexo, da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS), Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Suriname notificaram casos de febre amarela neste
ano.
A OPAS/OMS tem trabalhado para apoiar os países na
resposta à doença. No momento, há equipes da Organização em diversas áreas
afetadas do Brasil, trabalhando com as autoridades de saúde nacionais e locais.
Vacinação
A medida mais importante para prevenir a febre
amarela é a vacinação. Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve
estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Para a
OPAS/OMS, apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e
proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
Pessoas com mais de 60 anos só devem receber a
vacina após avaliação cuidadosa de risco-benefício. A vacina contra a febre
amarela não deve ser administrada em pessoas com doença febril aguda, cujo
estado de saúde geral está comprometido; pessoas com histórico de
hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados e mulheres grávidas,
exceto aquelas com avaliação de alto risco de infecção e situações em que há
recomendação expressa de autoridades de saúde.
A vacina também não deve ser administrada em
pessoas severamente imunodeprimidas por doenças (por exemplo, câncer, AIDS
etc.) ou medicamentos; crianças com menos de 6 meses de idade (consulte a bula
do laboratório da vacina); pessoas de qualquer idade com uma doença relacionada
ao timo.
Dada a atual situação da febre amarela no Brasil e
o surgimento de casos em áreas que passaram anos sem registros, a OPAS/OMS
insta os Estados-membros a continuar os esforços para detectar, confirmar e
tratar adequadamente e de maneira oportuna os casos de febre amarela.
Para isso, é importante que os profissionais de
saúde estejam atualizados e capacitados para detectar e tratar casos,
especialmente em áreas de circulação do vírus causador da doença.
Foto: Agência Brasil / Marcelo Camargo ONU
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