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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Ministros do TCU entregam a Eunício relatório de fiscalização de obras de 2017 - BioManguinhos e Hemobrás estão entre as irregularidades graves

O presidente do Senado, Eunício Oliveira, defendeu nesta terça-feira (14) mudança na legislação para que o Tribunal de Contas da União (TCU) possa ter ação mais efetiva no controle de obras com irregularidades graves no Brasil. A sugestão foi feita durante a entrega do relatório anual de consolidação das fiscalizações de obras (Fiscobras) 2017, pelos ministros Raimundo Carreiro, presidente do TCU, e Vital do Rêgo, relator.

O presidente do Tribunal de Contas da União, Raimundo Carreiro (à esq.), e o relator, ministro Vital do Rêgo (à dir.), entregam ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, o relatório de fiscalização de obras de 2017, com avaliação de 94 obras e identificação de indícios de irregularidades graves em 72 delas
- Fazer uma legislação para dizer o seguinte: tem uma denúncia, o TCU, em 90 dias, analisa e, dependendo do resultado da fiscalização, o próprio TCU afasta os gestores e faz uma intervenção na obra. O relatório é importante, mas estagnou - afirmou o presidente do Senado.

O Fiscobras 2017 traz a avaliação de 94 obras auditadas. Das 72 obras com irregularidades graves, o que corresponde a 76,5% do total, 11 receberam indicativo de paralisação (IGP). São elas: Canal do Sertão (AL); obras de construção da BR-235 (BA) – do Km 282 ao km 357,4; adequação da travessia urbana em Juazeiro (BA), BR 235 e BR 407; construção da Vila Olímpica (PI); Usina Termonuclear de Angra III (RJ); obras de construção da BR-040 (RJ); corredor de ônibus – Radial Leste – trecho 1 (SP);  corredor de ônibus – Radial Leste – trecho 2 (SP); BRT de Palmas (TO).

Na área de saúde se destacam dois grandes projetos; a construção de centro de processamento final de imunobiológicos – BioManguinhos da Fiocruz (RJ) e a construção da fábrica de hemoderivados e biotecnologia –HEMOBRÁS (PE). A recomendação de paralisação não se aplica à totalidade da obra, mas especificamente aos contratos fiscalizados. Os problemas mais recorrentes foram: projeto inexistente, deficiente ou desatualizado; sobre preço ou superfaturamento.

O documento do TCU vai ser encaminhado agora à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) para que os parlamentares decidam sobre a destinação ou o bloqueio de recursos aos contratos auditados na Lei Orçamentária Anual de 2018.

- A Comissão Mista de Orçamento tem um comitê específico para definir a sobrevivência, a paralisação ou a manutenção dessas obras com indícios de irregularidades ou não auditadas pelo TCU - explicou Vital do Rêgo.

As dotações orçamentárias das obras fiscalizadas somam R$ 26,2 bilhões, o que corresponde a 32,29% dos valores destinados a obras na Lei Orçamentária Anual de 2017. Segundo os cálculos do tribunal, as medidas de correção propostas significam uma economia potencial de R$ 3,5 bilhões aos cofres públicos.

Foto - Marcos Brandão/Senado Federal, com informações do site do TCU e da Assessoria de Imprensa da Presidência do Senado.


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