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terça-feira, 24 de julho de 2018

Inovação depende de marcos estaduais de ciência e da participação das empresas, apontam especialistas



O financiamento da ciência brasileira foi tema de discussão na 70ª Reunião Anual da SBPC, em Maceió (AL).

Estender o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação aos estados e fortalecer a participação de empresas em instrumentos de inovação são ferramentas importantes para o Brasil transformar o conhecimento científico em geração de riquezas. A avaliação foi feita durante a mesa redonda “O financiamento da ciência brasileira e as agências de fomento”, nesta segunda-feira (23), na 70ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Maceió (AL).

Na opinião do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges, o país tem capacidade para ser potência na inovação, mas é preciso manter o investimento público e derrubar entraves burocráticos.

“O Estado é o grande financiador da ciência no mundo todo, mas, para gerar inovação, é preciso participação da iniciativa privada. Precisamos lutar para que os governos continuem financiando a pesquisa básica, mas também fortalecer o espaço para parcerias com as empresas”, afirmou.

Segundo Borges, o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação é um avanço nessa direção, e o próximo passo das agências de fomento deve ser adequar seus procedimentos às novas regas, focando mais nos resultados das pesquisas e na solução de problemas do país.

Já o diretor da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Wanderlei de Souza destacou o papel da agência no apoio à criação e manutenção de laboratórios das instituições de pesquisa. De acordo com ele, equipamentos de ponta permitem maior integração entre academia e empresas para a criação de produtos inovadores.

“A Finep tem apoiado os principais parques tecnológicos e incubadoras do país. São 24 parques em 13 estados, além de 90 incubadoras em 21 estados. Com uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a Finep é o principal ou segundo maior financiador de boa parte dos parques tecnológicos do país”, disse. “Hoje, a infraestrutura científica brasileira é avançada e nossos laboratórios não ficam devendo em comparação a nenhum outro país”, completou.

A presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais e Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaira Turchi, afirmou que o crescimento do sistema de fomento nos estados passa pela criação de marcos estaduais de ciência e tecnologia e uma maior articulação entre as entidades de fomento. Ela também ressaltou o papel dessas entidades no desenvolvimento das unidades da federação. Hoje, existem 26 fundações em todo o país, e só Roraima ainda não possui uma entidade de fomento do tipo. “Quando não funcionam, as FAPs fazem falta aos estados, já que o papel delas é induzir e apoiar pesquisas em áreas estratégicas e fomentar a inovação em todas as áreas do conhecimento. Isso gera aumento da competitividade e melhora o desenvolvimento desses estados”, explicou.

ASCOM - MCTIC


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