O financiamento da ciência
brasileira foi tema de discussão na 70ª Reunião Anual da SBPC, em Maceió (AL).
Estender o Marco Legal de
Ciência, Tecnologia e Inovação aos estados e fortalecer a participação de
empresas em instrumentos de inovação são ferramentas importantes para o Brasil
transformar o conhecimento científico em geração de riquezas. A avaliação foi
feita durante a mesa redonda “O financiamento da ciência brasileira e as
agências de fomento”, nesta segunda-feira (23), na 70ª Reunião da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Maceió (AL).
Na opinião do presidente do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario
Neto Borges, o país tem capacidade para ser potência na inovação, mas é preciso
manter o investimento público e derrubar entraves burocráticos.
“O Estado é o grande
financiador da ciência no mundo todo, mas, para gerar inovação, é preciso
participação da iniciativa privada. Precisamos lutar para que os governos
continuem financiando a pesquisa básica, mas também fortalecer o espaço para
parcerias com as empresas”, afirmou.
Segundo Borges, o Marco Legal
de Ciência, Tecnologia e Inovação é um avanço nessa direção, e o próximo passo
das agências de fomento deve ser adequar seus procedimentos às novas regas,
focando mais nos resultados das pesquisas e na solução de problemas do país.
Já o diretor da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep) Wanderlei de Souza destacou o papel da agência no
apoio à criação e manutenção de laboratórios das instituições de pesquisa. De
acordo com ele, equipamentos de ponta permitem maior integração entre academia
e empresas para a criação de produtos inovadores.
“A Finep tem apoiado os
principais parques tecnológicos e incubadoras do país. São 24 parques em 13
estados, além de 90 incubadoras em 21 estados. Com uso do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a Finep é o principal ou
segundo maior financiador de boa parte dos parques tecnológicos do país”,
disse. “Hoje, a infraestrutura científica brasileira é avançada e nossos
laboratórios não ficam devendo em comparação a nenhum outro país”, completou.
A presidente do Conselho
Nacional das Fundações Estaduais e Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaira
Turchi, afirmou que o crescimento do sistema de fomento nos estados passa pela
criação de marcos estaduais de ciência e tecnologia e uma maior articulação
entre as entidades de fomento. Ela também ressaltou o papel dessas entidades no
desenvolvimento das unidades da federação. Hoje, existem 26 fundações em todo o
país, e só Roraima ainda não possui uma entidade de fomento do tipo. “Quando
não funcionam, as FAPs fazem falta aos estados, já que o papel delas é induzir
e apoiar pesquisas em áreas estratégicas e fomentar a inovação em todas as
áreas do conhecimento. Isso gera aumento da competitividade e melhora o
desenvolvimento desses estados”, explicou.
ASCOM - MCTIC
0 comentários:
Postar um comentário