O edifício e a cúpula do
Senado estão iluminados com a cor amarela desde a última segunda-feira (23)
para lembrar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado em 28
de julho. A iluminação especial, até o próximo domingo (29), foi solicitada
pelo senador Paulo Paim (PT-RS), como forma de alertar a população para um
problema que atinge cerca de 2,3 milhões de pessoas no Brasil, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS).
— Infelizmente o número ainda
é alarmante. Por isso, é preciso alertar as pessoas para a importância da
prevenção e incentivar as campanhas de vacinação contra as hepatites virais —
alerta Paim.
No dia 30 de maio, a Comissão
de Assuntos Sociais (CAS) aprovou relatório do senador Paulo Rocha (PT-PA)
favorável à proposta que institui no país o Julho Amarelo (PLC 35/2018), em referência à data escolhida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) para celebrar o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites
Virais. O projeto está pronto para ser votado no Plenário do Senado. O Julho
Amarelo prevê ações relacionadas à luta contra as hepatites.
De acordo com o Ministério da
Saúde, as hepatites virais são doenças infecciosas sistêmicas que afetam o
fígado. A doença é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas. Quando aparecem,
podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal,
pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
As hepatites virais mais
comuns no Brasil, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, são as causadas
pelos vírus A, B e C. Existem, ainda, os vírus D e E. Milhões de pessoas no
Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as
doenças tornarem-se crônicas e causarem danos mais graves ao fígado, como
cirrose e câncer. Indivíduos infectados pelo vírus da hepatite B têm 5% a 10%
de risco de tornarem-se doentes crônicos. Na hepatite C, o risco é de 85%. O
tratamento das hepatites B e C é feito com agentes antivirais, com 70% e 35% de
sucesso, respectivamente.
Exame e prevenção
Para saber se há a necessidade
de realizar exames que detectem as hepatites, é importante observar se a pessoa
já se expôs a algumas destas situações: contágio fecal-oral: condições
precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos
(vírus A e E); transmissão sanguínea: se praticou sexo desprotegido ou
compartilhou seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros
objetos que furam ou cortam (vírus B, C e D); a transmissão sanguínea pode
ocorrer também da mãe para o filho durante a gravidez, parto e amamentação. No
caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos
sejam detectados no exame de sangue.
A Organização Pan-Americana da
Saúde (Opas) sugere várias medidas que podem evitar a transmissão das hepatites
virais: usar preservativo em todas as relações sexuais; exigir materiais
esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings; não
compartilhar instrumentos de manicure e pedicure; não usar lâminas de barbear
ou de depilar de outras pessoas; e não compartilhar agulhas, seringas e
equipamentos para drogas inaladas e pipadas, como o crack.
Proposições legislativas:
• PLC 35/2018
Waldemir Barreto/Agência
Senado
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