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domingo, 29 de julho de 2018

Tribunal europeu fecha portas para patente do truvada – Agência AIDS


A farmacêutica americana Gilead poderá perder o exclusividade da venda do medicamento truvada. A decisão do Tribunal Europeu de Justiça foi divulgada esta quinta-feira (26) e opõe a empresa norte-americana a dois gigantes de genéricos que já vendiam a sua versão do medicamento na Irlanda. Esta decisão pode vir a poupar milhões aos sistemas de saúde europeus que comparticipam estes medicamentos na totalidade.

Estima-se que cada paciente tratado com o truvada custa 700 euros por mês aos estados europeus. Agora, essa fatura poderá diminuir até um valor de 70 euros por mês, na compra de genéricos.

O truvada é um dos medicamentos mais lucrativos do mundo e rende à Gilead, anualmente, 86 mil milhões de euros. A farmacêutica conseguiu a patente europeia em 2005. Mas, a Mylan e a Teva (empresas de genéricos) colocaram no mercado versões 85% mais baratas.

Em 2017, a Gilead processou as empresas de genéricos com objetivo de proteger sua patente e a venda exclusiva do medicamento. O Tribunal Europeu de Justiça analisou apenas se a fórmula está ou não protegida pela patente. A conclusão foi de que a patente original do truvada não especifica a combinação de drogas na sua composição, referindo apenas “outros ingredientes terapêuticos”. Logo, “a combinação TD/emtricitabina não pode, ser considerada protegida por uma patente de base em vigor”.

Em janeiro de 2017, a Food and Drug Administration americana libertou a produção do genérico do truvada – algo que era há muito pedido pelos ativistas da luta contra o HIV. Na Índia e no México, já existe há mais tempo, produção destes medicamentos por empresas de genéricos – onde quebra de patente foi responsável pela redução dos custos e também pela maior eficiência de tratamentos em países mais pobres.



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