Movimento sociais de luta
contra a aids e as hepatites virais, do Brasil e do mundo, saíram em defesa do
Ministério da Saúde do Brasil, nesta sexta-feira (27), na busca pelo menor
preço na compra do sofosbuvir, medicamento usando no tratamento e cura da hepatite
C. No início do mês, o governo se reuniu com empresas fornecedoras do
medicamento para reduzir o custo do remédio. No entanto, segundo os ativistas,
alguns setores da sociedade criticaram a iniciativa.
“Entendemos que a decisão
desse Ministério, em buscar a opção de compra de melhor resposta virológica
sustentada e com menor custo, é acertada e deve ser apoiada. Embora nos pareça
importante manter a transparência do processo de discussão do PCDT, ampliando o
debate para outros setores que não apenas o setor privado, entendemos que as
empresas fornecedoras foram as convidadas porque tratava-se de uma discussão
que combinava tanto opções de tratamento como preços que seriam oferecidos ao
Ministério da Saúde”, diz o documento entregue a diretora do Departamento de
IST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, durante a Conferência
Internacional de Aids, em Amsterdã, que chegou ao fim na tarde desta
sexta-feira.
“Somente com a redução de
preços, anunciada há muito tempo em diversos países do mundo, é que alcançaremos
a universalidade na oferta de tratamentos para hepatite C no Brasil e
manteremos o compromisso com a Agenda 2030.”
O documento nacional, assinado
por mais de quarenta organizações dos movimentos de luta contra a aids e
hepatites virais, pede ainda que “o Ministério da Saúde mantenha o caminho no
sentido de reduzir drasticamente o preço, por meio da aquisição dos
medicamentos sofosbuvir (genérico, a ser fornecido por farmanguinhos) e
daclatasvir (Bristol).”
De acordo afirma ainda que é
de qualidade do medicamento genérico brasileiro. “As pessoas vivendo com
HIV/aids que fazem parte das organizações que assinam esta carta, estão vivas
graças aos medicamentos genéricos. Nunca é demais lembrar que em seu início, a
resposta brasileira à epidemia foi baseada inteiramente em medicamentos
genéricos e que há décadas medicamentos genéricos são fornecidos para milhares
de pessoas com HIV/aids no Brasil, sem nenhuma questão em relação a sua
qualidade.”
Em relação ao sofosbuvir,
“lembramos que países como Malásia, Camboja e Egito têm sido exitosos em tratar
milhões de pessoas a base de medicamentos genéricos. Além disso, confiamos que
a Anvisa assegura a qualidade, segurança biodisponibilidade e bioequivalência
de todos os medicamentos que circulam no país, sejam eles genéricos ou de
marca”.
Os militantes pedem que o
ministro da Saúde do Brasil, Gilberto Occhi, inclua no debate de compra dos
medicamentos as organizações da sociedade civil comprometidas com a
universalidade do tratamento para hepatite C.
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