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terça-feira, 2 de outubro de 2018

56ª. REUNIÃO DO CONSELHO DIRETIVO DA OPAS - CONTROLE HIV E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 2016-2021



A 56ª. Reunião do Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), realizada em Washington, DC – EUA, na semana de 23 a 27 de setembro, contou com a presença de todos os Ministérios da Saúde dos 35 países membros.


Os debates promoveram importantes planos de ação, como:

  1. Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes 2018 -2030;
  2. Prevenção e Controle do Câncer Cérvico-Uterino 2018 – 2030;
  3. Recursos Humanos para o Acesso e a Cobertura Universal de Saúde 2018 -2030;
  4. Entomologia e Controle de Vetores;
entre muitos outros temas relevantes.

Durante a Reunião do Conselho Diretor além dos debate, que contaram com a participação dos Ministros, foram realizados outros importantes eventos paralelos sobre:
i.                "Gordura Trans";
ii.               “Situação da Imunização nas Américas";
iii.             "Informe sobre o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária", e
iv.             "Comemoração dos 40 anos da Declaração de Alma Ata - Saúde para Todos".

O prêmio de herói da Saúde Pública das Américas, foi entregue ao Presidente Tabaré Vazquez pelas decisivas medidas adotadas para combater o tabagismo. O Uruguai, recentemente, tornou-se o primeiro país da América Latina a estabelecer a chamada "embalagem genérica" para os cigarros. O Presidente Vázquez também editou, recentemente, decreto que implanta a etiqueta com advertência frontal em alimentos industrializados.

O ex-presidente da ANVISA, Jarbas Barbosa, recém assumiu a posição de vice-diretor da Agência de Saúde Regional da ONU, regressando a organização onde um brasileiro ilustre já Diretor, Carlyle Guerra de Macedo, na época denominada "a Casa da Saúde das Américas".


Dentre os planos de ação discutidos, destacamos os Relatórios de progresso sobre assuntos técnicos:
A seguir descamos:

PLANO DE AÇÃO PARA A PREVENÇÃO E O CONTROLE DO HIV E DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 2016-2021: REVISÃO INTERMEDIÁRIA

Antecedentes

A finalidade deste documento é informar aos Órgãos Diretores da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) sobre o progresso obtido na implantação do Plano de Ação para a prevenção e o controle do HIV e de infecções sexualmente transmissíveis 2016-2021 (1). O Plano está alinhado com a visão, as metas e as linhas estratégicas das Estratégias Globais do Setor de Saúde para o HIV e infecções sexualmente transmissíveis (IST) da OMS para o período 2016-2021 (2, 3), e também com a Estratégia global para a saúde das mulheres, das crianças e dos adolescentes 2016-2030 (4). Também adere ao marco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A implementação deste Plano contribuirá para a meta do ODS 3 de acabar com a AIDS como problema de saúde pública (5). A meta deste Plano de Ação é acelerar o progresso rumo ao fim das epidemias de AIDS e IST como problemas de saúde pública na Região das Américas até 2030, mediante redução da incidência de novos casos de HIV, mortalidade relacionada com a AIDS e complicações relacionadas com IST. O Plano também integra as metas da antiga Estratégia regional e plano de ação para a eliminação da transmissão materno-infantil do hiv e da sífilis congênita (6).

Atualização do progresso alcançado

Este relatório resume o progresso intermediário da Região rumo aos objetivos do Plano em 2016/2017. Também destaca os desafios a superar nos próximos três anos para alcançar as metas estabelecidas no Plano. Os quadros abaixo apresentam as linhas de base, metas e o progresso obtido nos indicadores gerais de impacto, assim como nos indicadores relacionados com os objetivos do Plano em cada linha estratégica.

Salvo indicação em contrário, as principais fontes consultadas para a elaboração deste relatório foram o sistema de coleta de dados Global AIDS Monitoring (GAM) do CD56/INF/22(G)2UNAIDS/OMS/UNICEF (7, 8) e o Relatório de 2017 da OPAS/UNAIDS, Prevención de la infección por el VIH bajo la lupa (9), complementado por análises documentais de planos, estratégias e políticas nacionais.

Os dados: Meta, Indicador de impacto e Situação, podem ser verificados no anexo.

Ação necessária para melhoria da situação

  1. Os países devem acelerar suas respostas nacionais direcionadas para acabar com as epidemias de AIDS e IST como problemas de saúde pública até 2030 e expandir o acesso equitativo e a cobertura dos serviços para HIV e IST dentro do marco mais amplo da saúde universal e dos processos atuais de reforma dos sistemas de saúde (10).

  1. O fortalecimento dos programas de prevenção do HIV e DST com uma abordagem combinada, centrada na pessoa e na comunidade, é fundamental para aumentar o impacto sobre a incidência do HIV. A gama completa de intervenções de alto impacto CD56/INF/22(G) 7 recomendadas pela OMS, inclusive profilaxia pré-exposição e profilaxia pós-exposição não ocupacional para exposições sexuais, deve ser oferecida, com enfoque especial nas populações-chave e em outras populações em situação de vulnerabilidade (11-13). Além disso, devem-se adotar novas tecnologias de comunicação para promover o acesso de adolescentes e jovens a serviços de informação e prevenção. Deve-se reconhecer a contribuição da sociedade civil e aumentar o financiamento para garantir a sustentabilidade dos serviços por ela liderados.

  1. É preciso incorporar e expandir abordagens baseadas em evidências, inovadoras e eficazes para melhorar os serviços de teste de HIV, inclusive iniciativas de testagem comunitária focadas em populações-alvo, testes de triagem por leigos treinados, autoteste de HIV e notificação de parceiros assistida por voluntários (14, 15). É necessário abordar urgentemente as barreiras ao teste de HIV, inclusive algoritmos de diagnóstico complexos e ineficientes, normas e regulamentos nacionais que limitam a transferência/delegação de tarefas para realização de testes rápidos, exigência de assinatura de termo de consentimento informado, obrigatoriedade do aconselhamento pré-teste (em vez de informações breves antes do teste) e consentimento dos pais para adolescentes.

  1. Os países devem proceder à adoção plena da EMTCT Plus, a nova plataforma para eliminar a transmissão materno-infantil que integra intervenções para a eliminação do HIV perinatal, HBV perinatal, sífilis congênita e doença Chagas congênita aos programas de saúde materno-infantil e de saúde sexual e reprodutiva no âmbito da atenção básica. São necessários esforços contínuos para estimular as mulheres grávidas e seus parceiros a procurar atendimento pré-natal precoce, inclusive triagem precoce, intervenções imediatas e acompanhamento. Os serviços point-of-care e as intervenções baseadas na comunidade são estratégias essenciais para aumentar a taxa de triagem, principalmente entre adolescentes e mulheres em condições de vulnerabilidade (16).

  1. Os países devem acelerar a adoção e plena implementação da recomendação da OMS de “tratar todos” e proceder ao início rápido da TARV (17, 18), reanálise imediata das políticas atuais, uso racional de medicamentos antirretrovirais e disponibilização de agentes mais potentes (por exemplo, dolutegravir), garantia de atendimento de qualidade e medidas para maximizar a adesão, retenção, prevenção e controle da resistência aos medicamentos contra o HIV (19). De acordo com o modelo de rede integrada de prestação de serviços de saúde, os serviços de atenção e tratamento do HIV devem ser descentralizados e integrados em todos os níveis do sistema de saúde, com resolutividade eficiente no nível primário (20).

  1. Além disso, é preciso urgentemente melhorar a eficiência da gestão da cadeia de suprimentos e garantir a disponibilidade de medicamentos essenciais, inclusive antirretrovirais, penicilina e outros antibióticos, bem como insumos de laboratório. O Fundo Estratégico da OPAS procurará acelerar a inclusão de novos antirretrovirais e associações em dose fixa recomendadas pela OMS em sua lista, e expandir seu papel no apoio à aquisição mais eficiente de insumos laboratoriais estratégicos (21). CD56/INF/22(G) 8

  1. É igualmente essencial aprimorar as informações estratégicas que visam garantir que a resposta seja sustentável. Áreas prioritárias incluem a manutenção e expansão da vigilância da resistência aos antirretrovirais e da suscetibilidade do gonococo aos antimicrobianos, promovendo uma metodologia padronizada para a notificação de dados (22); melhorar a vigilância da sífilis congênita e alinhar as definições de caso com os padrões internacionais; fortalecer a capacidade dos Estados Membros de gerar informações estratégicas desagregadas por gênero, idade, populações-chave e etnia; e melhorar sua capacidade de analisar os investimentos e resultados atuais da resposta ao HIV e às IST.

  1. Também faz-se mister abordar as barreiras estruturais, especialmente o estigma e a discriminação nos ambientes de atenção à saúde, para as pessoas que vivem com HIV e populações-chave. Devem-se empreender maiores esforços para garantir que serviços centrados nas pessoas sejam oferecidos por profissionais de saúde sensibilizados, inclusive mediante adoção de políticas e normas amigáveis, a criação de mecanismos transparentes para o monitoramento da discriminação em instituições de saúde, com participação significativa da sociedade civil, e a disponibilização de mecanismos de reparação (23).

  2. No contexto das reduções do financiamento externo e transição aos recursos nacionais, é essencial melhorar a sustentabilidade da resposta ao HIV. Os Estados Membros devem considerar a possibilidade de aderir às recomendações endossadas no Terceiro Fórum Latino-Americano e Caribenho sobre Sustentabilidade da Resposta ao HIV, realizado em novembro de 2017 em Porto Príncipe, Haiti, que estabeleceram ações específicas destinadas a manter a resposta ao HIV com vistas a eliminar a AIDS até 2030, com base nos princípios dos direitos humanos e da saúde universal (24).
Anexo:



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