A Bayer obteve uma decisão
provisória para um novo julgamento de recurso que pede a revisão do veredicto
que a obriga pagar US$ 289 milhões em indenização ao jardineiro Dewayne
Johnson, que supostamente teria sido contaminado pelo uso de um herbicida da Monsanto
à base de glifosato, resultando em um câncer. A juíza Suzanne Ramos Bolanos, da
Califórnia, determinou ontem, em medida provisória, um novo julgamento para
resolução do litígio. A decisão deve ser analisada até o fim deste mês.
Em agosto, um júri da
Califórnia considerou que o glifosato, um componente essencial do herbicida
Roundup, comercializado pela Monsanto, seria responsável pelo linfoma
não-Hodgkin do jardineiro. Em setembro, a Bayer entrou com recurso no litígio,
alegando que o montante indenizatório não é justificável e que as provas do
processo são frágeis. A companhia pede a reversão do veredicto, um novo
julgamento ou a redução do valor da indenização.
A Bayer disse, nesta
quinta-feira, que a decisão respalda a opinião de que o veredicto está em
desacordo com pesquisas as quais mostram que o glifosato é seguro. "O
veredicto do júri estava totalmente em desacordo com mais de 40 anos de uso no
mundo real, um extenso corpo de dados e análises científicas, incluindo
análises aprofundadas pelas autoridades reguladoras dos Estados Unidos e da
União Europeia, e aprovações em 160 países", afirmou a empresa em
comunicado. "Os herbicidas à base de glifosato são seguros quando usados
conforme as instruções e o componente não é cancerígeno", completou a companhia.
Segundo a multinacional, a juíza também está considerando os pedidos da empresa
para um novo julgamento sobre os veredictos de responsabilidade e a redução de
US$ 39 milhões em indenizações compensatórias.
A Bayer é controladora da
Monsanto, que enfrenta cerca de 8,7 mil processos relacionados a produtos à
base de glifosato. Desde o veredicto, as ações da Bayer caíram cerca de 20%, já
que os investidores precificaram o potencial de impacto negativo na receita da
companhia, em meio a inúmeros litígios abertos.
A defesa de Johhson deve
recorrer da decisão se for finalizada. Os litígios relacionados ao glifosato
iniciaram em 2015, quando a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer,
uma unidade da Organização Mundial da Saúde (OMS),
classificando o glifosato como componente com potencial cancerígeno.
Agencia Estado
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